A remadora alemã Freya Hoffmeister, que está fazendo uma das maiores façanhas já feitas em caiaque oceânico, a circunavegação da América do Sul, já está em águas brasileiras e chega provavelmente na segunda, dia 17/3, em Belém, PA. Nosso amigo Gelderson, da Rumo Norte e os amigos remadores de Belém estão preparando uma recepção para ela.
Desde a entrada no Brasil, Freya tem sofrido muito com as condições adversas (vento e corrente) e principalmente pelo litoral muito raso e lodoso. Chegou por um tempo, a sair pra remar na maré alta, as 2 da manhã e parar novamente na maré cheia, as 2 da tarde.
Essas condições de vento e corrente contra devem acompanhar ela até no mínimo o Rio Grande do Norte.
Freya passou por um dos maiores sustos da viagem toda, ao cruzar a barra do rio Araguari, casa da famosa pororoca. Após remar o dia escapando de vários baixios, decidiu cruzar o rio no final da tarde, dada a informação errônea, que não haveria mais pororoca. No meio da travessia, que ia bem, a uns 6 km da margem, ficou presa em um baixio no anoitecer, com a maré baixa e decidiu parar pra descansar e aguardar a maré enchendo pra continuar. Acordou com um barulho forte se aproximando, que demorou pra entender, que era a pororoca pronta para engoli-la. Se preparou para o impacto, sem nenhuma outra chance de reação, já que seu pesado caiaque estava no seco. Uma gorda e grande onda lhe atingiu de lado e a seguiu arrastando por quilômetros, provavelmente por uns 10 ou 15 minutos, com uma velocidade máxima de 30 km/h. Freya apenas se concentrava em apoiar o remo na onda e tentar permanecer pra fora dágua, até que após minutos de terror, no escuro total (era noite de lua nova), seu caiaque capotou e ela ficou presa, com seu remo enroscado a galhos arrastados, obrigando-na a ejetar. Segurou o seu remo e, por sorte, o cabo que prendia sua saia ao caiaque resistiu. Continuava sendo arrastada com seu caiaque cheio de água, pelo rio raso, mas sem chances de tentar ficar de pé, até que a onda a deixou numa bancada de areia, na borda do rio. Com o caiaque e roupas cheios de areia, verificou que não tinha sofrido nenhum ferimento e que o caiaque estava intacto. Havia perdido apenas sua sandália e seu cobertor de emergência. Absolutamente nada, perto do que poderia ter lhe ocorrido.
Mais uma vez a alemã provou o seu brio e determinação, pra superar um pesadelo dessa magnitude!
A partir de agora, vamos atualizando a evolução da viagem de Freya e conectando os remadores que estejam dispostos a dar um apoio à Freya por sua passagem pelo Brasil. Vamos mostrar à alemã a sempre calorosa acolhida brasileira!
Seus feitos
• Recorde: Circunavegação na Islândia em 2007
• Recorde: Circunavegação na Noza Zelândia (ilha sul) em 2007
• Expedição de Circunavegação na Austrália em 2009
Abraços,
Christian Fuchs
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