Fim da temporada
A temporada está encerrada tanto na Face Sul como na Face Norte.

Face Norte
Depois de tanta tragédia neste ano na Face Sul, a Face Norte registrou duas mortes e aproximadamente 125 montanhistas (entre sherpas e estrangeiros) chegaram ao cume do Everest. Ainda deve demorar algumas semanas para que seja divulgado o número exato.

Face Sul
Este ano apenas 6 pessoas chegaram ao cume do Everest pela Face Sul (Nepal). E no total 17 Sherpas morreram, sendo 16 deles na Avalanche da Cascata de Gelo no dia 18 de abril. A temporada mais trágica do Everest em todos os tempos.

Brasileiros
No total tivemos 7 brasileiros tentando o cume do Everest. Infelizmente os 6 brasileiros que estavam na Face Sul não passaram do Acampamento Base, como todos os outros montanhistas.
Na Face Norte o brasileiro Axel Cesar que tentava a escalada sem o uso de oxigênio suplementar, chegou até o C2 (7.900m) e devido a algumas decisões erradas e a pequena janela de bom tempo, ele teve que desistir do ataque ao cume. Axel Cezar nasceu em Manaus e hoje vive no Rio de Janeiro.

Agradecimentos
Obrigado a todos que acompanharam mais uma temporada de escalada do Everest, realmente essa foi diferente de todas. Apesar da grande tragédia, esperamos que muitas lições sejam tiradas desta temporada e quem em 2015 seja tudo mais tranquilo.
Obrigado a todos que colaboraram com a nossa cobertura.
Em 2015 completaremos 10 anos de Cobertura Online do Everest e esperamos todos vocês aqui. Obrigado!

Axel Cesar
Leia o relato do brasileiro Axel Cezar que tentou a escalada pela face norte do Everest.

Mortes no Everest em 2014 - Face Sul

1 - Mingma Tenzing - Edema Pulmonar (HAPE) - Campo Base - 03.04.2014
2 - Pasang Karma - Juving Solukhumbu - Jagged Globe - Avalanche Icefall - 18.04.2014
3 - Mingma Nuru Sherpa - Shangrila Nepal - NBC Everest - Avalanche Icefall - 18.04.14
4 - Dorji Sherpa - Shangrila Nepal - NBC Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
5 - Ang Tshiri Sherpa - Shangrila Nepal - AAI Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
6 - Nima Sherpa - Shangrila Nepal - AAI Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
7 - Phurba Ongyal Sherpa - Adventure Consultants - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
8 - Lakpa Tenjing Sherpa - Adventure Consultants - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
9 - Chhiring Ongchu Sherpa - Adventure Consultants - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
10 - Dorjee Khatri - Adventurist Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
11 - Dorjee Sherpa - Adventurist Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
12 - Phur Temba Sherpa - Adventurist Everest - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
13 - Asman Tamang - Himalayan Ecstasy Lhotse - Avalanche na Cascata de Gelo - 18.04.2014
14 - Ankaji Sherpa - Everest Chinese Dream Expedition - Cascata de Gelo - 18.04.2014
15 - Ash Bahadur Gurung - Everest Chinese Dream Expedition - Cascata de Gelo - 18.04.2014

Desaparecidos na Avalanche da Cascata de Gelo
16 - Tenzing C. Sherpa, Shangrila Nepal - AAI Everest Expedition - Cascata de Gelo - 18.04.2014
17 - Pem Tenji Sherpa - Everest Chinese Dream Expedition - Cascata de Gelo - 18.04.2014

Face Norte
18 - Sherpa morreu em acidente na descida
19 - Sherpa morreu atingido por um raio

Brasil na face Norte do Everest
O brasileiro Axel Vianna Cezar que estava escalando pela Face Norte, não chegou ao cume do Everest. Em breve teremos um relato de Axel aqui no Extremos.

Cumes no Tibet
Aproximadamente 125 montanhistas fizeram cume na Face Norte do Everest nesta temporada.

Foto do Dia
63 - Imagens de Axel Vianna Cezar no Everest

Sobre Cleo Weidlich
Conversamos com o Maurizio Folini, piloto de helicóptero, e ele nos informou que a Cleo Weidlich chegou até o C4 do Lhotse, não atingiu o cume, e agora encerrou a expedição porque a partir de amanhã começa a chegar na região as monções (previsões essas que o próprio piloto repassou para a Cleo, e que ele dispunha de informações diretamente de contatos na Suíça).
Maurizio transportou para Lukla a Cleo Weidlich e a chinesa Jing Wang que chegou ao cume do Everest no último dia 23 de maio. Maurizio transportou todos os esquipamentos das duas expedições do C2 para o Base Camp.
Cleo Weidlich disse a Maurizio que durante a sua escalada no Lhotse, encontrou o corpo do alpinista Hsiao-Shih Lee de Taiwan. Em 2013 Maurizio tentou recuperar o corpo, mas não conseguiu localizá-lo na montanha.

Cleo Weidlich
A montanhista informou através do seu facebook que em nenhum momento após voar de helicótero de Gorak Shep ao C2, pretendia tentar o cume do Lhotse. Leia em suas próprias palavras:

"Caros Amigos,
Muito aconteceu desde que eu estive por aqui. Desci para Lukla hoje e fiquei chocada com todas as especulações sobre a minha escalada do Monte Lhotse nesta temporada.
Em primeiro lugar, eu gostaria de garantir a todos os meus colegas alpinistas de todo o mundo que estão perseguindo todos as 14 X 8000m + montanhas, que eu jamais, em boa consciência, aceitaria o crédito para o cume do Mt. Lhotse sob as circunstâncias que eu cheguei lá. Após a caótica última semana de Abril, quando eu tomei um helicóptero para o C2 e um helicóptero de volta hoje, minha intenção foi entender o que está acontencendo no massivo do Everest e não fazer cume. Isso seria alegando uma montanha inteira (BC-cume-BC), quando, na verdade, eu só subira a metade.
Gostaria de deixar claro à todos os meus companheiros de escalada em todo o mundo, que eu respeito o esforço de todos e eu vou continuar a perseguir as 14 X 8000m+ montanhas por meios justos como eu tenho feito até agora.
Eu fiz muitas filmagens e fotos dos glaciares e apresentarei ao ministério de turismo e aviação civil esta semana para ilustrar a gravidade do aquecimento global no Monte Everest.
Mais uma vez, peço desculpas à todos aqueles a quem eu possa ter ofendido pelo uso do helicoptero até o C2. Porém, nunca tive a intenção de aclamar esta cimeira por estes meios injustos."Cleo Weidlich

Foto do Dia
62 - Maurizio Folini com Cleo Weidlich e Jing Wang

Cumes na Face Norte
Uma equipe de 15 alpinistas russos chegaram ao cume do Everest pela face norte na manhã deste sábado, dia 24 de maio. Para este domingo é esperado aproximadamente mais 100 cumes pela face norte, aproveitando a melhor janela de bom tempo desta temporada.

Cume na Face Sul
O que era o menos provável aconteceu, o primeiro cume do Everest em 2014 foi na face sul, exatamente a face em que todas as expedições comerciais abandonaram a escalada, em parte em respeito aos 16 Sherpas que morreram na Cascata de Gelo e em parte para evitar atritos com os sherpas resistentes a escalada.
A chinesa Jing Wang, juntamente com 5 Sherpas, chegou ao cume do Everest as 6h30 da manhã desta sexta-feira, dia de 23 maio. Para os entusiastas, a equipe salvou a temporada na face sul do Everest. A última vez que não houve cume na face sul foi em 1986. Para os críticos, esta foi uma escalada incompleta, pois voaram de helicóptero do Campo Base ao C2, sem passar pela Cascata de Gelo e pelo C1. Mas com certeza, essa foi uma pequena dificuldade transposta, pois não devemos deixar de dar o mérito a pequena e persistente equipe, por conseguirem equipar a rota pelo menos até o Escalão Hillary e assim concluiram com 6 pessoas no ponto mais alto da Terra.
Os 5 Sherpas:
• Da Gelje Sherpa ChauriKharka, Solukhumbu
• Tashi Sherpa, ChauriKharka, Solukhumbu
• Passang Dawa Sherpa, ChauriKharka, Solukhumbu
• Lhakpa Nuru Sherpa, ChauriKharka, Solukhumbu
• Lhapka Gelje Sherpa Juving, Solukhumbu

Cleo Weidlich
As notícias sobre a Cleo são escassas, mas sabe-se que ela chegou ao C3 e aguardava o momento de ataque ao cume do Lhotse.

