David Breashears, um icônico cineasta e alpinista que se tornou o primeiro americano a escalar o Monte Everest mais de uma vez quando alcançou o cume em 1985, faleceu no dia 14 de março, aos 68 anos de idade, de causas naturais.
Conheci seu trabalho através do excelente livro "Alto Risco", lançado no Brasil em 2001 pela editora Manole. Foi um dos livros que me ajudou a moldar no mundo da aventura. Ao folheá-lo hoje, é fácil notar isso com as dezenas de anotações feitas com caneta marca-texto. Breashears sempre foi sinônimo de excelência, seja escalando, publicando livros ou filmes como "Everest", filmado em 1998, que se tornou o filme IMAX de maior bilheteria de todos os tempos. Também contribuiu com artigos, como aquele que ajudou a solidificar o montanhismo em busca de ética, lançado em 1988 e republicado no ano passado pela EXTREMOS: "Cada um por si mesmo?". Recomendo a leitura.
Outras produções relacionadas ao Everest em que Breashears esteve envolvido foram o livro de 1977 Everest: Mountain Without Mercy, o programa de TV Nova de 1998 Everest: The Death Zone e o programa da PBS de 2008 Storm Over Everest. E no mundo mais amplo do cinema, ele trabalhou nos filmes de Hollywood Cliffhanger em 1993 e Sete Anos no Tibet em 1997.
Em uma entrevista com a PBS, ele foi questionado: "Você pode falar sobre como o Everest ainda exerce um feitiço — e qual é esse feitiço — para a maioria das pessoas e para você, pessoalmente?" E a resposta de Breashears foi:
O Monte Everest tem um lugar especial em nossa imaginação, e grande parte dessa singularidade é o que atribuímos à montanha. Escalar o Everest significa que você fez algo extraordinário, que saiu da rotina da vida comum, suportou dificuldades e aceitou um grande desafio. Estar no pico mais alto da Terra, o romance da aventura e a glória da conquista são uma maneira de se sentir separado e distinto das pessoas ao seu redor. Só existe um lugar mais alto na Terra.
PERGUNTA
Você já leu ou assistiu algum filme de David Breashears?