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Queda até a base do 'Salto Belo', em MT, durou 2,97 segundos.
Esportista bateu recorde mundial do esporte 'caiaque extremo'.
 
 
Publicado em 02/04/2009 - 08h40 - da redação
Fonte: G1
 
 
 
  Pedro Oliva desceu cachoeira de 38,7 metros de altura em menos de 3 segundos
Foto: Reprodução/Pedro Oliva
   
 
 
Foto 1 - Equipe rodou 8mil quilômetros de carro, passando por várias cachoeiras.
Foto 2 - Descida da Cachoeira Rio dos Couros na Chapada dos Veadeiros (GO).
Foto 3 - Equipe posiciona câmeras para registrar a descida de Oliva.
Foto 4 - Oliva dis que o mérito é da sua equipe que ajudou a preparar tudo.
Fotos: Reprodução/Pedro Oliva
   
 
 
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Ele desceu uma cachoeira de 38,7 metros de altura, em Mato Grosso, usando um caiaque. Na queda, que durou 2,97 segundos, a velocidade máxima atingida foi de 115 km/h. A imprensa internacional repercutiu o fato como ousadia e muitos disseram que o atleta é maluco. Mas Pedro Oliva, 26 anos, garante: “foi algo bem técnico e tudo muito bem planejado”.

Oliva, natural de São José do Rio Preto (SP), desceu a cachoeira conhecida como Salto Belo, em Campo Novo dos Parecis (MT), no dia 4 de março. O feito rendeu a ele e à equipe o recorde mundial do esporte, o caiaque extremo (do inglês kayak extreme). O recorde, aceito pela comunidade dos praticantes desse esporte e publicado em revistas de referência, deve ser agora submetido ao Guinness World Records para avaliação e registro.

A técnica, segundo Oliva, foi o que garantiu o sucesso da descida. Da escolha dos equipamentos ao planejamento da melhor posição para a queda, tudo foi calculado detalhadamente. A equipe, formada por brasileiros e americanos, conta até com a ajuda de um matemático. “Começamos a desenvolver teorias até um pouco fora da linha do esporte, para pensar na queda”, diz o atleta.

'Você vai morrer'
A descida do Salto Belo aconteceu um dia depois de feito semelhante no Salto das Nuvens, em Tangará da Serra (MT). “Depois de rodar oito mil quilômetros, passando por bons lugares para descer, chegamos ao Salto das Nuvens, e depois, ao Salto Belo. Foi uma progressão. Cada lugar a que chegávamos se mostrava melhor que o anterior”, diz Oliva.

Segundo Oliva, o Salto Belo fica localizado em território indígena. “Depois que cruzamos o rio em uma balsa, paramos o carro a uns 10 metros da cachoeira. Pouco tempo depois, mais ou menos 30 índios vieram ver o que estava acontecendo. Quando perceberam que eu ia descer a cachoeira, alguns ficaram falando ‘o que você vai fazer? Você vai morrer’. Eu fingi que eles não existiam, porque não estavam exatamente me passando muita segurança”, afirma Oliva.

Da chegada ao local à descida, foram necessárias mais de três horas de preparo, para conhecer a área onde o caiaque iria cair. Membros da equipe desceram a cachoeira de rapel e procuraram locais em que não havia pedras. “Nós tínhamos que escolher o melhor lugar para descer. A cachoeira tinha cerca de 100 metros de largura e era importante percorrer a via com maior fluxo de água.”

No céu
Além do turbilhão de sensações proporcionadas pela descida, Oliva conta que o visual fez a queda valer à pena. “Até a metade do salto deu para ver tudo. É muito rápido, eu sei, mas depois que você desce inúmeras vezes, acaba treinando o olhar e capta muita coisa. Só que na segunda parte da queda, só consegui ver o céu e o logotipo do meu caiaque”, diz o atleta.

“Quando caí na água, relaxei. Girei algumas vezes e em cinco segundos estava saindo da água. Foi a sensação mais incrível, pensei que estava no céu”, afirma. Oliva saiu da água na parte de trás da cachoeira, onde se forma uma espécie de “salão”. “Saindo da água, vi umas três cobras, de cerca de 1,5 metro. Uma delas estava comendo um pássaro. Acho que levei um susto maior nessa hora do que na descida”.

No final, o atleta diz que “estava com estado de espírito muito tranqüilo. Nossa missão foi cumprida”. Os índios ajudaram a tirar o caiaque da água e auxiliaram na subida, de volta ao topo da cachoeira. “Nos deram colares de presente. Eu não tinha como retribuir, então dei a camiseta que usei por baixo do colete”, afirma Oliva.

 
 
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