Cleo Weidlich
O piloto italiano Maurizio Folini, responsável por levar a montanhista brasileira Cleo Weidlich ao C2 do Everest informou que o voo havia sido autorizado para levar pessoas e materiais ao C2 (6400m). No dia 8 de maio, Cleo e mais dois Sherpas voaram de Gorak Shep para o C2, de onde vai iniciar a sua escalada ao Lhotse.
Maurizio Folini é um dos mais experiêntes pilotos de resgate de helicóptero do Himalya, em 2013 realizou o resgate mais alto da história, a 7.800m no Monte Everest.

Jing Wang
Dois dias depois Maurizio Folini levou a chinesa Jing Wang e mais 7 sherpas que tem o destino de escalar a face sul do Everest. Neste caso foram necessários mais de dez voos para transportar toda equipe e quilômetros de cordas e diversos equipamentos de escalada entre o Campo Base e o C2.
Pelo visto as duas mulheres estão determinadas a escalar o Everest e o Lhotse.
O último ano em que nenhum montanhista chegou ao cume do Everest pela face sul foi em 1986.

Helicóptero
Há informações que a Cleo Weidlich conseguiu chegar ao C2, mas utilizando um helicóptero. Aparentemente essa foi a solução encontrada por ela depois que os Doctor Falls decidiram retirar as cordas e escadas da Cascata de Gelo.
Logo que a Cleo chegou no Campo Base do Everest para a escalada ao Lhotse, o Extremos questionou se ela iria utlizar helicóptero. Ela tinha informado que enquanto pudesse iria utilizar as escadas, mas não citou em nenhum momento o uso de helicóptero.
Para realizar um voo de helicóptero em áreas restritas acima do Campo Base, é necessário pedir uma autorização ao Ministério do Turismo e Avião, e este informou que nenhuma solicitação foi feita. O custo de um voo é estimado em U$ 2.000,00 por pessoa, o que daria um total de U$ 4.000,00 em um voo completo de ida e retorno.
O Extremos tem mantido contato constante com a Cleo nas últimas semanas e ela nos informou que estaria sem comunicação nestes dias fora do Campo Base, quando ela retornar iremos confirmar se essas informações estão corretas.

Chinesa na face sul
E pelo visto a temporada é das mulheres. A escaladora chinesa Jing Wang, de 40 anos, é outra que já está no C2. Jing está em seu projeto 7+2 (os Sete Cumes mais os dois Polos). Ela chegou ao Campo Base com uma equipe contratada de 7 sherpas.

Cleo Weidlich
Em meio a especulação que os Sherpas começariam a desmontar a estrutura de cordas e escadas na Cascata de Gelo, Cleo Weidlich partiu hoje do BC com destino ao C2 e possivelmente o C3.

"Hoje começo meu trabalho acima do C2. Com escada ou sem. Engraçado como o povo faz as escadas e cordas parecerem vital as suas escaladas. Será se esses turistas de montanhas, já escalaram alguma montanha não comercial tal como: Kangchenjunga, Annapurna, Gasherbrum I, Nanga Parbat? Nessas montanhas não comerciais, medimos nossa competência e abilidade como montanhistas completos, pois nossas vidas estão em nossas mãos e não nas dos Sherpas."Cleo Weidlich

Cleo Weidlich
A brasileira está de volta ao Campo Base e hoje conversamos rapidamente com ela:

"Estou indo bem. Baixei ontem a tarde do C1 onde fiz meu depósito."Cleo Weidlich
Foto do dia
61 - Imagem do Campo Base do Everest já praticamente vazio.

O Everest no Fantástico
Hoje o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma matéria especial sobre a maior tragédia do Everest, que aconteceu no dia 18 de abril depois que uma avalanche matou 16 sherpas na Cascata de Gelo. O programa conta com a contribuição do Extremos e participação de alguns dos montanhistas brasileiros que estavam no Campo Base do Everest, entre eles, Cid Ferrari, Carlos Santalena e Roman Romancini.
Clique e assista a matéria no site do Fantástico.

Mais um brasileiro
Logo que a maioria dos montanhistas brasileiros chegaram ao Campo Base do Everest em meados de abril, fomos informados que havia outro brasileiro se preparando para a escalada e que ainda não estava em nossa cobertura online. A informação inicial era que ele iria escalar o Everest. O Extremos conseguiu apurar os fatos e Carlos Alexandre iria na realidade escalar o Lhotse utilizando o permit da agência Summit Climb.

A via escolhida
Cleo Weidlich vai escalar o Lhotse pela mesma via aberta em 2010 pelo russo Denis Urubko e que até hoje não foi repetida. Fotos 58 e 59.

"A minha rota será a rota que o Denis Urubko abriu em 2010, sai do Colo Sul do Mt. Sagarmatha e segue a aresta entre Sagarmatha e o Lhotse Main. Ninguém ainda a repetiu.
Irei ao C1 no sábado de madrugada e dois dias depois iniciarei a fixação de cordas na face do Lhotse, esta face é puro gêlo azul, fazendo a descida extremamente perigosa. Estou aqui no BC há dois dias e fui muito bem recebida pelos Sherpas. Tive uma reunião com o SPCC e os protestantes da cascata de gêlo. Até agora, eu sou a única pessoa aprovada pelos Sherpas para escalar a cascata de gêlo do Khumbu.
Aqui no BC do Sagarmatha permanece somente alguns chefes de agências de expedições, campo base do SPCC, jornalistas, e um grupo fazendo uma filmagem do Everest do ponto de vista dos Sherpas."Cleo Weidlich
Fatima Williamson
Ela informou que em 2015 voltará ao Everest, mas que estudará como opção a Face Norte, no Tibet. Dia 17 de junho ela viaja ao Alaska onde irá escalar o McKinley, mais uma montanha em seu projeto dos 7 Cumes. Em 2013 ela escalou o Aconcágua, Elbrus, Vinson e o Kilimanjaro.

Em busca dos 7 Cumes
A 1ª brasileira a escalar os 7 Cumes é bem provável que seja a Ana Boscarioli ainda em 2014, ou a Fatima Williamson em 2015.

Foto
60 - Fatima Williamson no Campo Base do Everest com a Cascata de Gelo ao fundo

A escalada do Lhotse
Para acompanhar a escalada ao Lhotse de Cleo Weidlich, o Extremos preparou mais duas imagens da Cobertura Online onde você entederá melhor a rota que é utilizada e terá noção da grandiosidade da escalada.
Os únicos brasileiros a chegar ao cume do Lhotse é o Waldemar Niclevicz e Irivan Burda em 5 de outubro de 2002.

Double Summit
Waldemar e Irivan tentaram realizar o famoso "Double Summit", a escalada do Everest e Lhotse na mesma investida, mas tiveram que desistir do Everest depois de uma avalanche e acabaram escalando somente o Lhotse.
Roman Romancini também tinha o permit para o "Double Summit" neste ano, mas infelizmente sua agência abandonou a expedição em decorrência da avalanche que matou 16 Sherpas.

Fotos
58 - C3 e C4 do Lhotse
59 - O Corredor do Lhotse

Cleo Weidlich
Cleo já está no Campo Base do Everest e se prepara para escalar o Lhotse na tentativa de conquistar a sua 9ª montanha acima de 8.000 metros.
Ela informou que todas as expedições comerciais e internacionais abandonaram a temporada, mas ainda restam algumas expedições independentes que continuarão em solidariedade ao povo Sherpa.

Os tipos de expedições
Comercial: tudo é planejado pela agência programando toda a expedição. Tais como datas do ínicio e término da expedição pré-fixas, guia(s), Sherpas, fixação de cordas, uso de O2, menu pré-fixo, regras de comportamento, regras da escalada (tais como tempo mínimo de escaladas entre campos, i.e. 5 horas entre Campo base e campo 1, três horas entre c1 e c2, etc). O guia e os Sherpas fazem toda as decisões para os membros que compraram sua participação na tal expedição.

Internacional: Membros compartilham o permisso e os serviços de acordo com o programa da agência providenciando a logística para a expedição. A agência organizando a expedição determina o(a) líder de acordo com a experiência comprovada. As decisões do(a) líder levam em consideração os desejos dos membros. Operam num sistema democrático. Membros tem tempo determinado para ínicio e fim da expedição determinado pela agência de logística. As regras de comportamento e escaladas são determinadas pela agência organizadora. Sherpas servem de guias.

Independente: O escalador organiza junto à uma agência de logistica sua expedição. Sendo o escalador responsável por todos os detalhes. Esse tipo de expedição pode ser em solo ou com um parceiro ou grupo de amigos. Os serviços da agência de logística são limitados ao transporte e uso de cozinheiro e ajudante de cozinha até o acampamento base. O(s) membros determinam o tempo que precisam para fazer a escalada. Na montanha fica tudo por conta dos(as) escaladores(as), tal como fixar cordas, planejar rota, fazer plataformas de acampamentos, implementar toda a estratégia da escalada, etc.

Área da Avalanche
Infográfico mostrando o estudo da área da avalanche que matou 16 Sherpas após a queda de um Serac no dia 18 de abril de 2014, causando a maior tragédia no Everest.
Veja em detalhes!

