ANNAPURNA 2025

Annapurna 2025

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23 ANOS DE COBERTURA ONLINE

Elias Luiz - Escritor e Editor do Extremos

14.04.2025 - 16:00 Brasil | 00:45 Nepal

Cerimônia Puja

Esse foi um pedacinho da nossa cerimônia Puja, que aconteceu no dia 5 de abril, alguns minutos após nossa chegada ao campo base.

Nessa cerimônia, pedimos permissão para montanha, Annapurna, que é uma divindade no Nepal, para passarmos. No ritual, são oferecidos diferentes tipos de alimentos, bebidas, flores e incensos. Além disso, apresentamos nossos equipamentos de escalada para que sejam abençoados e protegidos na ascensão.

A puja é sobretudo uma experiência de conexão espiritual e emocional com a montanha, muito além do esforço físico e mental, e união com demais escaladores.

Na véspera de nossa subida ao C1, na expectativa de uma boa janela de cume mais para o final semana, esse é um momento de grande introspecção e de reviver no coração esse momento único que foi a puja.

No vídeo, os ucranianos e sherpas que subirão conosco.

Renata Fialho - 14.04.2025 - 20h22 - Nepal

13.04.2025 - 09:00 Brasil | 17:45 Nepal

A vida no Campo Base

Fala Elias, tudo bem? Aqui no Campo Base do Annapurna tudo bem, em clima de espera por uma janela de bom tempo para tocarmos para os campos altos novamente.

Ontem, os acampamentos das expedições da Imagine Nepal, Pioneer e 8K foram desmontados. Foi interessante acompanhar o movimento da comunidade local, que vive um pouco abaixo do campo base, na desmontagem das barracas e carregamento de todo equipamento para baixo. As mulheres aqui trabalham igual aos homens e, inclusive, a presidente da associação de moradores é uma mulher. Além de trabalhar nos acampamentos, essa comunidade desmonta estruturas nos campos altos também, retira resíduos, e muitas vezes conseguem comercializar remanescentes de cordas, estacas e mosquetões nas suas comunidades. Tudo isso contribui para uma pequena economia local.
Como o tempo não está permitindo pouso de helicópteros, ontem vieram também muitos carregadores encarregados de descer todas as duffels dos escaladores que participaram do primeiro ataque ao cume entre os dias 6 e 7 de abril. Impressionante a quantidade de carga e a força desses carregadores.

No momento, Moeses e eu temos o campo base quase que exclusivamente para nós. Além de nós dois, há um grupo de 6 indianos usufruindo de outra barraca refeitório e ficamos no aguardo de dois companheiros ucranianos que devem retornar nos próximos dias para ascensão conosco.

Enquanto esperamos, muita leitura, conversa com os sherpas compartilhando chimarrão, caminhadas a pontos de interesse próximos ao campo base, como o memorial para o Herzog e Lachenal em comemoração ao jubileu de diamante, lago Diki Cho, e pura contemplação desse templo mágico que é o Annapurna.

Renata Fialho - 13.04.2025 - 10h01 - Nepal

12.04.2025 - 11:45 Brasil | 20:30 Nepal

Refletores Recco

Uma avalanche devastadora atingiu os montanhistas Rima Salakha [Sherpa] e Ngima Tashi logo acima do Campo 2 em Annapurna, arrastando as vítimas para uma fenda, conforme suspeitavam outros montanhistas. Durante as buscas, um grupo de sherpas detectou um sinal de um refletor Recco, trazendo um pouco de esperança em meio à tragédia. A descoberta reforçou a relevância dessa tecnologia em operações de resgate em ambientes extremos.

Os refletores Recco, amplamente utilizados pelos sherpas da Seven Summit Treks, são integrados a roupas e equipamentos de montanhismo, como capacetes, botas e jaquetas, sendo obrigatórios para escaladores no Everest desde o último ano. Esses dispositivos passivos refletem sinais de rádio emitidos por um aparelho de busca, que detecta bipes para localizar vítimas. Com alcance de até 80 metros no ar e 20 metros em neve compactada, essa inovação é essencial para encontrar pessoas em condições hostis e imprevisíveis das altas montanhas.

