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- Estou chocada. É uma prova de que nosso esporte é realmente muito perigoso.
Foto: Divulgação |
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Maya Gabeira foi uma das primeiras surfistas a receber a notícia da morte de Sion Milosky nas ondas de Mavericks, em Half Moon Bay, na Califórnia. Perto dali, em San Diego, ela não conseguiu dormir. Passou a noite em claro, pensando nos riscos que envolvem o esporte que pratica. Era fã de Sion, sempre o encontrava no Havaí, onde ele morava, ou em outros cantos do mundo.
- Estou chocada. É uma prova de que nosso esporte é realmente muito perigoso. Ninguém está livre. Até o mais experiente pode morrer - disse, por telefone.
Segundo surfistas que estavam no local, havia apenas um jet ski de resgate no fim da sessão em Mavericks, na tarde de quarta-feira. Sion, que já tinha surfado seis das melhores ondas do dia, foi atingido pelo lip de um paredão de cerca de dez metros. Apenas 20 minutos depois seu amigo Natan Fletcher percebeu que ele não tinha conseguido voltar ao outside e saiu à procura. Só o encontrou a um quilômetro de onde estavam.
Maya alerta que o fim de tarde em Mavericks é sempre perigoso. E acredita que o fato de haver apenas um jet ski na água aumentou o risco.
- Nosso esporte ainda tem poucos recursos. E quem tem menos recursos, claro, está mais exposto a riscos.
A brasileira coleciona acidentes no mar. Em 2007, no Taiti, tomou a pior das vacas de sua carreira. As imagens foram peça importante na votação que deu a ela o primeiro de seus quatro prêmios XXL, o "Oscar" das ondas grandes. A rotina, no entanto, vira e mexe inclui pesadelos.
- Tenho pesadelos. Estou mal, não consegui dormir. Na primeira vez que fui a Mavericks, ele estava no quarto ao lado do meu. Eu o vi pegar as melhores ondas do swell. Conheço as filhinhas dele. Eu poderia estar ali surfando. Dá muito medo - disse. |