Saímos do Brasil no final do mês de junho com destino ao Equador onde teríamos dois objetivos principais a subida do Cotopaxi (5870) e o Chimborazzo (6310), depois do Equador segui a Bolívia com objetivo de trabalhar como guia na expedição do Huayna Potosi e Tarija da Grade6 e neste meio tempo meu parceiro de escalada, Canellas, retornou ao Brasil.
Terminando o trabalho nos encontramos novamente em La Paz para desta vez seguirmos a maior montanha da Bolívia o Sajama, que no ano anterior tínhamos avistado bem de longe desde o cume do Huayna Potosi (6088m), de onde já era almejada e planejada.
O Parque nacional Sajama está localizado no estado de Oruro, a aproximadamente 3h30min da capital La Paz e é freqüentado em sua maioria por aventureiros que buscam as altas montanhas como o Sajama (6542m) e os Payachatas (de 6330m a 6200m). Esta região é também chamada de cordilheira ocidental e apesar de ter um clima mais árido e desértico, é de grande beleza visual e de grande riqueza cultural já que os campesinos são maiorias nesta região.
Estes campesinos por sua vez sempre recebem os turistas com muita atenção e cuidado, o que traz ainda mais segurança para aqueles que ainda não conhecem os costumes locais, com agente, não iria ser diferente.
No dia 27 nos dirigimos ao Sajama, por uma estrada que beira toda a cordilheira real e se estende até aos desertos ocidentais, muito próximos à fronteira da Bolívia com o Chile.
Depois de um lanche e 03h50min de viagem de carro chegamos ao parque nacional onde entramos neste mesmo dia e nos deslocamos até o Campo Base (4800m) que está a aproximadamente 1 hora de onde se para o veículo. Esta noite armamos nossas barracas e ficamos na base com nossos parceiros e amigos montanhistas da Bolívia, para descansar e nos preparar para subida ao campo 1 que seria logo no dia seguinte; já aclimatados sentimos uma tranqüilidade muito maior nos deslocamentos em relação ao desnível das subidas.
Acordamos no dia 28 pela manhã, nos alimentamos bem e seguimos com nossas mochilas até o Acampamento superior (5700m), esta subida sim é bem desgastante e exige resistência dos montanhistas, porque o terreno arenoso e o peso extra nas costas nos desgastam durante as 4 h de subida e ainda diferentemente do clima na cordilheira real, na ocidental os ventos são mais intensos e contínuos, o que acaba trazendo mais complexidade no autocontrole dos escaladores.
Acordamos na madrugada por volta das 2hs da manhã e o tempo estava maravilhoso, inteiramente estrelado, muitas estrelas cadentes e o vento parecia estar bem tranqüilo, um ótimo sinal para nossa tentativa.
Saímos com muita vontade e apreciação por uma escalada que se inicia com uma rampa exposta de uns 45° de pouca neve e pedras soltas, ao término desta subida entramos em uma aresta de rochas de 2º/3º grau com exposição ao lado de 100 a 150m aproximadamente; Terminando a aresta caminhamos em pedras até alcançarmos os penitentes que se estendiam até os 6300m e somente no final encontramos neve e inclinações mais baixas para depois de 06h15minmin atingir o grandioso Teto da Bolívia.
Depois de se alimentar e se hidratar, iniciamos nossa descida que também não foi das mais rápidas já que teríamos alguns trechos cautelosos e expostos pela frente, desta forma chegamos ao campo alto por volta das 12h00min e de pronto retornamos até a base e o veículo.
Ainda comemorando e vivendo a intensidade de sensações deixadas pelas experiências recentes, voltamos à turbulenta cidade de La Paz, onde passamos mais dois dias descansando antes do retorno ao Brasil.
A natureza fez seu papel e nós o nosso como parte dela e assim seguimos.
Quem leva
GRADE6 - www.grade6.com.br
Fone: (19) 3241-9709
Av. Almeida Garret , 1687 - Pq Taquaral - Campinas (SP)
DATAS: a consutar
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