Olá Elias, para atualizar as informações: sim, os corpos foram localizados, mas infelizmente estão dentro de uma enorme fenda, provavelmente soterrados a uma profundidade superior a 3 metros. Isso torna o acesso extremamente difícil, devido ao alto risco de avalanches no couloir, uma ameaça real à segurança dos resgatistas, que poderiam ser soterrados caso uma avalanche ocorra. Por esse motivo, a operação de resgate foi cancelada. Meus sinceros sentimentos aos familiares!

Moeses Fiamoncini - 13.04.2025 - 08h10 - Nepal

11.04.2025 - 09:20 Brasil | 18:05 Nepal

Descoberta incrível

Durante o 1º Ciclo de Aclimatação, quando Renata Fialho e Moeses Fiamoncini subiram para o Campo 2, a 5.520 metros, ela fez uma descoberta fascinante: várias latas de sardinha enferrujadas, incluindo uma da marca portuguesa Judice Fialho & Cª, de Faro, que datam de 1930 a 1950, evidenciando um depósito de suprimentos de uma expedição histórica. As latas, encontradas em meio às rochas, conectam-se diretamente à primeira escalada do Annapurna I, realizada em 1950 pela expedição francesa, que contou com a participação de alpinistas notáveis como Lionel Terray.

Essa expedição, que marcou a primeira conquista de um cume acima de 8.000 metros, teve Maurice Herzog e Louis Lachenal alcançando o cume em 3 de junho de 1950, enfrentando desafios extremos, como frostbite e amputações, mas deixando um legado imenso no montanhismo. As sardinhas enlatadas, um alimento comum para expedições europeias da época, provavelmente foram usadas pela equipe como fonte de energia nos campos intermediários, e o Campo 2, onde as latas foram encontradas, serviu como um ponto estratégico de armazenamento durante a escalada pela face norte.

O achado de Renata é um testemunho da história do montanhismo. A lata da Judice Fialho & Cª, fundada por João António Júdice Fialho, também carrega um significado pessoal para Renata, que compartilha o sobrenome Fialho e pode ser uma descendente distante do industrial português. Mais de 70 anos após a expedição, essas latas enferrujadas no Annapurna I nos lembram da coragem dos pioneiros, enquanto enfrentamos os desafios de uma nova temporada de escalada em 2025. Para quem deseja mergulhar nessa história épica, uma dica de leitura: Annapurna, de Maurice Herzog, uma versão em português lançada no Brasil.

11.04.2025 - 08:10 Brasil | 17:05 Nepal

Campo Base

Como foi a sua primeira impressão do Annapurna?

"Tudo é imenso, lindo, muito selvagem, perigoso e com muita história do montanhismo. Muito emocionante.
Desde que chegamos, nos deparamos com muitos resgates, a fatalidade de dois sherpas queridos atingidos por uma avalanche e até agora desaparecidos. É um exercício de viver cada dia de uma vez e tentar manter a moral elevada.
Do Campo Base ao C2 percorremos uma distância de 8 km, com 1.532 m de ascensão e aproximadamente 320 m de descida, ou seja, uma altimetria acumulada de 1.800 metros, passando por glaciares cheios de gretas e seracs, escalada em rocha, escalada em gelo, rapéis: uma soma de muitos desafios e técnicas em um trecho da escalada apenas."

Renata Fialho - 10.04.2025 - 12h05 - Nepal

10.04.2025 - 08:10 Brasil | 17:05 Nepal

Campo Base

• Roman Romancini já deixou o Campo Base em direção a Pokhara. Fim de expedição para ele.

• O clima fechou a provavelmente a próxima janela de cume seja na próxima semana para Moeses e Renata.

Elias... eu e a Renata estivemos recentemente na Bolívia, onde escalamos o Acotango (6.052m) e, em seguida, o Parinacota (6.348m). Agora, já estamos no Annapurna. Passamos dois dias e duas noites no Campo 2, esperando que uma boa janela de cume se abrisse logo. No entanto, pelo que tudo indica, teremos pelo menos mais uma semana de mau tempo por aqui.

Moeses Fiamoncini - 10.04.2025 - 12h05 - Nepal

Foto abaixo: "O caminho até o Campo 1 é um trecho pouco mencionado, mas igualmente perigoso. Para alcançá-lo, é necessário passar muito próximo a diversos seracs e gretas, exigindo extrema cautela, antes de chegar à seção de escalada em rocha, que fica logo à esquerda."

