Everest via smartphone e instagram
Fonte: Desnivel - Tradução: Flavia Luchetti
6 de julho de 2012 - 8:32
 
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Emily Harrington em autoretrato mostrando os vários acampamentos (C1, C2, C3, e C4) em sua escalada ao cume do Everest. A tecnologia facilitando a comunicação na montanha.
 

A equipe de expedição da National Geographic que nesta primavera escalou o Everest, documentou e enviou em tempo real a completa cobertura por intermédio de seus iPhones e App Instagram. Uma solução tecnológica.

O peso do equipamento fotográfico pode ser um verdadeiro problema para os que sobem altas montanhas e têm a necessidade de imortalizar seus melhores momentos ou para aqueles que querem demonstrar a sua chegada ao cume. A melhor qualidade ainda vem das mãos de fotógrafos especializados que investem esforços e engenho para transportar consigo um equipamento pesado. Para os “menos esforçados”, as câmeras compactas apresentaram uma melhora incrível. Os avanços tecnológicos são surpreendentes e as altas montanhas já estão se adaptando às fotografias dos smartphones via redes sociais como o Instagram, como demonstraram os membros da equipe da National Geographic no Everest.

Desde o início da expedição, em 23 de março, o líder da expedição, Conrad Anker e seus companheiros alpinistas Andy Bardon, Sam Elias e Emily Harrington não pararam de compartilhar fotos tiradas em tempo real com seus smartphones no Instagram. Mas como foram superadas as óbvias dificuldades para poder usar este sistema?

Baterias
Em primeiro lugar é evidente que as baterias de seus iPhones modelo 4S devem ser recarregadas regularmente. Para isso, usaram painéis solares disponíveis no acampamento base e com os quais obtinham energia elétrica para sua equipe. Emily Harrington levou um mini carregador ao C2 com o qual pode carregar seu telefone varias vezes.
Por outro lado, devemos levar em consideração o rápido esgotamento das baterias em temperaturas extremamente baixas, que tentavam controlar mantendo os aparelhos aquecidos. Andy Bardon levou o telefone no bolso interno da base layer, enquanto Harrington o manteve consigo dentro do saco de dormir.

Touchscreen
Outro elemento a se considerar é que esses telefones têm tela sensível ao toque, que a priori se pressupõe ser pouco prático com temperaturas generosamente abaixo de zero. Bardon comenta que que dedos congelados podem ser um problema quando as mãos estão muito frias, o telefone sequer pode reconhecê-las. Assim, ambos encontraram um truque para utilizarem os botões externos (+volume) na lateral para filmar e não ter necessidade de utilizar a tela. Eles também contavam com luvas especialmente concebidas pela The North Face com um material na ponta dos dedos para telas sensíveis ao toque. E, se o frio faz com que não seja possível remover as luvas exteriores, há sempre o truque engenhoso, como o observado por Bardon que utilizou o nariz para fotografar.

Filtros e fotos noturnas
Quem já tentou tirar fotos em ambientes com neve sabe das dificuldades de iluminação . Ao usar telefone sem opção de lentes ou filtros físicos é melhor se “deixar levar” pelo software. Primeiro use as opções para a medição da luz da própria câmara para evitar a superexposição excessiva e, em seguida, utilize filtros, funções e correções como o HDR ou clareza na opção da camera.
Finalmente, sobre as fotografias noturnas, recomenda-se fixar o telefone em algo completamente estável ou improvisar um tripé. Em seguida, dispor de um disparo lento do obturador ou um App que faça o controle do sensor pode ser uma boa ajuda.

Próximo passo, compartilhando a partir do cume.
Toda a experiência anterior pode ser surpreendida pela ausência de sinal 3G nas montanhas. Um modem por satélite ainda é imprescindível para transmitir dados e compartilhar fotos em redes sociais como o Instagram. No entanto, já se aponta para um futuro em que essas mesmas fotografias poderão ser compartilhadas a partir do cume do Everest. Os esforços para levar cobertura 3G já está a caminho.