Marco Camandona, Niclevicz e Abele Blanc no acampamento-base do Shisha Pangma, Tibete. Foto: Arquivo / Niclevicz

KATMANDU, Nepal - Sua expedição foi em segredo durante semanas. Ninguém sabia que ele havia viajado, ninguém sabia que ele estava subindo um gigante do Himalaia com 8.091 metros, a última das suas 14 oito mil, que lhe deu uma espécie de "maldição". Após dez anos de tentativas, incluindo duas experiências trágicas, Abele Blanc finalmente concluiu a escalada do Annapurna com sucesso: subiu ao topo esta manhã e está agora descendo a montanha.
"Escalar todos os 14 picos mais altos da Terra é um sonho que carrego desde 1982 - disse no ano passado, na véspera de mais uma tentativa ao Annapurna. - "Várias vezes eu tentei, em vão, o Annapurna, o último pico que eu sinto falta. Eu havia desistido, mas resolvi tentar pela última vez."
Este ano, talvez para dar sorte, e ter uma melhor concentração, sem a pressão da mídia, Blanc optou por não contar a ninguém. Circularam rumores da tentativa atual, mas ninguém conseguiu uma confirmação.
A melhor confirmação disso veio hoje, juntamente com a notícia da conquista. Blanc chegou pouco depois das 13h, horário do Nepal.
Abele é agora o terceiro alpinista italiano a completar os 14 oito mil sem auxílo de oxigênio suplementar, atrás apenas de Reinhold Messner e Silvio Gnaro Mondinelli.
Blanc havia conquistado o seu 13º oito mil em 2001, o Dhaulagiri. Então começou a sua tentativa de escalar o Annapurna, foram seis tentativas, que se revelou dramática em 2005, quando uma avalanche matou seu amigo Christian Kuntner e Abele Blanc teve cinco costelas quebradas.
Abele Blanc foi companheiro de escalada do brasileiro Waldemar Niclevicz no K2 em 2000. Participe, deixe o seu comentário abaixo.