Fomos subindo por uma estrada de terra de Cocais e alcançamos o topo de um morro, verde, com uma fauna visivelmente rica, com bandos de gaviões e seriemas por toda parte. Seguindo os marcos da Estrada Real, entramos em uma propriedade privada que preserva uma das relíquias mais valiosas da região, na Serra da Conceição: pinturas rupestres que tem entre 6 mil e 10 mil anos de idade. São três grandes painéis que formam imagens de caçadores e suas presas, em desenhos de logos guará, onças, veados e tartarugas. De acordo com Bete Almeida, herdeira da propriedade, o paleontólogo dinamarquês Peter Lund, que estudou estes painéis, teria afirmado que este seria um dos sítios arqueológicos mais interessantes que ele já conheceu, chegando a compará-lo com Altamira, na Espanha, e Lascaux, na França.
De acordo com Bete, o sítio já foi alvo da cobiça de algumas empresas, que tentaram seduzir a família lhes oferecendo quantias bem altas pela propriedade, mas que nunca foram aceitas. “Eles vieram até aqui para fazer a proposta e tentar comprar o sitio. Mas para nós ele não tem preço”, justificou Bete. Hoje, o local é tombado apenas pelo município e ainda não tem a estrutura necessária para receber muitos turistas. Mas um projeto está em andamento para melhorar a infra-estrutura das instalações no local para receber o turista com uma qualidade de serviço melhor. O atrativo, que está apenas a 100km de Belo Horizonte, recebe anualmente cerca de 2.500 turistas.
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