Mais perto do fim com mais três desistências
As três grandes agências que poderiam alimentar uma esperança de continuação da temporada, a Himex, Jagged Globe e Altitude Junkies, acabam de anunciar que para eles a temporada terminou.
Realmente agora as chances são praticamente nulas, mas aguardaremos o contato com os brasileiros que ainda estão no Campo Base para a confirmação.

Encerrada a temporada na Face Sul
"A temporada 2014 da face sul do Everest está encerrada. 
Qualquer pessoa que julgue se foi certa ou errada essa decisão, com certeza não esteve lá. 
Morreram 16 Sherpas em um mesmo dia em uma avalanche, centenas de sonhos de chegar ao cume do Everest foram adiados, as reivindicações justas dos Sherpas passaram a ficar politizadas, as agências tendo que ponderar por segurança, lucro e sonhos de seus clientes. O governo cedendo em partes e endurecendo em outras posições. Renomados Sherpas que receberam o aval de suas agências e garantias que receberiam todo o seu pagamento em caso de suas desistências, optaram pela lealdade em seguir com a expedição até onde fosse autorizado. De outro lado um grupo de Sherpas ameaçando os outros que queriam continuar trabalhando. Clima tenso, perigoso, uma raiva coletiva no ar que obrigou a muitos montanhistas a buscar refúgio em vilarejos mais abaixo.
A dor de famílias que não mais terão seus entes queridos, seu suporte como pai, filho e como sustento da família.
Histórias de superações de pessoas que enfrentaram doenças como o câncer, acidentes e que estavam alí como uma forma de buscar um estímulo a mais para a sua vida, de um desafio, que é tão inerente do ser humano.
Novos cumes não serão reportados, novas façanhas não entrarão para a história, certamente novas mortes que viriam com a continuação da temporada não mais acontecerão.
Para quem está na Face Sul do Everest, essa é a realidade, esse é o momento de recolher, refletir e voltar.  Enquanto que dezenas de alpinistas que estão do outro lado do Everest, na face norte, no Tibet, estão praticamente inerentes a tudo isso e seguem em busca de seus sonhos, seguem em busca do ponto mais alto do nosso planeta, onde ficarão por apenas alguns minutos, mas o suficiente para mudar as suas vidas.
A vida é assim, cheia de sonhos, amor e drama.

Obrigado a todos que nos acompanharam até aqui, nós continuaremos reportando os dias finais na face sul, e principalmente toda a escalada na face norte.
Um imenso carinho aos brasileiros André Freitas, Rosier Alexandre, Carlos Santalena, Roman Romancini, Cid Ferrari e Fatima Williamson, que durante toda a temporada atenderam aos pedidos de informações e entrevistas ao Extremos, essa presença direta de quem está vivendo a história em tempo real é primordial para que a Cobertura Online do Extremos seja tão fascinante. Obrigado!"
Elias Luiz - Editor Chefe do Extremos

Fatima Williamson fora do Everest
Outra grande agência, a RMI Expeditions também encerrou as atividades no Campo Base e nos próximos dias descem para Kathmandu. A brasileira Fatima Williamson que era cliente da RMI é mais uma a adiar o sonho de chegar ao topo do mundo. Melissa Arnot que já esteve 5 vezes no cume do Everest, também está abandonando a escalada nesta temporada.
A Peak Freaks é mais uma agência a encerrar a expedição.

Mais cancelamentos

Hoje as agências IMG e Alpenglow cancelaram a expedição de escalada ao Everest. No início da semana a Alpine Ascents e Adventure Consultants já haviam cancelado também
Agora as 19:15 outra grande agência, a RMI Expeditions também encerrou as atividades no Campo Base e nos próximos dias descem para Kathmandu.

Mas porque a decisão da IMG pode desenfrear o cancelamento geral das expedições no Everest este ano?
A IMG era a maior agência no Campo Base com 28 clientes e certamente a que tinha o maior número de sherpas. Para a montagem das cordas de segurança que na maior parte está acima do C2, cada agência disponibiliza um número de sherpas formando assim uma grande equipe que faz esse árduo trabalho de transportar quilômetros de cordas, parafusos de fixação, estacas, etc, além de uma equipe que faz a fixação das cordas até o cume, somente quando esse trabalho é concluído é que finalmente é aberta a temporada de ataque ao cume.
Com a IMG saindo, essa equipe de fixação de cordas perde um grande número de Sherpas, o que pode ser crucial para a execução do trabalho.
Ainda não podemos dar como encerrada a temporada, quem fará isso serão os próprios diretores das agências em conjunto com os Sherpas ou até mesmo o Ministério do Turismo do Nepal.
Mas mesmo com a desistência da IMG, das grandes agências ainda resta a Himex de Russel Brice, que está em Katmandu negociando com o governo. Se houver uma cooperação da Himex com as outras que ainda permanecem, é possível ter esperanças que a temporada continue.
Antes de julgar a atitude de Russel Brice em negociar com o governo, vale lembrar que a Himex foi uma das primeiras grandes agências a cancelar uma temporada no Everest, em 2012, enquanto todas outras permaneceram na montanha. É bem provável que Russel Brice e outros diretores de agências estão em Katmandu mais com a intenção de pressionar o governo para que sejam atendidas as exigências dos Sherpas, independente se a temporada continuará ou não. Pois é melhor resolver essa questão agora do que prolongar esse descontentamento e essa insegurança aos Sherpas e as agências nos anos posteriores. Pois no final das contas esse é apenas mais um ano, e no ano que vem e nos posteriores todas essas agências voltarão para o Everest. Quer queira ou não, o Everest é um grande negócio e quanto mais segurança tanto em vidas como em garantias de prestação de serviços, melhor para todos.

Quando uma agência desiste, quem fica com o prejuízo?
Não quero entrar na questão pessoal de cada um, ainda mais precipitadamente. Então vamos dar como exemplo a Himex (Himalayan Experience) do neozelandês Russel Brice que desde 1974 lidera expedições ao Himalaia. Veja o que ele mesmo disse em 2012:

"Os clientes não receberão o reembolso dos $ 43.000 euros que pagaram pela expedição. O dinheiro já foi gasto com salários, logística, alimentação, cordas, equipamentos, licenças de transporte, hotéis, etc. Há pequenas economias, como oxigênio, alguns sacos de comida e de higiene e clientes que quizerem vir conosco no ano que vem certamente terão um desconto."__Russel Brice

Fim de um sonho

A agência IMG (International Mountain Guides) da qual André Freitas faz parte, acaba de anunciar que está cancelando a expedição e em no máximo 2 dias partem rumo a Kathmandu.
A IMG era a maior agência no Campo Base do Everest com um total de 28 clientes e 3 guias ocidentais. Essa decisão pode acabar influênciando ainda mais para o encerramento da temporada de todas as outras expedições no Everest.
Até o momento ainda não saiu a decisão da reunião que Russel Brice da Himex teria hoje com o governo do Nepal, onde seria decidido se todas expedições teriam que encerrar a temporada ou se o governo acataria as reivindicações dos Sherpas.
Oficialmente André Freitas é o primeiro dos seis brasileiros a ter que abandonar a expedição ao Everest de 2014.

"A expedição foi cancelada por motivo de segurança, um grupo de Sherpas está ameaçando os Sherpas que decidiram ficar e trabalhar.
Ano que vem eu volto!"_ André Freitas
Outros Brasileiros
Carlos Santalena, Cid Ferrari e Rosier Alexandre desceram para Lobuche e nesta madrugada vão escalar o Lobuche Peak de 6.119m.
Roman Romancini está no Campo Base.

Face Norte
Todas as agências já chegaram no Campo Base do Everest na face norte, no Tibet. O acesso até a BC é feito de 4x4 e caminhões que saem de Kathmandu e utilizam a Rodovia da Amizade no planalto tibetano, bem diferente da Face Sul, que é preciso fazer uma aproximação de avião até Lukla e depois mais 8 dias de caminhada pelo Vale Khumbu até o Campo Base.
O clima por lá está bom e já tem agências subindo para o Campo Base Avançado.

Foto do dia
55 - Reunião em que a IMG encerrou a expedição

Novidades

Criamos algumas novidades para ficar mais fácil de interpretar a foto nº 1 da Cobertura Online, essa que sempre aparece quando você entra nesta página.
Repare que agora as agências (icone azul) 1 e 4 estão transparentes. Isso significa que essas agências desistiram da escalada do Everest e já estão abandonando o Campo Base. Manteremos desta forma, pois assim fica fácil de identificar quais desistiram.
Essa mesma lógica serve para os mortos no Everest. Repare que onde ocorreu a avalanche há dois icones pretos. O icone preto com o nº 13 está transparente, significa que naquele local morreram 13 pessoas (Sherpas), mas como está transparente, isso demonstra que os corpos foram resgatados. Ao contrário do Circulo com o nº 3, que são os 3 Sherpas que estão desaparecidos sob a avalanche.

