O gerente de projetos Cristiano Müller já estava acostumado a trabalhar em projetos complexos e longos em seus 16 anos dentro da Alstom, mas não imaginava há alguns anos o quanto isso o ajudaria em um planejamento para um desafio em um ambiente bem diferente de seu dia a dia.
Em 2012, assistindo a um programa de TV, ele viu uma reportagem sobre o renomado montanhista Manoel Morgado e dali nasceu uma curiosidade que se transformou em paixão. Na reportagem, Manoel contava que tinha acabado de escalar o monte Vinson, na Antártica, e tornar-se o segundo brasileiro a conquistar os chamados “7 cumes”, que são as montanhas mais altas de cada continente.
Cristiano viu renascer ali um sonho de criança, de que era se tornar um profissional em algum esporte. “Foi então que passei a ver o montanhismo como uma possibilidade para que eu pudesse retomar o meu sonho de criança, o de poder praticar um esporte em alto nível, superar os meus próprios limites e realizar feitos grandiosos”, afirma.
Os feitos grandiosos já fazia parte da vida dele, já que trabalhou em projetos de grande complexidade na Alstom, sendo o último a hidrelétrica de La Vueltosa, na Venezuela, para a qual se dedicou por três anos e meio. Já são 12 anos de trabalho da Alstom nesse projeto que é um marco importante para a estabilidade da rede elétrica na Venezuela. Diversos profissionais e de diversos países participaram nesse complexo trabalho, aprendendo muito sobre gerenciamento nas mais diversas condições. E esse aprendizado é apontado como um dos grandes legados que o Cristiano vai levar da Alstom para o projeto que batizou como “No Topo do Mundo”, que envolve escalar as principais montanhas do globo em um período de um ano, finalizando com o Everest, onde o Cristiano tentará fincar a bandeira do Brasil a mais de 8 mil metros de altitude.
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No cume do Mont Blanc (4.810m), a montanha mais alta dos Alpes. |
No cume do Elbrus (5.642m), a montanha mais alta da Europa. |
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O Cristiano se prepara fisicamente para essa aventura há algum tempo, já que pratica maratonas desde 2012 e já escalou importantes montanhas para quem exercita os esportes outdoor, como o Elbrus, no topo da Rússia, considerada a mais alta montanha da Europa, o Aconcágua, na Argentina, montanha mais alta das Américas e o Mont Blanc, topo da Europa Ocidental. Agora ele parte para Suíça, Itália, Alasca, Tanzânia, Nepal e Tibet. O Everest está previsto para ser conquistado em junho de 2016. Só para essa parte final do projeto, são mais de 60 dias de dedicação ao trajeto.
“A dificuldade técnica e todas as variáveis que envolvem este tipo de escalada (disponibilidade de recursos, apoio da família, dedicação aos treinamentos e preparação, etc), têm relação com meu papel como executivo de uma grande empresa que se dedica a levar energia às milhares de pessoas em várias partes do mundo (o que por sinal também me deixa bastante realizado)”, complementa Cristiano.
Ele também aponta que, assim como em um projeto realizado na Alstom, as escaladas precisam de grande dose de planejamento, gestão de riscos, estudo dos cenários, acompanhamento dos milestones e, claro, celebração de cada conquista.
No Extremos
Você poderá acompanhar aqui pelo Extremos todo o andamento do projeto "No Topo do Mundo", onde Cristano parte neste dia 17 de junho para escalar o Monte McKinley (6.194m), a montanha mais alta da América do Norte, localizada no Alasca. |