No dia 3 de janeiro de 2012 tomei a decisão de deixar a expedição Aconcágua. Já estava pensando nesta possibilidade há uns três dias atrás, pois não estava me sentindo muito bem, não dormia há mais de quatro dias, o prazer de estar na montanha já não era o mesmo.

Eu estava transformando o meu objetivo que era conquistar o ponto mais alto das Américas, em uma obsessão, e isto eu não queria, pois para mim o que mais importava nesta aventura era encarar a vida de outra maneira, pensando na real importância das coisas, na troca de experiência, desenvolver meu sentimento de companheirismo e da ajuda incondicional, dar mais valor ao meu trabalho e dos outros, a entender as dificuldades individuais, a aceitar mais as diferença, etc....

Na minha cabeça eu já tinha conquistado o ponto mais alto das Américas, mesmo não chegando ao cume, pois o mais perto dele foi o Campo 1 Plaza Canada 5.250 m.a.n.m.

Estou muito feliz em ter conseguido ir até onde fui e julguei ser meu limite, foi uma vitória pessoal muito grande. Não foi desta vez que consegui conquistar o Aconcágua, mas consegui conquistar todos os meus outros objetivos.

Criar e superar desafios é algo da natureza humana. Todos nós criamos e estabelecemos metas e desafios em nossas vidas, tanto no campo profissional como no particular. Depois, compartilhamos nossas experiências, transferindo aos colegas as emoções vividas e o conhecimento apreendido.

Realizei um sonho, conheci pessoas incríveis, passei por lugares inesquecíveis, vi paisagem que até então só via por fotos.

Tudo isto nos mostra que na vida nada é como QUEREMOS, como PLANEJAMOS, como SONHAMOS, tudo muda e nada é para sempre, e são nestas mudanças que percebemos o quanto somos fortes, sempre saímos fortalecidos. A vida é assim cheio de mudanças, transformações e todos os dias passamos por elas.

Mudei meu objetivo na expedição, estou muito feliz e realizado...


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