Moeses Fiamoncini - 10.04.2025 - 11h51 - Nepal

09.04.2025 - 01:00 Brasil | 09:45 Nepal

Fim do 1º Ciclo de Aclimatação

Moeses e eu chegamos ao Campo Base do Annapurna e seguimos direto para o C2. No caminho, encontramos Roman no C1. Passamos duas noites no C2, alcançando cerca de 5.800 metros para aclimatação, e retornamos bem ao Campo Base agora há pouco.

Renata Fialho - 09.04.2025 - 18h30 - Nepal

08.04.2025 - 01:00 Brasil | 09:45 Nepal

Moeses e Renata

Roman Romancini acabou de me ligar informando que Moeses e Renata estão bem no Campo 2. Diversos voos de resgate estão acontecendo no momento.

Vídeo em inglês

Para atender à crescente demanda da mídia internacional, Roman Romancini gravou um vídeo em inglês, que pode ser facilmente legendado e traduzido diretamente na plataforma do vídeo. Abaixo, segue um resumo com mais detalhes.

Os dois sherpas desaparecidos após a passagem da avalanche estavam transportando cilindros de oxigênio para os alpinistas que alcançaram o cume, a fim de que pudessem utilizá-los durante a descida, se necessário. Identificados como Rima Sherpa e Nima Tashi Sherpa, eles ainda não foram declarados mortos, mas sim desaparecidos, uma vez que as equipes de resgate continuam as buscas. Rima Sherpa chegou ao Campo Base há poucos dias, integrando-se à equipe da Seven Summit Treks e, por coincidência, estava designado para ser o sherpa que acompanharia o brasileiro Leo Rodriguez ao cume do Everest.

O maior problema no momento é que os alpinistas que alcançaram o cume na manhã do dia 7 de abril não conseguem descer do Campo 3 para o Campo 2, pois a avalanche destruiu as cordas e as escadas que atravessavam as gretas. Uma operação entre os sherpas está em andamento para tentar restabelecer a via, além de explorar uma rota alternativa.

Diversos voos de helicóptero ocorreram hoje, resgatando sete montanhistas que precisavam de cuidados, a maioria devido a congelamentos. Eles foram levados para o Campo Base e aguardam a melhora do tempo, já que, no momento, está impossível voar para Katmandu.

Roman pede que os familiares mantenham a calma, pois aqueles que precisavam de resgate já estão em segurança, e a equipe de sherpas deve reparar a rota em breve, permitindo que os outros montanhistas desçam. Estima-se que mais de 40 pessoas tenham alcançado o cume do Annapurna no dia 7 de abril.

07.04.2025 - 09:20 Brasil | 18:05 Nepal

Roman desceu pro BC

Roman Romancini está de volta em segurança ao Campo Base. Roman encontrou Moeses Fiamoncini e Renata Fialho no Campo 1.

Duas semanas atrás, Renata me informou que iria escalar o Annapurna, vindo de uma escalada do Acotango (6.052 m), na Bolívia, e que isso os ajudaria na aclimatação.

Dois sherpas desaparecidos após avalanche

Quase 40 pessoas alcançaram o cume do Annapurna nesta manhã e estão descendo. No entanto, em meio aos anúncios triunfantes, uma avalanche atingiu a rota entre o Campo 2 e o Campo 3. O incidente ocorreu enquanto a maioria dos escaladores estava muito mais acima na montanha; porém, alguns sherpas trabalhavam na área, mantendo a rota no Great Couloir. Os desaparecidos foram identificados como Rima Sherpa e Nima Tashi Sherpa, do distrito de Solukhumbu, segundo Ningma Sherpa, proprietário da Seven Summit Treks. Esforços de busca estão em andamento, conduzidos por outros sherpas posicionados no campo base, e um helicóptero de resgate foi enviado de Katmandu para auxiliar na operação.

Também aguardamos notícias sobre os escaladores que descem do cume, muitos dos quais planejavam chegar ao Campo 2 para passar a noite. O estado das cordas fixas permanece incerto.

06.04.2025 - 23:30 Brasil | 08:15 Nepal

Sherpas chegam ao cume

No dia 6 de abril de 2025, escaladores das equipes Seven Summit Treks e Imagine Nepal conseguiram alcançar o cume do Annapurna I, a 8.091 metros, marcando a primeira escalada de uma montanha acima de 8.000 metros na temporada de primavera deste ano. O grupo, que incluía Phinjo Dorjee Sherpa, Dipan Gurung, Cesar Chinchay (Peru) e Zhao YiYi (China), chegou ao topo às 10:10 da manhã, após uma tentativa anterior em 26 de março ter sido interrompida por condições climáticas adversas acima de 7.500 metros.

