A bordo do navio Rainbow Warrior ("Guerreiro do arco-íris", na tradução do inglês), atracado no Porto de Manaus, membros do Greenpeace vão coletar assinaturas durante a expedição 'Guerreiro Arco-íris' em prol da Lei do Desmatamento Zero. O novo navio faz a primeira expedição em águas brasileiras em comemoração ao aniversário de 20 anos do Greenpeace Brasil, entres os meses de março e junho. Rainbow Warrior, inaugurado em 2011, tem estrutura mais moderna e sustentável em termos de navegação.
A expedição, que começou no dia 19 em Manaus, passará ainda por Macapá (AP), Belém (PA), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), onde participará da Rio+20, e Santos (SP). Nestas cidades, o público poderá subir a bordo e conhecer a tripulação e as campanhas do Greenpeace Brasil.
São 58 metros de comprimento e 11 de largura. Toda a estrutura projetada especialmente para campanhas do Greenpeace é movida pelo vento e tem motores de propulsão diesel-elétrica. De acordo com o navegador do Raibow Warrior, o italiano Angelo Musco, o sistema é acionado apenas sob condições climáticas desfavoráveis ou em situações que exijam velocidade máxima.
"Isso faz com que o navio utilize ao máximo a energia dos ventos para se mover" - disse Angelo Musco
Sustentável
Angelo Musco explicou que o casco do navio foi desenhado especialmente para reduzir atritos e fazer com que o barco deslize mais facilmente sobre a água, o que representa menos gasto de enegia. "Em um dos sistemas de tração, basta abrir as velas. Esse processo leva pouco mais de um minuto e permite a navegação por meio do vento".
Segundo ele, o navio ainda possui uma central de telecomunicações por satélite que permite enviar e receber informações e mídia dos lugares mais remotos do planeta. A embarcação conta também com um heliponto. Outro recurso utilizado para diminuir o impacto ambiental é o sistema de tratamento de esgoto.
O Rainbow Warrior transporta todos os equipamentos e materiais necessários para as campanhas da ONG. A estrutura foi planejada para transportar mais carga, mais pessoas, e ainda é mais leve e rápida que versões anteriores.
O assistente de logística Rafael Liberato, de 28 anos, que trabalha há quatro no Greenpeace Brasil relatou a experiência de viajar no Rainbow Warrior. "É emocionante. Em 2009, passei três meses no antigo Rainbow Warrior. Esse novo vai ajudar muito, não só nesta, mas em outras campanhas que faremos, pela nova estrutura e pelos novos recursos", disse ao G1.
Construção
O novo navio do Greenpeace levou 27 meses para ser construído e, segundo o movimento, cada detalhe foi pensado para ser energicamente eficiente, sustentável e com a menor pegada de carbono possível -- desde o tamanho das velas até o sistema de tratamento de água e resíduos. Mais de 3 milhões de colaboradores regulares do Greenpeace em todo o mundo ajudaram a construir o navio. Cerca de 100 mil doações específicas foram feitas para a construção da embarcação.
O primeiro Rainbow Warrior era uma traineira de pesca enferrujada e foi adquirido em 1977. Em 1985, durante missão na Nova Zelândia, quando o Greenpeace se preparava para tentar bloquear testes nucleares da França, o serviço secreto francês bombardeou e afundou o navio.
Quatro anos depois, em 1989, o segundo "Guerreiro do Arco-íris" foi incorporado à frota do Greenpeace, onde permaneceu por 22 anos. Sua única visita ao Brasil aconteceu em 1992, na Eco-92, no Rio de Janeiro. Em agosto de 2011 ele foi doado à ONG Friendship, de Bangladesh, onde virou hospital flutuante e atende a população carente da baía de Bengali.
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