O paraquedista Cláudio Knippel, de 45 anos, morreu ao saltar de paraquedas na tarde desta sexta-feira (19) do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), em Boituva (SP), segundo o presidente da associação de paraquedismo e diretor do CNP, Nilson Pereira. Ainda de acordo com ele, a vítima bateu em outro paraquedista em queda livre, desmaiou, não conseguiu acionar o equipamento e morreu na hora. Segundo Pereira, a vítima caiu em um canavial que fica a um quilômetro do CNP. O acidente aconteceu por volta das 15h, afirma o Corpo de Bombeiros.
Knippel era "um dos melhores do país e contribuiu para avanços no esporte", segundo esportistas ouvidos pelo G1 e que, abalados, não quiseram dar entrevistas. Ele é especialista na modalidade freefly, que é uma das mais rápidas do país, segundo Pereira. O salto ocorreu a 12 mil pés de altura. O outro paraquedista envolvido não sofreu ferimentos, afirma Pereira.
O número de pessoas que participava do salto ainda é desconhecido, mas o diretor do CNP explica que normalmente ocorre com um grupo de cinco pessoas. “No avião vão cerca de 12 pessoas. Só que elas saltam em momentos diferentes de acordo com o tipo de salto que vão realizar. No caso o Claudio estava fazendo um salto freefly, que geralmente vai até cinco atletas.”
Knippel morava em Mogi das Cruzes (SP), era casado e deixa dois filhos. O corpo já foi retirado do local, segundo a funerária.
DAA
Segundo o presidente da Confederação Nacional de Paraquedismo, Luiz Cláudio Santiago, foi apontada uma sucessão de erros no salto, sobretudo a ausência de um equipamento obrigatório desde dezembro de 2014, o DAA (Dispositivo de Acionamento Automático). O aparelho é instalado no equipamento e abre automaticamente o paraquedas, a determinada distância do solo, caso o paraquedista não acione o dispositivo.
Há três anos
O último acidente de paraquedista com morte em Boituva ocorreu em 9 de julho 2012, quando Alex Adelmann, de 33 anos, foi atingido em queda livre pelo próprio avião em que saltou. A vítima morreu devido a um traumatismo craniano. Outros dois paraquedistas que faziam um salto duplo também foram atingidos e sofreram fraturas nas pernas.
Somente dois anos após o acidente, em 2014, é que o inquérito policial foi concluído. O processo indiciou o piloto da aeronave, Douglas Leonardo de Oliveira, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. |