Até o momento, o Departamento de Turismo do Nepal emitiu 66 permits de escalada, sendo 49 para homens e 17 para mulheres. Esses números refletem o interesse contínuo por uma das montanhas mais perigosas e tecnicamente exigentes dos Himalaias, consolidando a temporada como um período de destaque para o montanhismo na região.

• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

06.04.2025 - 11:45 Brasil | 20:30 Nepal

Tentativa de ataque ao cume

• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

"Saímos às 16h. Algo não estava certo. Aquela correria de 'vamos acabar logo com isso' não era a vibe certa. Logo de cara, enfrentamos muito congestionamento e lentidão nas cordas fixas verticais. Havia muitas gretas e passagens técnicas. Estávamos com muita roupa e muito peso. Foi um erro atacar o cume a partir do C3. São quase 1.700 metros de desnível! Outro erro foi fazer só uma rotação. Você sai vestido para uma noite extremamente fria, mas ainda é uma tarde quente. Mais um erro. Comecei a fazer os cálculos: já tinham se passado 1h30min e não havíamos superado nem 100 metros de desnível. Eu estava suando muito e, ao mesmo tempo, com os dedos das mãos muito frios. E aquela voz interior gritava: 'Que situação é essa? Você não está vendo? Não está sentindo? Sério?' A cada passo, eu dava um passo em direção ao erro. Minha preocupação não estava na subida, mas na volta, entre os dias 6 e 7. Não conseguia conceber atravessar passagens tão técnicas, tão exausto, com tanta gente, pressionado pela janela de mau tempo. Era óbvio demais para uma decisão racional, claro demais para uma decisão emocional. A voz da intuição estava alta demais…"

Roman Romancini - 06.04.2025 - 19h03 - Nepal

"Voltei ao C3. Hoje não era o dia. A cada passo, ouvia aquela voz da intuição me incomodando, passo a passo. Não sei explicar, só sei que era para voltar. Então, voltei. Estou feliz. Não acho que era a hora. Meu velho sempre dizia para ouvir a intuição, e eu ouvi. Amanhã devo descer para o BC e, de lá, em 3 dias decido o que fazer. Beijos a todos!"

Roman Romancini - 06.04.2025 - 20h24 - Nepal

05.04.2025 - 03:25 Brasil | 12:10 Nepal

Subindo para o Campo 3

• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

"Decidimos subir para o C3. A equipe de fixação ainda está no C3. Teve muita neve ontem e hoje há muito vento no cume. Talvez eles sigam até o C4, a confirmar."

Roman Romancini - 05.04.2025 - 08h39 - Nepal

"PQP... que experiência incrível! Estou exausto, mas salvo no Campo 3! Depois de mais de 8 horas de escalada técnica e vertical, foi uma das escaladas mais intensas da minha vida. Passei bem pelo couloir e estou muito feliz! Nunca tinha escalado tanto em um único dia: muita escalada vertical, muito gelo, quase 8 horas sem parar. Que montanha desafiadora! Eu passei ileso pelo couloir, mas o Matteo foi atingido de raspão por uma avalanche, bem do lado mesmo. Foi bizarro filmar tudo e presenciar essa cena."

Roman Romancini - 05.04.2025 - 17h57 - Nepal

"Estou na barraca no C3, já de 'banho' tomado, com roupa limpa e dentro do saco de dormir quentinho, esperando a janta para apagar! Estou muito cansado. Foram mais de 8 horas de escalada hardcore! Tem um pessoal que subiu para o C4 (que, em tese, não existe) e vai atacar o cume hoje à noite, seguindo a equipe de fixação de cordas."

Roman Romancini - 05.04.2025 - 18h56 - Nepal

04.04.2025 - 08:20 Brasil | 17:05 Nepal

Campo 2 (5.520m)

• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

"Atualização do plano: Devido à neve que caiu no C2 e C3, conversamos entre as expedições e o BC. Amanhã, ninguém sobe. Vamos esperar a neve assentar e o risco de avalanche entre o C2 e o C3 diminuir."