Legenda dos Icones
Essa legenda normalmente fica no início da Cobertura Online - abaixo do primeiro post - mas estamos reproduzindo ela aqui:

		Os brasileiros
		Uma agencia, podendo conter mais de um alpinista escalando a montanha
		Uma agencia que já abandonou o campo base
		Um alpinista que daremos destaque
		HRA - Centro Médico instalado no Campo base do Everest
		Policiais e oficiais de ligação
		Alpinista ou Sherpa que faleceu e o corpo permanecerá no local indicado
		Alpinista ou Sherpa que faleceu, mas o corpo já foi retirado da montanha
		Região onde ocorreu avalanche ou quedas de rochas
C1		BC.C1.C2.BC - A progreção do alpinista. Neste exemplo ele completou o 1º Ciclo de Aclimatação
*		Os dados referentes a temperatura e velocidade do vento é coletado do topo do Kala Patar, a 5.550m

"Caros amigos... estou no Campo Base do Everest (5.350m). As coisas por aqui não estão como gostaríamos. Após a tragédia que vitimou 16 pessoas, os Sherpas se reuniram, e estão, com muita justiça, exigindo do governo nepalês melhores condições de trabalho e também assistência familiar em caso de morte. Eles pedem ao governo também o fim desta temporada encerrando todas as expedições, mas o Ministério do Turismo não quer fazer isso porque traria prejuízos financeiros e infelizmente aos governos isso é o que importa. Eles pedem aos líderes das expedições que encerrem suas expedições como protesto ao governo e respeito aos mortos, mas nada disso está ocorrendo. Na reunião os Sherpas produziram um documento com solicitações ao governo e deram o prazo de sete dias, caso não sejam atendidos deverão fazer uma greve coletiva, porém não há uma unificação das reinvindicações dos Sherpas, até porque muitos deles ainda estão nos povoados ou em Kathmandu para a cerimônia de cremação de seus amigos e parentes, e esta falta de unificação criou um clima de violência e extremo desconforto.
Cada dia perdido é precioso para uma expedição, mas tem algo maior a ser levado em consideração, estamos diante da maior tragédia que já existiu no Everest em todos os tempos e isso deixou a comunidade Sherpa abalada e precisamos respeitar a sua cultura e o seu sofrimento.
Os próximos dias devem ser decisivos. Amanhã vamos descer para Lobuche (4.900m) e de lá vamos escalar o Pico Lobuche (6.150m) como período de aclimatação e em 5 dias devemos retornar ao Campo Base. Se existir um consenso entre os Sherpas em continuar as expedições, nós continuaremos, caso contrário, lamentavelmente devemos cancelar definitivamente a nossa expedição.
Desde já quero deixar registrado que respeito e acato plenamente a decisão dos Sherpas e também não darei prosseguimento a minha expedição se não sentir a segurança mínima necessária.
Mais uma vez agradeço as muitas vibrações e orações de todos vocês. Muito, muito obrigado.
Logo que tiver novas decisões darei notícias.
Recebam o meu abraço caloroso do tamanho do Everest." __Rosier Alexandre

Foto do dia
54 - Resgate de corpos - Equipe - Helicóptero

Carlos Santalena, Cid Ferrari e Roman Romancini subiram juntos até o C1 do Pumori. Depois encontraram no Campo Base com Rosier Alexandre e André Freitas.

Cada vez pior
O ambiente no Campo Base está cada dia pior, hoje os Sherpas fizeram uma reunião e nada foi resolvido, para piorar a situação eles estão sem um Sirdar - chefe dos Sherpas - e por isso não seguem uma linha lógica e a cada momento a discussão toma um rumo diferente. Eles estão nervosos, eles querem briga, pois o governo parece que não está querendo atender as suas reivindicações. O clima está cada vez mais tenso no Campo Base. Os sherpas proibiram os Doctor Falls de consertarem a rota na Cascata de Gelo.
Alguns chefes de agências partiram rumo a Katmandu para tentar negociar com o governo.
As buscas pelos corpos dos sherpas desaparecidos na avalanche foi encerrada, pois é provável que estejam soterrados sob toneladas de gelo.

De malas prontas
- A gência Alpine Ascents com 12 clientes e um guia ocidental, resolveu abandonar a escalada e estão voltando para casa.
- A agência Adventure Consultants, fundada pelo famoso alpinista e guia Rob Hall, que faleceu na tragédia de 1996 no Everest, é mais uma que está encerrando a temporada e seus 6 clientes já também estão voltando pra casa.
- A equipe da Discovery Channel que iria transmitir ao vivo o salto de wingsuit também colocou as mochilas nas costas e desistiram da escalada do Everest.

Foto do dia
53 - Encontro dos brasileiros no Campo Base do Everest

Essas são as reivindicações que os Sherpas fizeram ao ministério dos esportes e turismo do Nepal e estipularam a data limite de 28 de abril para que o governo responda e cumpra as exigências:

• Dispensa imediata para vítimas de avalanches;
• Doar 1 milhão de rúpias nepalesas (R$ 23.000,00) para cada família das vítimas;
• Criar um parque com um memorial as vítimas, em Katmandu;
• Cobrir todas as despesas do tratamento aos feridos;
• Doar 1 milhão de rúpias nepalesas (R$ 23.000,00) para cada uma das vítimas feridas que não poderão mais exercer atividades de montanhismo;
• Criar um fundo de ajuda ao montanhismo no Nepal, reservando 30% das arrecadações com as licenças de todas as montanhas (para 2014 estima-se que seria uma arrecadação de R$ 2.5 milhões);
• Dobrar o valor do seguro para os sherpas de alta montanha;
• Fornecer resgate de helicóptero adicional para os sherpas - caso o seguro já oferecido não cubra esse serviço;
• Obrigar que as agências paguem os salários integrais e prêmios, exceto bônus de cume, caso os sherpas decidam cancelar a escalada nesta temporada;
• Fornecer o uso de helicóptero para trazer de volta toda a logística e equipamentos que já estão nos Acampamentos 1 e 2, caso os montanhistas decidam abandonar a escalada nesta temporada;
• Não punir os Doctor Falls - Sherpas que cuidam da rota na Cascata de Gelo - caso eles decidam recusar a fixar cordas e escadas nesta temporada;
• Deixar que os membros das expedições decidam se querem ou não cancelar a escalada desta temporada.

"Não se sabe se os sherpas vão ficar ou vão fechar a montanha. No momento está fechada, esperando algumas negociações. Eles mandaram uma carta pro parlamento com alguns pedidos.
Estamos esperando a conclusão desta negociação. Vão começar a negociar hoje e pode demorar semanas. Mas ainda então conversando. Os mais velhos querem ficar. Os mais novos querem tumultuar e pedir coisas que talvez o governo não aceite e estão mais para ir embora.

Perguntei para o Greg Vernovage (diretor da IMG) na reunião, se toda equipe de sherpas for embora, a IMG com os sherpas que tem, se conseguem manter o plano de subir a montanha?
Ele falou que se os nossos sherpas ficarem, a gente sobe. Eles instalam as cordas e levam oxigênio. Eu falei que não vou embora. Que sou positivo e que acho que nossos sherpas vão nos guiar para o cume. O pessoal aqui está muito incomodado. Muito estresse. Muitos rumores sobre tudo aparecem a toda hora. Só se fala nisso. O pessoal está com os nervos a flor da pele.

Da minha parte, vou ficar subindo outras montanhas por aqui pra aclimatar e estar preparado pra quando o momento de subir acontecer. Existe a chance de pular uma rotação, não é ideial mas é possivel. Alguns vão sofrer mais que outros, mas é uma ideia. Isso se o cronograma apertar.

Estou positivo e falei isso na reunião. Tenho certeza que nossa equipe vai continuar. Acho que sou o único positivo. O pessoal aqui é muito negativo, só falam coisas ruins! Incrível!

Pelo que parece vamos ficar muito tempo por aqui. Até final de junho, pelo jeito, se as coisas demorarem pra se ajeitar.

O pessoal também vai tentar falar com alguns embaixadores. Tem um grupo grande do Google e outras pessoas influentes por aqui. Acho que a mídia vai ser acionada com força agora.

