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Amundsen desapareceu numa missão de resgate no Ártico.
Foto: Divulgação |
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Amundsen foi o primeiro a alcançar o Polo Sul.
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Copenhague, 24 ago (EFE).- Uma expedição de dez homens e dois navios dirigida pela Marinha da Noruega parte nesta segunda-feira ao arquipélago de Svalbard, no Oceano Ártico, em busca dos restos do avião no qual desapareceu há 81 anos o mítico explorador polar norueguês Roald Amundsen.
Amundsen foi o primeiro a alcançar o Polo Sul e a completar a Passagem do Noroeste, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico pelo hemisfério norte.
Em 18 de junho de 1928, ele partiu da cidade norueguesa de Tromsø rumo a Svalbard no hidroavião francês Latham 47 com uma equipe de cinco pessoas para resgatar o italiano Umberto Nobile, desaparecido no Ártico durante uma expedição com um balão dirigível e depois resgatado por um avião sueco.
Mas o Latham 47 se perdeu em algum lugar próximo ao arquipélago de Svalbard e nem o avião, nem os corpos de seus ocupantes, foram encontrados até hoje, embora um tanque de combustível e uma boia tenham aparecido dias depois no litoral do norte da Noruega.
A Marinha norueguesa, que já fracassou em uma tentativa similar em 2004, armou agora uma expedição na qual também colaboram o Museu da Aviação norueguês, uma empresa de tecnologia marítima e um canal de televisão alemão que fará um documentário sobre o projeto.
A expedição, que sairá de Tromsø e terá duração de 10 dias, contará com dois navios cedidos pela Marinha norueguesa, o Harstadt e o Tyr.
Os tripulantes do Tyr controlarão a principal arma nas buscas, o robô submarino Hugin 1000, capaz de mapear detalhadamente o fundo do mar e que possui uma autonomia de 18 horas diárias.
Caso o robô, equipado com um sonar, encontre algo, a equipe usará o Scorpion 21, outro robô submarino dotado de quatro câmeras de alta definição para registrar qualquer tipo de objeto.
A busca se concentrará em uma área de 45 milhas náuticas quadradas no mar de Barents e de uma profundeza média de 400 metros ao noroeste da ilha do Urso, que faz parte do arquipélago de Svalbard, e onde se acredita que os restos do Latham 47 possam estar.
Em 1933, um rebocador avistou nessa região um objeto similar ao motor de um avião, atribuído ao Latham 47. O componente não pôde ser recuperado, mas a posição ficou marcada nos mapas.
"Somos céticos sobre o que podemos encontrar da estrutura do avião, que era de madeira, mas achamos que os motores podem aparecer, são fáceis de identificar", afirmou o comandante Frode Løseth, um dos membros da expedição.
A confiança no êxito do projeto, que será conduzido como uma operação militar, reside principalmente nas possibilidades oferecidas pela nova tecnologia para conhecer o destino final de um dos maiores aventureiros polares de todos os tempos.
Nascido em 1872 na cidade de Borge, no sul da Noruega, Amundsen chegou a estudar medicina, mas aos 21 anos deixou o curso para se tornar marinheiro a fim de conseguir seu sonho: se transformar em um explorador polar como seu compatriota Fridtjof Nansen.
Ao longo de quatro décadas de uma vida marcada por problemas financeiros, Amundsen virou uma lenda, especialmente depois que liderou em 1911 a primeira expedição que chegou ao Polo Sul, superando um duelo com o britânico Robert Scott.
Entre suas conquistas, compartilhadas com o também norueguês Oscar Wisting, em 1926 Amundsen se tornou o primeiro homem a alcançar ambos os polos, o que conseguiu em uma expedição a bordo do dirigível Norge da qual fazia parte o engenheiro italiano Umberto Nobile.
Conflitos pessoais entre Amundsen e Nobile sobre a quem correspondiam as honras do feito fizeram com que o italiano decidisse dirigir uma nova expedição no ano seguinte, que conseguiu chegar ao Polo Norte, mas que se perdeu no retorno.
Apesar da rivalidade com Nobile, o explorador norueguês aceitou o convite para integrar a equipe de resgate do italiano, que foi encontrado, enquanto Amundsen e o restante dos ocupantes do Latham 47 desapareceram em algum lugar das Svalbard.
Oito décadas depois, a expedição que partirá hoje de Tromsø tentará resolver uma questão que Løseth considerou como "de interesse nacional e um dos últimos mistérios da história polar". EFE
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