Gokyo / Nepal
Saímos de Thangnak logo cedo e após uma hora de caminhada encontramos os nossos porteadores sentados descansando, ao passar por eles entendi porque resolveram parar tão cedo. A nossa frente estava o imenso glaciar Ngozumpa que teriamos que atravessar para chegar em Gokyo, a 5.040 metros de altitude. Este é o maior glaciar do Nepal com aproximadamente 20 km de extensão e neste trecho teríamos que atravessar aproximadamente 1km de sua largura. Olhando de cima, parecia impossível atravessar, por baixo fica o glaciar, a camada de gelo, e por cima dele é uma imensidão de pedra sobre pedra.
Começamos a descida ao glaciar e aos pouco a trilha nos leva para um caminho relativamente tranquilo e após uma hora chegamos ao final do glaciar e após enfrentar a dura subida chegamos em um mirante de onde avista pela primeira vez o vilarejo de Gokyo e o lago Dudh Pokhari, conhecido como o terceiro lago. A paisagem é muito bonita com as montanhas nevadas ao fundo e o Gokyo Ri com 5.360 metros, de onde pode avistar o Everest e boa parte da cordilheira do Himalaia. Mas, infelizmente não teríamos tempo de subir ao cume, pois perdemos alguns dias quando a Ju, Edi e Dani passaram mal. Poderíamos até tentar subir, mas depois teríamos de que descer no mesmo dia para Dhole, o que daria no total 9 horas de caminhada e seria muito puxado. Resolvemos que apenas dormiríamos em Gokyo e no outro dia já partiríamos para Dhole.
Como não iria subir Gokyo Ri, aproveitei a noite que estava estrelada e saí para fotografar. Saí as 21h e no início o Carlos Santalena me acompanhou nas fotos, mas as 22h ele resolveu ir para o Lodge e fiquei sozinho. Fiz algumas fotos a beira do lago e depois resolvi subir ao mirante, onde estivemos pela tarde. As vezes o Cho Oyu aparecia entre as nuvens e pude fotografá-lo. Usei a longa exposição e fiz fotos interessantes. A meia-noite, com temperatura de - 1 º C, resolvi também ir dormir, pois o outro dia também seria longo. |