Estamos vivendo um momento histórico por aqui. Muitas coisas irão mudar em relação aos sherpas, já estava na hora de algo acontecer a favor deles." __André Freitas

A primeira vitima ocidental no Everest não foi basicamente uma pessoa, mas sim o projeto "Everest Jump Live”, o primeiro salto de wingsuit do Everest e que seria televisionado ao vivo para todo mundo, e estranhamente já havia data e horário previsto, dia 11 de maio de 2014 entre 9 da manhã à 6 da tarde, um show de 2 horas com transmissão ao vivo pela Discovery Channel. Mas hoje a emissora de TV a Cabo emitiu um comunicado em sua página oficial do Facebook dizendo:

"Em função da tragédia avassaladora no Monte Everest e em respeito as famílias dos mortos, a Discovery Channel não vai seguir em frente com o projeto “Everest Jump Live". Nossos pensamentos e orações vão para toda a comunidade Sherpa." __Discovery Channel

Normalmente a comunidade dos montanhistas mais tradicionais e principalmente a comunidade Sherpa não vê com bons olhos os projetos faraônicos e exóticos na montanha mais alta do mundo. Os Sherpas consideram esse tipo de "show" montado como uma afronta a montanha, pois eles consideram o Everest praticamente como uma divindade, os nepaleses chamam o Everest de Sagarmatha (rosto do céu), para os tibetanos é Chomolangma (mãe do universo). A equipe da Discovery Channel já estava há algumas semanas no Campo Base do Everest, e movimentava uma grande atenção, algumas agências relatavam que a logística da expedição era enorme, e tinham visto vários vôos de helicópteros do Campo Base para o Campo 2, e diziam que ainda seriam efetuadas outras dezenas de vôos para transportar todo o equipamento necessário para garantir a transmissão ao vivo do salto.

O multi-esportista Joby Ogwyn que faria o salto de wingsuit, por coincidência fazia parte da mesma expedição de Rosier Alexandre, que usava o “permit" da Madison Mountaineering mas tinha a sua própria expedição dentro da expedição. Com toda estrutura montada para o documentário e para o programa ao vivo, Joby Ogwyn praticamente não tinha contato com as pessoas e sempre estava cercado por câmeras ou pela equipe da Discovery Channel, o que também é natural por toda estrutura ambiciosa montada.

Por um lado é uma pena, pois com certeza se tudo desse certo seria produzido um material de boa qualidade mostrando toda a escalada do Everest e culminando com o salto ao vivo. Mas por outro lado a montanha ganha um pouco mais de paz e volta a viver o seu cotidiano normal dos últimos os anos, o que hoje em dia podemos dizer que já é bem mais agitado do que 20 anos atrás, por exemplo, em 1996 apenas 95 montanhistas e sherpas chegaram ao cume do Everest, em 2013 foram mais de 600 montanhistas e sherpas que chegaram ao topo do mundo. A previsão para 2014 é tenhamos mais de 600 pessoas fazendo cume do Everest pela face sul e norte.

Cleo Weidlich
O Extremos irá incluir nesta Cobertura Online a escalada da nossa colunista Cleo Weidlich rumo ao topo do Lhotse.

"É com grande tristeza que informo que a embaixada Chinesa cancelou a minha autorização para subir o monte Shishapangma. Como opção, vou escalar o monte Lhotse, Nepal. Estou à espera de aprovação da minha rota vindo do governo do Nepal, que deve ser lançada amanhã. Eu vou mantê-los informado dos desenvolvimentos. Obrigado por seu apoio contínuo."__ Cleo Weidlich

Cena triste
Estão chegando algumas imagens muito tristes dos sherpas que foram vítimas da avalanche que aconteceu ontem na Cascata de Gelo. Nossos sentimentos e apoio aos familiares e amigos. Grandes vidas se perderam, muitos pais de famílias, filhos e sherpas que trabalharam por anos em grandes expedições de sucesso ao cume do Everest. É um dia que entra para a história do Everest e do montanhismo, mas infelizmente um triste dia.

Um tempo
Os diretores das agências comerciais se reuniram e decidiram que nós próximos dois dias nenhum montanhista irá subir a cascata de gelo, deixando a área livre para o fim dos resgates dos corpos dos sherpas que estão desaparecidos e também para que os sherpas possam abrir uma nova rota na parte que foi danificada do acesso ao C1.

Foto
47 - Imagens tristes

Sobe para 13 o número de mortos
Nesta última atualização - 16:52 no horário de Brasília - foram confirmadas 13 mortes e 3 desaparecidos. A avalanche aconteceu as 7 horas da manhã (22h15 no horário de Brasília) no final da Cascata de Gelo, próximo ao C1, a 5.800 metros de altitude e atingiu um grande grupo de sherpas que estavam levando equipamentos e mantimentos para o Campo 1 e Campo 2. Normalmente os sherpas passam pela Cascata de Gelo bem no início da manhã, horário que ainda é considerado mais seguro e o gelo mais estável.
Os corpos foram resgatados do local da avalanche por helicópteros e levados primeiramente ao Campo Base do Everest e de lá foram enviados de helicóptero para Periche e depois para Lukla.
Há alguns sherpas feridos estão sendo atendidos no Campo Base e outros devem seguir para o hospital em Kathmandu.
Nossas condolências aos amigos e familiares.

Maior tragédia
Essa já é a maior tragédia no Everest em um único dia. Em 1996 em toda temporada morreram 15, mas entre os dias 10 e 11 de maio morreram 8 montanhistas.
Até o momento na temporada 2014 do Everest, 14 sherpas morreram - 13 devido a avalanche e 1 de HAPE.

Fotos
01 - Confira na imagem de capa de nossa cobertura online mostrando o local da avalanche
02 - A imagem 2 mostra o local mais aproximado da avalanche
43 - O local da avalanche na Cascata de Gelo e os montanhistas percorrendo a sua trilha
44 - Foto tirada hoje por André Freitas mostrando o local onde os helicoptero deixavam os corpos
45 - Foto tirada hoje pelo trekker brasileiro Kleber Oliveira do cume do Kala Patar
46 - Foto tirada hoje da avalanche

Trilha interrompida
Há pelo menos 100 Sherpas presos acima do local da avalanche, entre o C1 e C2, pois a rota do C1 ao Campo Base foi obstruída pela avalanche. Os Sherpas terão que abrir uma nova rota, e isso pode levar dias para que tudo seja normalizado e que os ciclos que aclimatação se iniciem.

Mensagem do montanhista brasileiro André Freitas que está no Campo Base do Everest
"A última atualização que recebemos aqui no Campo Base é de 13 mortos e 3 desaparecidos. Helicópteros voam a todo momento e retornam com corpos dependurados e pousam aqui perto de nosso acampamento. Agora são 12h45 (4h no horário de Brasília). Talvez essa seja a maior catástrofe do Everest até hoje, em 1996 em toda temporada morreram 15 pessoas. Muito triste! O pessoal está arrasado. Elias, parece que foram só sherpas. Os outros clientes estavam mais abaixo e se esconderem atrás de uns blocos de gelo. Amanhã continuarão com as buscas, ainda tem 3 desaparecidos.
Nosso cronograma oficial era pra subir exatamente hoje ao C1, dia da tragédia. Mas como tem um grupo da IMG usando as nossas barracas do C1, então não fomos. Iríamos amanhã, mas uma parte da rota foi destruída então não sabemos quando iremos. Ainda hoje teremos uma reunião para definir isso."__André Freitas

Mensagem de Rosier Alexandre
"Eu estou bem e estive com o Cid Ferrari e o Carlos Santalena há pouco, eles estão bem também. Os dois haviam descido ontem para Dingboche, mas assim que ficaram sabendo da tragédia, eles retornaram ao Campo Base do Everest."__Rosier Alexandre

Os brasileiros
Ontem conversamos com todos os brasileiros e não estava programado para nenhum deles subirem ao C1 hoje. O cronograma dizia que eles começariam a subir entre sábado e domingo.
Carlos Santalena e Cid Ferrari tinham informado que desceriam hoje para Dingboche.

Fatima Williamson subiu ontem até a metade da cascata de gelo com o seu grupo da RMI e depois retornaram para o Campo Base. Hoje todos estão em segurança no Campo Base.

Encontro de brasileiros
Hoje teve um encontro de brasileiros no Campo Base, com Cid Ferrari, Rosier Alexandre e Carlos Santalena. Eles realizaram a cerimônia Puja. No domingo, Rosier começa o seu 1º ciclo de aclimatação subindo ao C1 e depois C2.

Carlos Santalena e Cid Ferrari
Carlos e Cid descem amanhã para Dingboche e no dia 20 estarão no Campo Base do Island Peak e dia 21 no cume, finalizando assim o 1º Ciclo de Aclimatação, e depois retornam para o Camp Base do Everest.

André Freitas
No sábado, as 3h da madrugada André Freitas começa o seu 2º Ciclo de Aclimatação, ele vai aproveitar a madrugada para passar pela Cascata de Gelo e o Popcorn, pois neste horário o gelo é mais estável. O programado é de dormir duas noites no C1 e duas noites no C2 e depois retornar ao Campo Base.

