BRUXELAS (Reuters) - Dois exploradores belgas na Antártida, que tentam estabelecer um recorde mundial para a mais longa expedição polar sem apoio externo ou ajuda motorizada, vão tentar traçar uma nova rota após fortes tempestades tornarem o curso original intransitável.
Os aventureiros Dixie Dansercoer e Sam Deltour tinham como objetivo tirar proveito dos padrões de vento do continente para cobrir um recorde de 6.000 quilômetros em 100 dias, usando pipas para ajudar a navegar com trenós através do gelo e da neve.
Após 10 dias de expedição na Terra da Rainha Maud, a dupla encontrou "sastrugi" (formação de neve e gelo feita por ventos fortes) intransitável, além de ventos contrários avassaladores, o que tornou impossível continuar no percurso escolhido.
"Passamos dez dias em um labirinto de sastrugi, como resultado de três tempestades de inverno sem precedentes. Nós só conseguimos avançar 4 quilômetros por dia", disse Dansercoer à Reuters por telefone via satélite da Antártida.
"A Terra da Rainha Maud tornou-se uma área intransponível para os viajantes polares como nós."
A fim de quebrar o recorde de cinco anos atrás estabelecido pelo norueguês Rune Gjeldnes, a dupla teria que percorrer uma média de 60 quilômetros por dia.
Um avião russo terá como objetivo resgatar a dupla na quarta-feira para levá-los de volta à estação de pesquisa NOVO, de onde eles vão planejar uma nova rota.
"Estamos esperando ouvir os pilotos, mas o tempo está muito ruim, então estamos esperando impacientemente", afirmou Dansercoer.
"Ao longo dos últimos dez dias as temperaturas estiveram entre -30 e -40 graus Celsius, e nós enfrentamos ventos constantes. Isso é pedir problema e nós vimos os primeiros sintomas de congelamento em torno de nossos narizes e bochechas. Temos que ter muito cuidado."
Acompanhe a expedição pelo site oficial: www.antarcticice.be |