Roman Romancini - 04.04.2025 - 20h15 - Nepal

"Seguros, felizes e bem no C2! Após quase 3 horas subindo, chegamos ao C2. Estou me sentindo super bem, encontrei o ritmo, o flow. Durante a subida, uma grande avalanche desceu no couloir entre o C2 e o C3. Todos estão bem. Meu amigo italiano, Gian Luca, teve o capacete quebrado e um dos dedos da mão machucado. Ele está voltando para o C2, mas não parece ser nada grave. Abraços a todos!"

Roman Romancini - 04.04.2025 - 12h35 - Nepal

"Acabei de conversar com Gian Luca. Ele está bem, um homem muito experiente e muito forte. Me disse: 'Vi o inferno', mas estou feliz de vê-lo bem. Um dedão da mão quebrado, um capacete destruído, alguns arranhões e um corte no nariz. Nada mais. Muita sorte, um homem de muita sorte. Está nevando bastante aqui no C2, bem diferente da previsão."

Roman Romancini - 04.04.2025 - 16h43 - Nepal

03.04.2025 - 10:35 Brasil | 19:20 Nepal

Ciclo de Cume

O plano é o seguinte (ainda dependente do clima e da fixação das cordas pelo time de abertura de rota):
• Dia 3: C1
• Dia 4: C2
• Dia 5: C3
• Dia 6: C3 avançado
• Dia 6 para 7: cume e volta ao C3
• Dia 8: BC

• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

Mensagem do Mingma G., da Imagine Nepal

"Nossa equipe de fixação de cordas chegou ao Campo 2 e subirá para o Campo 3 amanhã de manhã, fazendo o ataque final ao cume à noite. Este é o nosso segundo ataque ao cume.
No nosso primeiro ataque ao cume, tivemos que abortar a tentativa a partir de 7.600 metros. Nunca vi Annapurna em condições tão ruins antes, e nunca mais gostaria de vê-la nessas condições. Essa montanha é simplesmente arriscada demais entre o Campo 2 e o Campo 3, e esta deve ser minha última expedição no Annapurna. Sempre considerei essa montanha a mais bela entre as de 8.000 metros para escalar, mas também a mais difícil, por outro lado. Espero que nossa equipe tenha bom tempo no dia 5 de abril para alcançar o cume e voltar em segurança. Melhores desejos a todos os escaladores em Annapurna."

Mensagens do Roman Romancini

"Cheguei ao C1 depois de pouco mais de 4 horas subindo. Tudo bem. Estou muito emocionado com o poema da Dani [letra da música Trevo]. Começo a me conectar com a montanha. Ouço vozes… simbiose…"

Roman Romancini - 03.04.2025 - 13h54 - Nepal

"Depois de uma boa soneca vespertina, foi hora de acalmar a cabeça e o coração. Bons pensamentos fluem. Estou impressionado com o silêncio no C1. Durante a aclimatação, havia um monte de pessoas falantes e uma infinidade de avalanches por todos os lados. Agora, reina a paz: quase não se escuta humanos, apenas os Sherpas, e praticamente não há avalanches. A nevasca de ontem fez bem à montanha; acalmou o Annapurna. Escuto o som da minha respiração e do coração (além do ronco do Afshin!). Enquanto escrevo, cai uma grande avalanche. O C1 está bem protegido. Estamos aqui, muito abençoados (e bem alimentados!). Daqui a pouco, é hora de dormir. Um forte abraço para todos!"

Roman Romancini - 03.04.2025 - 18h40 - Nepal

"Acho que finalmente resolvi minha peleja com o travesseiro! Graças ao meu amigo Bernardo, que me emprestou um inflável, decidi colocá-lo dentro do compression bag junto com as roupas. A noite promete ser boa… O cardápio da noite foi um banquete de luxo: sopa de cogumelos com queijo Polenguinho, chicken fried rice (pouco apimentado, se é que isso é possível) e Toblerone de sobremesa."