Fotos do Dia
41 - O encontro dos brasileiros
42 - Preparação para a cerimônia Puja

Resgate
Não está totalmente certo se Philip tropeçou em uma pedra ou desmaiou. Na segunda-feira ele caiu e bateu a cabeça em uma pedra no Campo Base e ficou inconsciente por alguns minutos. Ele recebeu tratamento imediato de sua agência, a Jagged Globe e foi encaminhado ao HRA (centro médico instalado no Base Camp), onde recebeu oxigênio e medicação. Devido ao ferimento na cabeça os médicos acharam que seria mais adequado a sua remoção para um hospital em Kathmandu. Um helicóptero foi solicitado e por sorte tinha um nas imediações e em 30 minutos após a solicitação (pouco mais de 1 hora depois do acidente) ele já estava sendo transferido para Kathmandu. Segundo as mais recentes informações, Philip está se recuperando bem no hospital.

Rosier Alexandre
Rosier e Andrea fizeram hoje um treinamento de escalada em gelo próximo a Khumbu Icefall (cascata de gelo).

Foto
Imagem do dia
40 - Karl Nesseler, Andrea Cardona, Rosier Alexandre e Garrett Madison.

Ralf Dujmovits
Ele tem 52 anos, em 2009 se tornou a 16ª pessoa a escalar as 14 montanhas acima de 8.000m, sendo o primeiro alemão. Ele também já completou o projeto 7 Cumes. Ralf é o marido da renomada alpinista autríaca Gerlinde Kaltenbrunner, a 1ª mulher a escalar os 14x8.000m sem o uso de oxigênio suplementar.
Essa será a sua 6ª tentativa de escalar o Everest sem o uso de oxigênio suplementar, ele escolheu a Face Norte do Everest e a rota do Corredor Norton.

Sem Oxigênio Suplementar
Até o momento 4 alpinistas tentarão escalar o Everest sem o uso de oxigênio suplementar:
- David Göttler - 33 anos - Alemanha - Face Sul
- Ralf Dujmovits - 52 anos - Alemanha - Face Norte
- Horia Colibasanu - 37 anos - Romênia - Face Sul

- Peter Hamor - 49 anos - Eslováquia - Face Sul

Todos os brasileiros no Campo Base
Hoje a tarde - horário do Nepal - Roman Romancini finalmente chegou no Campo Base do Everest, onde deve descansar por alguns dias antes de fazer o seu Puja e iniciar o seu ciclo de aclimatação.

Carlos e Cid
Carlos Santalena e Cid Ferrari chegaram ontem ao Campo Base, onde estão descansando e logo devem descer para escalar o Island Peak como o seu primeiro ciclo de aclimatação.

André Freitas
A IMG é uma das agências que está mais adiantada em seu cronograma, na foto ao lado você o André Freitas treinando sobre as escadas de alumínio, atividade constante que ele fará quando tiver que atravessar a Cascata de Gelo.

Fotos
Imagens do André Freitas
38 - Momentos do André Freitas

Acampamento Base do Everest
Com a chegada de mais agências, o Acampamento Base está cada dia mais cheio e as expectativas aumentam para o início do primeiro ciclo da escalada pela temida Cascata de Gelo. Os Sherpas continuam equipando os acampamentos C1 e C2 e provavelmente amanhã a agência IMG, que o André Freitas faz parte, deve subir para o C1 e depois C2. Lembrando que André já fez o seu primeiro ciclo de aclimatação subindo o Lobuche Peak de 6119 metros no final da semana passada.

Fotos
A internet está melhorando no Campo Base e estão chegando cada vez mais imagens de qualidade, confira as últimas fotos:
33 - Chegando a Namche Bazaar
34 - Pelas ruas de Namche Bazaar
35 - Subindo o Lobuche Peak
36 - Preparando o terreno no Campo Base
37 - O acampamento da agência IMG

Roman Romancini
"Hoje estou em Lobuche e amanhã partimos para o Base Camp! Estes últimos dias foram intensos. Em Pangboche tivemos o puja com o Lama Geshi, uma cerimônia espiritual bonita. Em Pheriche, estive no memorial dos alpinistas mortos no Everest e me emocionei bastante ao encontrar o nome do Vitor Negrete, um grande amigo, que certamente me acompanhará nesta escalada, como havíamos planejado anos atrás. Ontem foi um dia bastante puxado fisicamente 10 horas de caminhada, saímos de Pheriche às 8:00 e fomos escalar o Chukung Ri, um ascensão de 1.300m a 5.535m. Voltamos para dormir em Dingboche. Hoje foi uma leve caminhada de Dingboche até Lobuche." - Roman Romancini

Fotos
Confira as imagems publicadas hoje:
31 - Roman em Chokunk Ri, em Dhukla e no memorial aos mortos no Everest
32 - Memorial aos mortos com homenagem a Vitor Negrete

Wingsuit
Joby Ogwyn que fará um salto ao vivo de wingsuit do cume do Everest já está no Campo Base e divide o permite da mesma agência do Rosier Alexandre, a Madison Mountaineering, o que nos ajudará a ter mais informações sobre a sua escalada. Joby chegou ao Campo Base pré aclimatado e já tem agendado o seu cume para o dia 11 de maio, se tudo correr bem, tanto em sua escalada como na previsão do tempo. Ele já tem um permit que autoriza o seu salto, então depende apenas dele e do clima para a realização deste feito inédito. Em 2013 o brasileiro Rodrigo Raineri não recebeu o permit para saltar de paraglider do cume do Everest.
Há uma equipe da Discovery Channel que está acompanhando os seus passos para a produção de um documentário, além da transmissão ao vivo que farão do salto. E com certeza você poderá acompanhar tudo aqui no Extremos. Joby já escalou o Everest quatro vezes e chegou ao cume em três vezes.

Fotos
Confira as 4 imagems publicadas hoje:
27 - Rosier em Dingboche
28 - A equipe completa da agência Madison Mountaineering
29 - O Everest em foto tirada hoje
30 - A Casa onde nasceu o Rosier Alexandre e a sua atual moradia pelos próximos 40 dias

Rosier Alexandre
"Olá amigos... estou no Base Camp do Everest, a 5.350m, cheguei aqui no domingo dia 13 e essa será a minha casa pelo menos nos próximos 40 dias. O tempo está bom. No final da tarde de ontem caiu uns 8 cm de neve e a noite esfriou bastante. Ainda não encontrei nenhum brasileiro, sei que já têm dois por aqui e ainda têm 3 que devem chegar a qualquer momento. Nosso time está bem, todos bem aclimatados. Hoje foi um dia de descanso e amanhã faremos treinamento no glaciar e dia 18 devemos subir para o campo 1 começando nosso primeiro ciclo de aclimatação. Logo que tiver novidades darei noticias. Grande abraço e até breve." ___ Rosier Alexandre

Brasileiros
- Rosier Alexandre chegou no Campo Base do Everest no domingo, dia 13 de abril.
- André Freitas que estava no Campo Base, desceu novamente para Lobuche e escalou o Lobuche Peak de 6.119 metros, sendo esse o seu primeiro ciclo de aclimatação.
- Fatima Williamson que chegou no Campo Base no dia 6 de abril, já participou da Cerimônia Puja e está treinando a travessia das escadas que servem de ponte sobre a Cascata de Gelo.
- Carlos Santalena, Cid Ferrari e Roman Romancini devem escalar o Island Peak como primeiro ciclo de aclimatação nos próximos dias.

Comunicação
A maioria das expedições estão sofrendo com o sistema de internet que foi instalado do Campo Base, mas dizem que nos próximos dias isso pode ser solucionado e teremos muito mais notícias e conteúdo do Everest. Os montanhistas estão conseguindo se comunicar pelo telefone Satelital e por celular utilizando um chip local, mas desta forma a internet é muito lenta.

Cerimônia Puja
A cerimônia é realizada pelos sherpas e conta com a participação de praticamente todos alpinistas. Durante a cerimônia eles pedem aos deuses que habitam o Sagarmatha (Everest) que deem passagem segura por sua casa. "No fim, todos recebem um punhado de tsampa, um tipo de farinha, que jogamos uns nos outros... ficamos com os cabelos e rostos brancos, o que simboliza a chegada da idade... e desejamos “long life – vida longa” uns aos outros.” Lisete Florenzano

Afinal, qual é o nome correto do Everest?
Para os nepaleses é Sagarmatha (rosto do céu). Para os tibetanos é Chomolangma (mãe do universo). O nome Everest foi dado por Sir Andrew Scott Waugh, o governador geral da Índia - na época em que era colonizada pela Grã Bretanha - em homenagem ao seu antecessor Sir George Everest que havia avançado no estudo da cartografia nesta região do Himalaia.

