Estava neste fim de ano em uma daquelas reuniões de amigos (da minha esposa) em Brasília. Entre um petisco e outro o papo foi rolando e lógico, surgiu o assunto do Everest, trekking e escalada. Até que um deles disse:

- Mas, porque escalar o Everest?

A pergunta me pegou de jeito, não esperava isso.
Me senti em 1923, o próprio George Mallory, que teve que responder a mesma pergunta, mas, ele foi sucinto.

- Porque ele está lá.

Tentei ser mais didático para fazê-lo entender, pois se desse a mesma resposta de Mallory, ele continuaría sem compreender o sentimento de um alpinista, de um aventureiro.
Fiz uma comparação, pois ele trabalha no RH de uma Multinacional.
- Na sua carreira você não sonha em ser o gerente? O Chefe ou até mesmo o dono?
O Everest para um alpinista é isso, é o ponto mais alto da carreira dele.
Vejo pela cara dele que nada mudou, o ponto de interrogação continuava lá.

Tentei novamente...

- O alpinista tem um estilo de vida diferente, uma filosofia de vida diferente, mais contato com a natureza, sonhos, e o Everest é o maior sonho, a maior meta.
Olho para ele e percebo o balanço de sua cabeça em sinal de negativo.

Tento novamente...

- O Everest não é a primeira montanha que ele escalou, um alpinista começa desde muito cedo escalando pequenas montanhas próximas a sua casa, e com a experiência e o tempo vai galgando sonhos maiores, realizações maiores, a meta é sempre encarar um novo desafio, uma montanha mais alta e o Everest é o topo do mundo.
Percebo que ainda não consegui convencê-lo e penso.

Caramba, mania de querer convencer as pessoas. A melhor resposta realmente para essa pergunta já foi dada:

- Porque ele está lá.

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