Os peritos que realizaram a necrópsia do corpo do brasileiro Gabriel Buchmann, que morreu numa montanha no Maláui, na África, informaram nesta quinta (6) que ele morreu de hipotermia. Ou seja, ele não resistiu à baixa temperatura.
Antes do resultado do exame, as equipes que participaram das buscas disseram que encontraram o corpo em uma espécie de ninho, que teria sido feito por Gabriel para se proteger do frio.
O corpo deve chegar ao Brasil no próximo domingo (9).
Trilha era para iniciantes
Para amigos e parentes do brasileiro Gabriel Buchmann, o motivo mais provável da sua morte foi uma brusca mudança de tempo que ocorreu no momento em que ele alcançava o topo da montanha.
“A trilha do monte Mulanje é para iniciante, de fácil acesso, é segura, e o Gabriel tinha muita experiência e uma resistência física absurda. O que aconteceu foi uma fatalidade”, disse ela, que já viajou com o amigo para vários países.
Gabriel desapareceu quando fazia trilha no monte, no dia 17 de julho. Equipes que faziam a busca por terra encontraram o corpo do brasileiro caído em um vale a mil metros de altura. O corpo foi retirado do monte Mulanje com a ajuda de um helicóptero contratado pela família.
Na noite de quarta-feira, menos de 10 horas depois da notícia, a irmã do economista, Nina Buchmann, ainda não acreditava na morte do irmão: “É difícil de acreditar, ainda não faz parte, a gente demora a digerir. Minha mãe está como eu: ‘Como assim? Não é verdade’. Parece que ele ainda vai voltar”, disse.
Blog premanecerá
O blog "Ajude Gabriel Buchmann", criado desde o desaparecimento do economista, vai permanecer funcionando. O objetivo dos amigos não é apenas fazer uma homenagem, mas também “mostrar para as pessoas quem foi o Gabriel e transmitir os sonhos dele”, revelou Gabriela.
Nesta quarta-feira, o blog, que já atraiu mais de 400 pessoas, recebeu mensagens de solidariedade.
Segundo a irmã, Gabriel nunca quis uma vida fácil ou comum: “Meu irmão não queria apenas ter um bom emprego e ganhar um bom salário, ele recusou boas propostas para ir atrás do sonho dele. Ele sempre disse ‘se quer, faz, não fica só no querer’. Ele era um engenheiro de sonhos”, disse ela.
A amiga Gabriela, emocionada, concordou: “Ele era movido a sonhos. Era um ser humano iluminado, dedicou a vida toda ao próximo, era muito especial e teve ousadia para conhecer todos esses países que ele viajou”.
Nina estava inconformada: “Quero saber o que houve porque não vejo razão para ele ter morrido”.
Economista viajava desde julho de 2008
O economista estava viajando desde julho do ano passado. Ele percorreu 26 países da Ásia, África e o Oriente Médio como preparativo para um doutorado sobre políticas públicas de apoio a populações pobres.
O objetivo do jovem era conhecer diversos países, para investigar sobre a distribuição de renda em cada região. A passagem de volta para o Brasil estava marcada para o dia 28 de julho.
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