Entrevista com Roman Romancini
Volta por cima rumo ao topo do mundo. Você acha que tem problemas? Então leia isto... Clique aqui

Rosier Alexandre
"Depois de dois dias de caminhada, chegamos a Namche Bazaar, como o próprio nome diz, aqui é um bazar, e dos bons. Encontramos desde a mochila até a mais moderna placa solar, sem falar dos dzo (é um cruzamento de vaca com iaque), um animal baixinho e forte utilizado para transportar carga nas áreas mais baixas da montanha e que estando de folga, circulam livremente nas ruas estreitas subindo as escadarias de pedra sem respeitar a ninguém. Seus chifres afiados assustam, mas são pacíficos. Nanche está a 3.450 metros de altitude é um lugar pitoresco, daqueles que temos vontade de ficar por um bom tempo apenas vendo o movimento.
O domingo foi para repouso, pois no sábado caminhamos por 6h em terreno íngreme. Na segunda faremos um trekking de aclimatação onde subiremos aproximadamente 500 metros e retornaremos para dormir em Namche, e na terça (dia 8) cedinho partiremos para Debuche, nossa próxima parada.
Nesta fase da expedição, até chegar ao campo base do Everest podemos pernoitar em albergues com estrutura de restaurante, quartos individuais, chuveiro quente e internet, um luxo tratando-se de alta montanha.
Clique na imagem ao lado e veja as fotos 22 e 23 que são referentes a este texto.
Um abraço a todos e até nossa próxima parada."

Mortes no Everest em 2014

- Mingma Tenzing - Edema Pulmonar (HAPE). Sentiu-se mal durante a noite no Acampamento Base onde foi diagnosticado com HAPE e foi resgatado de helicóptero e avião até Kathmandu no dia seguinte, onde foi internado em um hospital, mas acabou falecendo. Trabalhava para a agência Peak Freaks 8000. Dia 02.04.2014.

David Göttler
O alemão de 33 anos, que recentemente esteve em nossa cobertura online da Expedição Invernal do Nanga Parbat, anunciou que já está em Kathmandu e tentará a escalada do Everest pela via normal da face sul e será uma escalada sem uso de oxigênio suplementar.

Andrea Cardona
A guatemalteca de 33 anos, é a primeira mulher da América Central a escalar o Everest, feito realizado em 2010 e também a primeira latino-americano a completar os 7 cumes. Ela está de volta ao Everest e utilizará a rota normal da face sul e está gravando um documentário. Andrea ficou conhecida no Brasil porque em 2010 quando escalou o Everest era namorada do Manoel Morgado, que também chegou ao cume na mesma temporada.

Brasileiros no Campo Base
Fatima Williamson e André Freitas já estão no Campo Base do Everest. Nos próximos dias André deve retornar para Lobuche onde irá escalar o Lobuche Peak, como primeiro ciclo de aclimatação.
Rosier Alexandre Já está em Namche Bazaar. Carlos Santalena e Cid Ferrari estão em Kathmandu.
Roman Romancini embarcou ontem para o Nepal.

15 Cumes
O americano Dave Hahn já está a caminho do Everest. Dave já chegou ao cume do Everest 15 vezes, sendo 12 vezes em anos consecutivos.

Liberado
A Cascata de Gelo do Khumbu já está equipada e já foi liberada pelos Sherpas para que os monstanhistas comecem o seu primeiro ciclo de aclimatação. Os Sherpas já equiparam o C1 e C2.

Mortes no Everest
De acordo com o banco de dados do Himalaia, do total das 234 mortes, 157 eram ocidentais e 77 Sherpas, e desses, 53 morreram durante fixação rota.

Mal de Altitude
Entenda o que é o "Mal de Altitude" ou "Mal da Montanha" (AMS) e o HACE e HAPE no ótimo artigo da Lisete Florenzano. Clique aqui.

Primeira Morte
Ontem aconteceu a primeira morte de um Sherpa na temporada 2014 no Everest. Mingma Tenzing era contratado da agência Peak Freaks 8000 e estava no Acampamento Base (5.350m) quando começou a se sentir mal ontem a noite. Ele foi atendido por uma equipe médica e diagnosticado com Edema Pulmonar (HAPE), mas como já era tarde e estava escuro, não foi possível o resgate imediato. Durante toda a noite ele recebeu cuidados da equipe médica e logo que amanheceu um helicóptero o levou até Lukla e depois foi de avião para Kathmandu, onde começou a receber um melhor atendimento. Mas a equipe médica informou que não foi possível reverter o quadro clínico e Mingma faleceu.

Acidente na Cascata de Gelo
Ontem também aconteceu o primeiro acidente na Cascata de Gelo, um Sherpa caiu em uma fenda quando estava próximo ao C1 e machucou a perna. Não foi divulgado o nome dele, mas foi levado para o acampamento base, de onde seria resgatado de helicóptero.

Atenção redobrada
O Everest sempre atraiu a atenção de todos os montanhistas, da imprensa e os amantes do estilo de vida ao ar livre. Mas a briga que aconteceu entre uma equipe de alpinistas e Sherpas no C2 em 2013, chamou uma atenção ainda mais da mídia, que está com os olhos voltados para a montanha mais alta do mundo. Várias equipes de TV e jornalistas de revistas e jornais estão desembarcando em peso no Nepal para a cobertura desta temporada.
A BBC está filmando um documentário (clique na foto ao lado) sobre os Doctor Falls - Os Doutores da Cascata e Gelo - que são os Sherpas pagos para abrir a rota na temida Cascata de Gelo do Khumbu até o C2. Além de escolher a melhor rota, eles tem que instalar as escadas sobre as fendas. A Cascata de Gelo pode se mover até 1 metro de um dia para o outro, por isso eles ficam de prontidão durante toda a temporada para as manutenções necessárias. Ao termino da temporada, entre final de maio ou início de junho, eles desmontam e recolhem todas as escadas.

Evitando a Cascata de Gelo
Sem dúvida a Cascata de Gelo é um dos trechos mais perigosos da escalada do Everest. Normalmente os montanhistas realizam três ciclos de aclimatação e depois um ciclo que o levará até o cume (como mostra o nosso quadro acima da cobertura online). Então naturalmente eles são obrigados a passar 8 vezes (ida e volta) pela Cascata de Gelo. Para diminuir esse número de travessias pelas Cascata de Gelo, já sabemos que Carlos Santalena e Cid Ferrari farão o primeiro ciclo de aclimatação escalando o Island Peak (6.189m), assim evitam de passar pela cascata de gelo em um dos momentos mais perigosos, que é exatamente no início da temporada quando ainda não estão bem aclimatados. O André Freitas informou que fará o primeiro ciclo de aclimatação escalando o Lobuche Peak (6.119m), assim os brasileiros terão que passar apenas 6 vezes pela temida cascata de gelo.

O filme
David Breashears está filmando o novo longa sobre a tragédia no Everest de 1996, com estreia prevista para o dia 27 de fevereiro de 2015. David estava na montanha na primavera de 1996 produzindo o filme "Everest" em formato IMAX e ajudou a socorrer algumas vítimas.
Um dos Sherpas que fará parte da filmagem é o Pemba Sherpa, que foi o guia da Karina Oliani em sua expedição em 2013 com cobertura online do Extremos, e que também aparece no belo documentário da Karina que foi exibido no Canal OFF.
Conversamos hoje com o Pemba Sherpa, que está em Londres gravando algumas cenas do filme e no mês passado gravou no norte da Itália. Disse que este será um dos poucos anos em que não estará guiando no Everest, mas que de certa forma estará, mas no filme.

Nova regra 1
O governo do Nepal especulou que pode vir a obrigar a todo montanhista a contratar um guia Sherpa para escalar o Everest. Segundo eles, isso ajudaria ao montanhista cumprir a regra de retirar 8kg de lixo da montanha. Pois disseram que como os montanhistas tem pouco tempo de aclimatação, eles voltam cansados de cada rotação e por isso um guia Sherpa além aumentar a segurança na escalada, poderia trazer os 8kg de lixo. Essa medida também iria beneficiar os guias locais com mais empregos.
Vale lembrar que a maioria dos montanhistas que fazem a escalada com uma agencia comercial, já possuem um guia Sherpa. Na verdade essa medida atingiria os montanhistas que preferem escalar de uma forma mais independente ou montanhistas com pouca verba.
Será que Simone Moro, Ueli Steck e os outros montanhistas que escalam de forma independente gostaram da ideia dessa nova regra?

Nova regra 2
O governo do Nepal dará um cartão SIM para cada pessoa que irá fazer um trekking em solitário pelas regiões remotas do país, essa medida está sendo tomada devido as notícias de trekkers que foram atacados ou sumiram no interior do país, (conheça o caso da Aubrey Sacco).
"Quando um trekker se perder, será muito mais fácil de localizá-lo rastreando o sinal do celular", disse Sharad Pradhan, membro da Junta de Turismo do Nepal.
Cerca de 14% dos 800.000 turistas que visitaram o Nepal no ano passado, foram para praticar trekking ou escalar. O turismo representa 4% do PIB e gera trabalho diretamente a 500.000 pessoas, por isso que o Nepal não quer que os assaltos e desaparecimentos de caminhantes assustem o turismo.