Roman Romancini - 03.04.2025 - 19h06 - Nepal

02.04.2025 - 12:35 Brasil | 21:25 Nepal

Refeições para o Ciclo de Cume

Roman Romancini e Purba fizeram a triagem dos alimentos que irão levar para o Ciclo de Cume, que começará nos próximos dias.
• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

01.04.2025 - 19:30 Brasil | 04:15 Nepal

Avalanche

Roman Romancini registrou uma avalanche nas proximidades do Campo Base do Annapurna. Hoje também ocorreu a cerimônia Puja.
• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

30.03.2025 - 10:05 Brasil | 18:50 Nepal

Fim do 1º Ciclo de Aclimatação

Roman Romancini está de volta ao Campo Base e fala sobre o acidente com o francês que caiu em uma greta. Assista o vídeo.
• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

29.03.2025 - 09:05 Brasil | 17:50 Nepal

Último dia no Campo 2 (5.520m)

Sempre que tiver uma avatar (foto) em preto e branco no mapa da foto principal, significa o ponto mais alto que o alpinista chegou neste ciclo de aclimatação. O avatar colorido sempre será onde ele está no momento.
• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

"Hoje, mais um dia aqui no C2. Novamente subi até a base do colouir para avaliar a rota e a exposição. A montanha anda bem seca e as frequentes quedas são de seracs. Há um trajeto entre o C2 e a base da parede seguro, porém bem gretado. Da base da parede, há um trajeto final do glaciar até a entrada do colouir bem exposta. Depois, segue margeando pela esquerda acima até uma série de paredes de blue ice de escalada bem técnica até chegar no C3 “baixo”. Esse ano montaram um C3 alto ao invés do C4, por conta do blue ice. Não é possível montar as barracas no C4. Amanhã desço para o BC para descansar depois de 4 noites e 5 dias aqui em cima."

Roman Romancini - 29.03.2025 - 14h46 - Nepal

28.03.2025 - 08:45 Brasil | 17:30 Nepal

Ainda no Campo 2 (5.520m)

• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

"Bom dia, meu caro. Aqui no C2, ventou bastante esta noite. Ontem, conversamos com o time chinês que voltou da tentativa de cume. Vamos ficar por aqui mais um ou dois dias. Hoje, uma carga vai subir para o C3. A rota para o cume ainda não foi aberta. Forte abraço!"

Roman Romancini - 28.03.2025 - 06h58 - Nepal

"Está -11º com sensação de -18º agora. Venta um pouco ainda. Hoje subimos 300m até a parte mais exposta da rota para analisar. Descanso ativo. Estou bem aqui na barraca no C2. Devo ficar aqui mais duas noites aclimatando."

Roman Romancini - 28.03.2025 - 17h10 - Nepal

"A gente comendo miojo super spicy e chicken fried rice, aí o Matteo puxa um presunto de Parma e um Grana Padano da melhor qualidade. Banquete a 5.520 metros."

Roman Romancini - 28.03.2025 - 17h35 - Nepal

27.03.2025 - 08:47 Brasil | 17:32 Nepal

Campo 2 (5.520m)

• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

"Devidamente instalado na barraca no Campo 2. Farei um power nap agora à tarde. Estou dividindo a barraca com meu amigo italiano, Matteo. Sinto-me bem. Mesmo padrão: às 14h, tudo fecha."

Roman Romancini - 27.03.2025 - 15h26 - Nepal

26.03.2025 - 10:42 Brasil | 19:27 Nepal

Campo 1 (5.065m)

• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

"Estou me sentindo muito bem. A escalada de hoje foi bastante difícil: muita pedra solta e terreno muito inclinado. Já consegui visualizar a rota. Há um trecho bastante perigoso entre C2 e C3. Os sherpas dizem que leva de 40 minutos a 1 hora nesse trecho exposto na base do couloir. Tenho pensamentos positivos para quando for o momento do ataque ao cume."

Roman Romancini - 26.03.2025 - 18h27 - Nepal

"C1 é como eu gosto! Estou em casa! Amanhã sigo para C2 por 2 ou 3 noites e depois para o BC. Em 4 dias estarei de volta ao BC. Annapurna é linda! Fim de tarde mágico e frio!"

Roman Romancini - 26.03.2025 - 18h14 - Nepal

"Já estou no C1, a 5.065 m, alimentado e tomando sol como se estivesse na praia. Dia duro! Desnível de 900 m em 4h35min. Pequeno contratempo: esqueci o Garmin InReach, ficou na barraca lá no BC, mas meu amigo iraniano trouxe! O C1 fica no topo do glaciar, de frente para a espetacular e amedrontadora parede! Escalada hardcore de C2 para C3! Tomando sol ao som das cachoeiras! Espetáculo!!! O padrão é sempre o mesmo: dias frios ao amanhecer, lindos e quentes pela manhã, e nublados a partir das 14h! Amanhã, C2! Abraço a todos!"

