Relógios de pulso com mostradores de pedras do cume do Everest. Esta é a fonte do escândalo que levou o governo nepalês a retirar na primavera deste ano o permisso de alguns escaladores que não tinham como objetivo principal escalar o Everest, entre estes foi negado permisso ao italiano Vittorio Brumotti que pretendia descer de bike a encosta do Everest.
A causa do escândalo chamado de “Himalaia Everest” é o relógio feito com pedra recolhida próximo do cume do Everest, que custa U$ 16.000 e é produzido em edição limitada: são apenas 25 peças. É um relógio de pulso assinado pela Kobold, empresa dos EUA. Os relógios são usados por celebridades, militares, cientistas da NASA e até mesmo por Bill Clinton.
Mas o relógio Everest não é apenas um negócio. Atrás, há uma história convincente. A idéia foi sugerida pelo famoso explorador britânico Sir Ranulph Fiennes que havia escalado o Everest em 2009 e durante anos usou esta marca de relógio. Em 2010, o próprio Sr. Kobold escalou o Everest com sua esposa, acompanhados por dois guias Sherpas: Ang Namgel, 27, e Lakpa Thundu, 38, estes sherpas já haviam escalado a montanha diversas vezes.
Durante a escalada, Kobold quase morreu devido a falha de seu tanque de oxigênio, e Namgel salvou a sua vida, dando-lhe a sua garrafa. A esposa de Kobold teve vários problemas durante a subida, sempre resolvido pelos dois sherpas, que nunca tiveram medo de arriscar suas vidas para salvar seus clientes.
Kobold disse à imprensa que, naquele momento percebeu os riscos envolvidos na profissão de guias Shepras. E ao retornar do Everest, decidiu oferecer a seus dois sherpas uma carreira de relojoeiros, para o bem de suas famílias. Ele então ofereceu-lhes um curso de treinamento de um ano na sede nos EUA e depois investiu no Nepal, abrindo uma oficina em Kathmandu, inaugurada em 27 de março de 2012.
Lá os dois Sherpas produzem relógios de luxo marcados como “Made in Nepal”. Entre eles, o famoso relógio com pedras do cume do Everest (que no mercado do Nepal, parece ser vendido por U$ 8.848 - o preço é a altitude do Everest). A notícia foi recebida com entusiasmo pela imprensa, que na semana passada elogiou a iniciativa.
Mas, aparentemente, a idéia não agradou a todos no governo nepalês, que se sentiu ofendido, e ainda decidiu negar permissão de escalada para aqueles que não informaram que o objetivo principal era de atingir o cume. A notícia deu a volta ao mundo, e discussões enfurecidas ocorrem na internet, muitas pessoas se perguntam porque tal reação a um projeto comercial, sim, mas não mais do que muitas expedições que durante anos levam pessoas ao ponto mais alto do planeta. Outros aplaudem a vingança da sacralidade da montanha. Nesta polêmica, quem sabe o que o futuro aguarda no laboratório dos dois sherpas...
E você, o que achou? É contra ou ficou com vontade de ter um relógio?
|