Faleceu aos 81 anos em Roma, o alpinista italiano Walter Bonatti, uma das grandes lendas do montanhismo. Ele viveu em plena saúde até os 80 anos, mas no último ano lutava contra uma grave doença.
Bonatti esteve envolvido em uma controvérsia na primeira escalada com sucesso do K2, realizada pelos italianos em 1954, onde depois de carregar os cilindros de oxigênio para os seus companheiros que fariam o ataque ao cume, não recebeu ajuda deles para um pernoite em suas barracas e foi obrigado a fazer um bivaque a 8.000m de altitude, com seu companheiro de escalada, o hunza Amir Mahdi (hunza é uma etnia das montanhas do Paquistão, parecida com os Sherpas do Tibet). Bonatti saiu ileso, mas Mahdi teve vários dedos das mãos e pés amputados, e por isso teve que abandonar o montanhismo e se dedicou o resto da vida como enfermeiro em seu país. Após a escalada de Lacedelli e Compagnoni ao cume, onde disseram que logo após o inicio da escalada eles fizeram o ataque sem utilizar O2, culparam Bonatti de ter utilizado o O2 durante o bivaque, mas Walter Bonatti sempre disse que não utilizou O2.
Após o incidente, Bonatti abdicou das grandes montanhas de 8.000 metros e voltou escalar nos Alpes, onde a sua grande conquista foi a face norte do Matterhorn. Aos 35 anos abandonou o montanhismo e se dedicou com brilhantismo a profissão de jornalista.
Nos últimos anos, após disputas nos tribunais, a sua versão dos acontecimentos no K2 foram reconhecidas como legítimas, e a História foi assim corrigida. Em 2009 recebeu o Piolet d’Or, uma das maiores honrarias no mundo do alpinismo.
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