Roman Romancini - 26.03.2025 - 15h15 - Nepal

"Bati meu recorde de ioga! Acabei de fazer uma sessão de alongamento de ioga a mais de 5.000 m... kkk"

Roman Romancini - 26.03.2025 - 15h20 - Nepal

"Daqui do C1 é possível ver a rota até o C4, a parede é imensa, até o C2 parece mais protegido, de C2 para C3 é muito exposto, de C3 para C4 parece mais seguro, neste ciclo vamos passar duas noites no C2 e analisar a situação, se estiver seguro vamos tocar o C3, se não ficaremos três dias no C2 para aclimatar, a montanha é majestosa, espetacular e assustadoramente gigante ao mesmo tempo, mixed feelings, abraços para todos aí no Brasil!"

Roman Romancini - 26.03.2025 - 15h26 - Nepal

"Pôr do sol divino! Lindas fotos. Daqui do C1, escutam-se várias avalanches nessa hora. Espero que caia tudo o que tem para cair antes de passarmos."

Roman Romancini - 26.03.2025 - 18h04 - Nepal

25.03.2025 - 10:15 Brasil | 19:00 Nepal

No Campo Base

Roman Romancini tirou o dia para um descanso ativo no Campo Base do Annapurna, com curtas caminhadas para manter o foco na expedição. Conversamos de madrugada, pois sua equipe consertou o gerador e ativou a conexão via Starlink, essencial numa região tão remota.
• Acompanhe online pelo Garmin InReach.

"Hoje vou ficar mais um dia aqui no BC, me aclimatando com pequenas caminhadas. O plano é iniciar o primeiro ciclo de aclimatação amanhã: C1 a 5.200 m por uma noite, C2 a 5.800 m por duas noites, tocar o C3 a 6.500 m e voltar ao BC para descansar. A previsão do tempo está boa, e a rota até o C3 já está aberta."

Roman Romancini - 25.03.2025 - 07h04 - Nepal

24.03.2025 - 23:10 Brasil | 07:55 Nepal

Mensagens de Roman Romancini

• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

"Fiz uma caminhada de aclimatação até 4.500 m, em direção ao Campo 1. É a região mais linda dos Himalaias que já vi! Annapurna é uma deusa maravilhosa!"

Roman Romancini - 24.03.2025 - 11h31 - Nepal

"Passei uma boa primeira noite de sono no Campo Base, dormi 8h, aclimatando bem. Agora está -8ºC, com sensação de -17ºC. Hoje é dia de descanso aqui no CB, a 4.200 m. Abraço!"

Roman Romancini - 24.03.2025 - 07h04 - Nepal

"Cheguei ao Campo Base Annapurna, a 4.200 m, após quase 4 horas. Trekking todo nevado, lindo! Muito frio no começo. Abraços!"

Roman Romancini - 23.03.2025 - 12h16 - Nepal

"Cheguei ao acampamento Busket Mela, a 3.551 m, após quase 3h de jipe e 3h30 de trekking. O dia começou a 880 m em Tatopani com sol, mas cheguei aqui com muita neve."

Roman Romancini - 22.03.2025 - 7h22 - Nepal

22.03.2025 - 11:45 Brasil | 20:30 Nepal

Rumo ao Campo Base

Roman Romancini deve chegar nos próximos dois dias ao Campo Base do Annapurna.
• Acompanhe em tempo real pelo Garmin InReach.

20.03.2025 - 13:09 Brasil | 21:54 Nepal

Rumo a Pokara

Estamos iniciando a cobertura da expedição de Roman Romancini, que escalará o Annapurna. Após chegar ao Nepal no início da semana, ele agora segue para Pokhara, aproximando-se da montanha. Ouça o primeiro áudio.

PERGUNTA
Se um dia você fosse fazer uma trilha no Nepal, escolheria o Campo Base do Everest ou do Annapurna?

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Elias Luiz possui um estilo de escrita singular, proporcionando aos leitores a sensação de fazerem parte da aventura enquanto percorrem as páginas do livro. Repleto de reflexões sobre a vida moderna e superação, apresentando a experiência única de viver um grande aventura em meio à natureza. As obras são enriquecidas com fotos e mapas que estimulam a imaginação do leitor. É impossível mergulhar na leitura sem sentir o desejo de colocar uma mochila nas costas e vivenciar sua própria jornada. Boa leitura e boas aventuras!