O ônibus do filme "Na Natureza Selvagem" foi, durante anos, um local de peregrinação no meio da selva, inspirando centenas de aventureiros a fazerem jornadas perigosas para alcançá-lo. A história de Chris McCandless, que passou seus últimos dias no ônibus enferrujado, capturou a imaginação de pessoas ao redor do mundo. Agora, este emblemático veículo encontrou um novo lar como uma exposição em um museu do Alasca, prometendo contar não apenas a história de McCandless, mas também da moderna história do Alasca.
Em 18 de junho de 2020, Carine McCandless foi surpreendida pela notícia de que o ônibus estava sendo removido de seu local original pelo Departamento de Recursos Naturais do Alasca, devido aos perigos que representava para os visitantes. Muitos, inspirados pela jornada de seu irmão, enfrentaram dificuldades e até tragédias tentando chegar ao ônibus, localizado a cerca de 32 km de distância do asfalto, por um caminho difícil para veículos 4x4. Em incidentes separados, duas jovens perderam a vida tentando cruzar o rio Teklanika, o mesmo que impediu Chris de retornar à civilização.
A decisão de remover o ônibus veio em junho de 2020, marcando o fim de uma era para o local que, apesar de perigoso, atraía aventureiros de todo o mundo. O ônibus, conhecido pelo número 142, foi transportado para um local seguro, guardado inicialmente em segredo, enquanto os responsáveis planejavam seu futuro.
A origem do ônibus é um tanto misteriosa. Construído pela International Harvester, uma companhia americana agora extinta, o veículo era originalmente usado para transporte militar e posteriormente adquiriu várias camadas de pintura, refletindo sua longa história antes de ser abandonado no Alasca. Após ser retirado do serviço público, o ônibus foi comprado por Jess Mariner, que o usou como abrigo para sua família enquanto trabalhava em projetos de construção de estradas na região, até que foi finalmente deixado para trás, servindo como um refúgio improvisado para caçadores e aventureiros.
A história do ônibus ganhou notoriedade mundial após a publicação de "Na Natureza Selvagem", primeiro como um artigo de Jon Krakauer, que mais tarde se tornou um livro best-seller e, eventualmente, um filme. Isso desencadeou uma onda de peregrinações ao ônibus, com visitantes buscando conexão com a história de McCandless ou explorando suas próprias aventuras no selvagem Alasca.
A transferência do ônibus para o Museu do Norte da Universidade do Alasca em Fairbanks representa um novo capítulo para o ícone cultural. Sob a custódia do museu, o ônibus 142 é agora parte de uma exposição que visa contar uma história mais ampla, abrangendo desde a história de McCandless até os muitos aspectos da vida no Alasca, incluindo suas conexões com a statehood, o militarismo, o boom pós-guerra, a mineração, a construção de estradas, a caça e a aventura ao ar livre.
A exposição, cuidadosamente planejada por curadores e consultores, inclui tanto o ônibus em um abrigo ao ar livre quanto objetos associados em uma exibição interna, permitindo aos visitantes uma experiência tangível da história. Além disso, um componente digital oferece uma plataforma para aqueles que deixaram marcas no ônibus contar suas histórias, ampliando a narrativa para além do próprio McCandless.
A iniciativa do museu não só preserva o ônibus como um objeto de interesse histórico, mas também cria um espaço para reflexão sobre as complexas relações entre humanos e a natureza selvagem, a busca por aventura e as histórias pessoais que nos movem. Ao fazer isso, o projeto aspira a honrar as memórias de Chris McCandless e de todos aqueles que encontraram inspiração em sua história, ao mesmo tempo em que promove uma compreensão mais profunda da rica tapeçaria da vida no Alasca.
NOTA DO EDITOR
A remoção do ônibus de seu local original, acredito, alcançou o efeito desejado: o fim da peregrinação de aventureiros, com ou sem experiência, prevenindo assim mais fatalidades. No entanto, o ônibus 142 em um museu perde todo o seu encanto narrativo. A busca das pessoas nunca foi apenas para ver o ônibus; isso nunca constituiu o cerne da história. A curiosidade residia em conhecer o local onde o ônibus estava situado, quão distante e selvagem era essa região no já lendário Alasca. Com ou sem o ônibus, os aventureiros continuarão seguindo rumo à natureza selvagem em busca de sua essência interior.
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