+  BLOG DO MANOEL MORGADO
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De Férias no Hawaii
 
 
 

Depois de meu último trek ao campo base do Everest em novembro eu não voltei às montanhas e hoje, embarcando de Honolulu a Nova Zelândia me sinto novamente cheio de energia para reiniciar nossos treinos rumo ao Everest em abril próximo. Mas, não é só pelo treino que estou entusiasmado com a volta ao frio, a neve e gelo e as altitudes. Por mais que esse intervalo no Brasil e no Hawaii tenham sido ótimos em vários aspectos, as montanhas estão me chamando. Mas, antes de ir a elas gostaria de contar um pouco o que aconteceu nesses últimos dois meses.

 
 

Como acontece sempre que vôo da Ásia ao Brasil cheguei desfusado, com os pés inchados e muito cansado já que não durmo em aviões. E mal cheguei já comecei a trabalhar. Desta vez tinha uma agenda ambiciosa com treinamentos de agências para vender as minhas viagens, o lançamento de minha nova empresa Morgado Expedições, fazer um novo website, contatar mídia para a divulgação da minha escalada ao Everest, vista a bancos, contador e mais mil e uma coisas que deixo acumuladas para minhas rápidas visitas ao Brasil. E no meio de tudo isso claro que tem amigos, família, comidinhas prediletas e até umas corridas na USP e no Ibirapuera. Enquanto estive em São Paulo senti sempre que estava correndo contra o tempo, mas agora que estou aqui e olho para trás vejo que consegui fazer uma quantidade imensa de coisas e também vejo que o período lá foi muito proveitoso. Cada vez mais sinto que o caminho profissional que escolhemos (eu e a Andrea) é o mais adequado. Especializamos-nos no que realmente amamos, as montanhas, guiando apenas trekkings e escaladas e estamos comercializando nossas viagens através de 10 renomadas agências e operadoras de turismo de aventura no Brasil. Os resultados já estão aparecendo. Para março temos 24 pessoas inscritas, para agosto ao redor de 15 pessoas fortemente interessadas para o Elbrus e para outubro um grupo pronto para o trekking ao redor do Manaslu. Com essa formula podemos nos dedicar ao que realmente sabemos e gostamos de fazer que e guiar e deixamos o marketing, divulgação e venda para as agências especializadas.

De São Paulo voei para Honolulu para reencontrar com a Andrea que estava no Nepal e rever o Saverio e a Sally, queridos amigos que não via há vários anos. Quando conversávamos por e-mail planejando nossa visita consideramos mil possibilidades sobre o que fazer em Hawaii, visitar várias ilhas, mergulhar com manta rays, escalar a mais alta montanha daqui e mais muitas outras atividades. No entanto, quando chegamos aqui, fomos ficando e ficando e ficando até percebermos que estávamos felizes em simplesmente estar na casa de nossos amigos, nadar um pouco, correr todos os finais de tarde e ter jantares maravilhosos. O ano de 2009 foi um ano maravilhoso para nós. Escalamos com sucesso o McKinley, o Elbrus, o Kilimanjaro e o Cho Oyu. Mas, também guiamos 8 grupos ótimos e viajamos centenas de quilômetros de um lado ao outro do planeta. Não paramos um minuto durante todo o ano e de repente percebemos que não tínhamos energia par conhecer o Hawaii. Estar aqui e conviver vinte dias com nossos amigos já era o suficiente. Acordamos tarde todos os dias, tomamos café da manhã na varanda do apartamento com uma linda vista do Pacífico onde de quando em quando baleias saltavam das águas azuis cristalinas, trabalhávamos um pouco em nosso novo site, saíamos para caminhar por Waikiki ou pedalar uma das lindas trilhas nas montanhas com vegetação luxuriante pelo solo vulcânico. Mas, para não deixar de ter um pouco de adrenalina tentei aprender a surfar. Afinal estava no Hawaii, a terra que deu origem a este esporte. Como, de um modo geral, tenho bom equilíbrio e me dou bem em todos os esportes que exigem isso, logo no primeiro dia consegui pegar algumas ondas pequenas com uma prancha enorme. Entusiasmei-me e segui voltando mais alguns dias até que em uma onda um pouco maior acabei trincando uma costela e minha temporada de surf teve um final precoce. Agora estou indo fazer caminhadas longas com mochilas pesadas e com dor no peito. Mas, já passei por isso antes e sei que apesar de demorar a passar, não há muito que fazer e eventualmente a dor irá embora.

Mas, esporte não foi o ponto alto de nossa estadia. Tanto o Saverio que é italiano quanto a Andrea que morou 6 anos na Itália são cozinheiros de mão cheia. Já à tarde começavam a planejar o que seria o jantar e a cada dia tentavam superar o que tinham feito no dia anterior. E tudo isso, claro, regado a vinho branco gelado californiano ou, e às vezes com, caipirinha já que trouxemos várias garrafas de pinga do Brasil. Por isso acordávamos tarde...

Mas, tudo isso agora vai deixar um pouco de saudades a que daqui para frente vamos retomar os treinos com seriedade afinal o Everest está há apenas 74 dias. Vamos chegar a Auckland dia 17 de janeiro, ficamos dois dias lá e daí já vamos para nosso primeiro trek na ilha do norte. Mal posso esperar!

 

 
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Guia e Alpinista
 
 
Dividir minhas experiências com as pessoas!

- Este é o objetivo destes artigos e foi uma das motivações que me levou, 13 anos atrás, a começar a guiar pessoas em lugares que amo, para entrar em contato com culturas que admiro e realizar atividades que fazem com que enfrentemos desafios e ampliemos nossos limites. Sempre procurei direcionar minha carreira profissional para que estivesse em harmonia com o estilo de vida que almejo.

Para mim trabalho e prazer se combinam de forma quase indestingüível. Isso me permite viajar doze meses por ano, seis meses guiando grupos pelo mundo, principalmente na Ásia e o restante do ano viajando pelos lugares dos meus sonhos. Então, se assim como eu você é um viajante habitual ou apaixonado por relatos de viagens, poderá encontrar aqui informações, impressões, dicas, bibliografia e videografia, sobre os lugares por onde viajo.

Venha comigo explorar alguns dos mais fantásticos destinos deste planeta!
 
 
 

2009
Cho Oyu (China) com 8.201 metros