Brasileiros
Fatima Williamson está em Tengboche. André Freitas está em Deboche, um vilarejo a frente de Tengboche. Rosier Alexandre chegou hoje a Kathmandu. Carlos Santalena e Cid Ferrari partem para o Nepal no dia 3 de abril. Roman Romancini embarca para o Nepal no dia 6 de abril.

Joel Kriger
O brasileiro Joel Kriger de 60 anos, que em 2013 chegou a 8.500 metros no Everest, confirmou ao Extremos que tentará mais uma vez chegar ao topo do mundo em 2015.

Do caos a calma
Melissa Arnot fala sobre os primeiros dias no Nepal. Clique aqui.

André Freitas
André estava com o vôo "marcado" para as 9h30 de Kathmandu para Lukla, mas acabou embarcando apenas as 14h. As aspas no marcado é que em vôo para Lukla o bilhete aéreo que você recebe não consta o horário e sim uma letra do alfabeto. E assim que o clima permite voar entre os vales, o voo é liberado, e chamada é pela ordem das letras. Não tem como marcar um horário certo para voar para Lukla.
Devido esse atraso, o André chegou em Lukla por volta das 15h e as bagagens do seu grupo não chegaram, o programado para hoje seria partir para Phakding, mas terão que pernoitar em Lukla. Para compensar o atraso no cronograma, o programa amanhã será uma caminhada mais longa, de 7h ou mais até Namche Bazaar.

Fatima Williamson
Ela embarcou hoje de manhã para Lukla - a foto ao lado de Lukla é dela - e provavelmente está mantendo o seu cronograma e já deve estar em Phakding.
Fatima tem 51 anos e pode ser tornar a brasileira mais "velha" a escalar o Everest. Essa titulo atualmente pertence a Cleo Weidlich que escalou o Everest em 2010 com 46 anos. Karina Oliani é a mulher brasileira mais jovem a escalar o Everest com 31 ano

Mudança nas regras
No início de março foi divulgado pelo Governo do Nepal que todo alpinista além de trazer todo o seu lixo de volta ao Campo Base, teria que recolher 8kg de lixo deixados pelas expedições de anos anteriores. O descontentamento com tal medida foi grande entre os alpinistas, pois eles já pagam uma taxa de permit que deveria entre outras coisas ser utilizada para isso. Por isso o governo resolveu suspender essa nova regra para este ano. Mas, claro, todo alpinista continua sendo obrigado a trazer de volta ao Campo Base todo o lixo produzido por ele, e a governo informou que será rigoroso na fiscalização.

A boa filha a casa torna
Hoje conversamos com a Melissa Arnot que já está em Phakding (2.610m), a caminho de mais uma escalada ao Everest. Ela é a mulher que mais vezes chegou ao cume do Everest, cinco vezes.
Melissa Arnot tem apenas 30 anos, é estadosunidense e já escalou o Monte Rainier (4.392m) mais de 100 vezes e fez 4 expedições ao Aconcágua, 2 ao Kilimanjaro e muitas outras montanhas.
Pelo quarto ano seguido ela será uma das montanhistas em destaque que iremos acompanhar na Cobertura Online. Boa sorte a ela e que conquiste o seu 6º cume. Para quem quiser acompanhá-la nas redes sociais, fica a dica: Facebook - Twitter - Instagram

Acampamentos
No acampamento base da face sul do Everest (Nepal) estão confirmadas 20 agências comerciais, é praticamente uma cidade que está sendo erguida em cima do Glaciar Khumbu. Estima-se que mais de 600 pessoas entre montanhistas, sherpas, cozinheiros e soldados irão conviver com o deslocamento constante do glaciar durante dois meses.
Na Face Norte (China) são 7 agências.
Em breve iremos nomear cada uma delas.

Sejam bem-vindos
A equipe do Extremos está completando 9 anos de Cobertura Online do Everest e para 2014 teremos novidades. Além da imagens maiores e com mais detalhes, a cobertura acontecerá simultaneamente nas 4 primeiras fotos desta galeria acima. A 1ª foto é o plano geral, onde você pode ver na lateral direita o caminho percorrido por quem faz o Trekking ao Acampamento Base do Everest, utilizados por trekkers e pelos próprios montanhistas. No centro da foto você acompanhará a escalada pela rota da face sul, no Nepal, no canto esquerdo aparecem os acampamentos de quem vai escalar pela Face Norte, pelo Tibet (China).
Nas outras fotos você terá mais detalhes do que acontece a partir do C1 e C2, C3 e finalmente a partir do C4, local de onde partem para o ataque ao cume.
Até o momento temos confirmado 4 brasileiros que irão escalar o Everest, confira o perfil de cada um abaixo.

Começou
Os Sherpas especialistas da cascata de gelo (The Doctor's) já chegaram ao acampamento base do Everest para estabelecer a rota deste ano.
Como sempre a agencia IMG é uma das primeiras a chegar e enviou 16 Sherpas para escolherem e montarem a estrutura no acampamento base para a divisão Clássica e Híbrida da agência.
É provável que os primeiros montanhistas só cheguem ao acampamento base por volta do dia 10 de abril.

Fatima Williamson
Ela tem 51 anos, nasceu em Brasília e vive atualmente em Toronto, no Canadá.
Há dois anos começou o seu interesse pelo montanhismo e o seu desejo é se tornar a primeira brasileira a completar os 7 Cumes. Em 2013 escalou o Aconcágua, Elbrus, Vinson e o Kilimanjaro.
Fatima já está em Kathmandu, de onde conversamos com ela e na quarta-feira parte junto com o grupo da RMI para o início da expedição.

Roman Romancini
Tem 39 anos, nasceu em Brasília em 03/02/1975. Vive atualmente no Rio de Janeiro.
Começou a subir montanhas em 1992 quando morou na Califórnia e a escalar em rocha em 1993 quando entrou na faculdade em Campinas. Já escalou montanhas na Califórnia, Bolívia, Peru, Argentina e Chile, México, Guatemala, Havaí, Costa Rica, Jamaica, entre outros.
Em 2004 fez a primeira ascensão brasileira invernal do Aconcágua (6.962m), em 2007 Denali (6.194m) no Alasca, retornou a 20 metros do cume, em 2008 fez a primeira ascensão brasileira do Ama Dablam (6.812m), em 2010 foi para o Shishapangma (8.027m) no Tibet onde teve o acampamento a 7.500m destruído pela chegada do jetstream e avalanches.
Em 2011, 40 dias antes de embarcar para o Everest, foi atropelado enquanto treinava de bicicleta. Passou 6 meses sem andar. Estes últimos 3 anos foram de recuperação para regressar ao Himalaia, desta vez para tentar o Everest (8.848m) e o Lhotse (8.516m).
Faz parte de uma expedição organizada pelo seu amigo Henry Todd, com quem já esteve em outras duas ocasiões no Himalaia (Ama Dablam e Shishapangma).

Cid Ferrari
Tem 47 anos, nasceu em São Paulo.
O Everest é a última montanha que falta em seu projeto dos 7 Cumes. Em 2011 tentou escalar o Everest, mas teve que desistir quando estava a 7.900m devido a uma infecção nos pés.
É membro do grupo da Grade6.

Carlos Santalena
Tem 27 anos, nasceu em Campinas, onde vive até hoje.
É o 4º brasileiro a completar os 7 Cumes. É o brasileiro mais jovem a escalar o Everest com 24 anos, e o mais jovem sul-americano a escalar os 7 Cumes, com apenas 27 anos.
Escalou o Everest em 2011, em 2013 voltou ao Everest onde chegou a 8.200 metros.
É sócio e guia da Grade6.

André Freitas
André tem 44 anos, nasceu em Criciúma e vive em São Paulo.
Já participou de 8 Ironmans e em 2013 começou o seu interesse pelo montanhismo onde escalou nos Estados Unidos o Monte Rainier (4.392m) e na Bolívia esteve no Huayna Potosi onde teve que deisitir quando faltavam apenas 130 metros do cume. No início de 2014 tentou escalar o Aconcágua, mas quando chegou em Plaza de Mulas (4.730m) teve que desistir e ser resgatado de helicóptero devido a um edema pulmonar.
Está indo como membro da equipe da IMG (Internacional Mountain Guides).

Roiser Alexandre
Tem 45 anos, nasceu em Monsenhor Tabosa (CE) e mora em Fortaleza.
Esta será a sua primeira tentativa de escalar o Everest. Ele pretende finalizar o projeto 7 Cumes, já escalou: Aconcágua em 2006, Kilimanjaro em 2011, Elbrus em 2011, Carstensz em 2012, Mckinley em 2012 e o Vinson em 2013.