Finalmente assisti o filme "LIVRE", baseado no livro homônimo da escritora Cheryl Strayed, história real vivenciada em 1995. O filme teve a estreia no Brasil no dia 5 de janeiro de 2015 nas capitais (e acaba de ser lançado na Netflix), e em outras cidades está sendo à conta-gotas e normalmente em cinemas mais alternativos. Recomendo ambos, o filme e o livro.
Livre (ou Wild), teve duas indicações ao Oscar 2015: Melhor atriz (Reese Witherspoon) e melhor atriz coadjuvante (Laura Dern)
O filme
Gostei do filme, foi muito fiel ao livro, a atriz Reese Witherspoon atuou muito bem, a locação de acordo. Mas, não sei... faltou algo, faltou rítmo, faltou química, faltou uma conexão maior. Tinha tudo para ser um sucesso, vários dramas acontecem na vida de Cheryl Strayed: traição, drogas, aborto, mãe que morreu vítima de câncer, pai alcoólatra, muito sexo sem compromisso, mochila nas costas, 1770 quilômetros de trilha em busca da purificação. Até o sobrenome da autora foi mudado para ficar de acordo, Strayed: perdida, isolada, extraviada... tudo, tudo certinho... mas o filme não me empolgou, acabou ficando raso, levando para o mesmo caminho o livro.
A história não linear que no livro tinha caído muito bem, no filme parece que não emplacou, fiquei imaginando se a pessoa que não leu o livro estava entendendo toda aquela transição de cenas e épocas a todo momento.
Entenda, essa é uma crítica em relação ao alvoroço que o livro causou nos Estados Unidos, tornando-se rapidamente um best-seller nas mãos de Oprah Winfrey e do New York Times, chegando a ser considerada a Na Natureza Selvagem de saia. Nota-se que tudo foi criado pensando em se aproximar ao máximo da história de Chris McCandless, narrada por Jon Krakauer, até o título foi tentando pegar uma marola na onda, WILD.
Into the Wild está em um patamar completamente diferente, questões morais e filosóficas muito mais amplas e universais. Sem falar no final avassalador onde McCandless começa a ter uma compreensão do que estava fugindo e buscando: "A felicidade só é real quando compartilhada". Quando resolve voltar para a segurança do seu lar, a cheia do rio acaba o impedindo, e ele morre.
Ano que vem o livro, Into the Wild, completará 20 anos, mas ainda é cedo para entendermos o lugar de Jon Krakauer na História como escritor.
Voltando a falar de LIVRE, o filme vale a pena ser assistido sim, muitas mulheres vão se identificar com a dor e a luta de Cheryl Strayed. Foi bom estar no escuro do cinema, comendo uma pipoca e vendo novamente um filme onde a personagem principal carrega uma mochila nas costas.
Assisti o filme na primeira sessão de lançamento, quinta-feira às 18h45, eu e apenas mais três almas desgarradas no cinema. Quando o filme terminou fui conversar com dois senhores na faixa dos 60 anos, e ambos disseram que gostaram muito do filme.
Será que foi impressão minha, ou eu vi a autora do livro em cena? Logo no início do filme a mulher que dirige a caminhonete que deixa a personagem no hostel para o início da trilha, não era a Cheryl Strayed?
E você, já assistiu? Já leu o livro? Quais foram as suas impressões?