AMAN MORBECK
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A 200 km da capital paulista está um dos lugares mais charmosos
que conheço e onde o contato com a natureza é muito íntimo
 
 
Publicado em 11/12/2009 - 14h10 - Aman Morbeck
 
 
 
  Apenas o começo.
Foto: Aman Morbeck
   
 
 
Fotos 1 - Fim da trilha
Fotos 2 - Vista externa do restaurante
Fotos 3 - Vista do refúgio
Fotos 4 - Na trilha
Fotos: Aman Morbeck

   
 
 
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Nada de sinal de celular, de internet ou TV. Naquele pedaço preservado da vegetação da Serra do Mar os programas são outros: trilhas, cachoeiras, som das águas, contemplação da natureza, vista para o vale onde se vê a pequena Catuçaba ao longe e relaxamento num dos futons ao lado da hidromassagem natural. No refúgio, com quartos e chalés rústicos, o restaurante aconchegante com o fogão de lenha onde deliciosos pratos caseiros, mas extremamente bem-feitos, são acomodados para que todos se sirvam à vontade, a ordem é respirar fundo, diminuir o ritmo e se integrar à natureza, à simplicidade, à perda de noção de tempo, a um bom "causo" contado pelos proprietários José Carlos e Nilza.

Há sete anos eles se encantaram com o que viria a ser conhecido como Trilha das 7 Cachoeiras, no município de São Luís do Paraitinga (SP), compraram a terra na qual viviam apenas muitos pés de bananeira e aos poucos, com investimento financeiro, emocional e físico, foram mudando a identidade e a vocação daquele lugar. Hoje, quem o visita quer voltar; quem foi, espalha a notícia; quem passa por lá por acaso, como quem segue pela estrada de terra que liga São Luís do Paraitinga a Paraty, acha difícil continuar a viagem; quem vai para passar o dia, reserva outra data para voltar e ficar mais tempo. E assim, pouco a pouco, o refúgio da Trilha das 7 Cachoeiras foi recebendo cada vez mais visitantes, o que fez com que a infraestrutura também fosse melhorada, sempre em harmonia com a natureza, como os charmosos chalés Pirilampo e Vagalume.

E foi por eu já ter ido lá duas vezes anteriormente que convidei alguns amigos para conhecerem esse lugar encantador. Primeiro programa da manhã, preparação para fazermos a Trilha das 7 Cachoeiras, quando saímos de pouco mais de 600 metros de altitude montanha acima. Ao longo da trilha, uma cachoeira atrás da outra, a maioria com piscinas naturais muito convidativas.

Como a ordem é preservar, a trilha íngreme é bem agreste, limpa apenas o suficiente para que as pessoas caminhem em fila indiana. Em vários pontos é preciso atravessar o córrego pisando nas pedras, com ajuda de uma corda por conta da segurança, e há um trecho no qual é preciso fazer acqua trekking (caminhada na água) com muito cuidado por causa das pedras e dos paus acomodados no fundo. E pernas pra que te quero porque a subida continua.

Nesse dia, saímos do refúgio com o sol forte, céu azul e limpo, mas depois de uma hora na mata, vimos o tempo mudar radicalmente. Nuvens escuras e queda na temperatura anunciaram o que teríamos em breve: forte pancada de chuva que nos impediu de chegarmos ao ponto máximo da trilha: o mirante da laje de pedra a 1.400 metros de altitude.

Conseguimos chegar à casa da dona Dolores, mas a essa altura a chuva caía sem dó. Continuar seria arriscado porque ficaríamos muito expostos e teríamos de caminhar sobre pedras escorregadias. De qualquer forma, ainda que continuássemos não seria possível ver nada lá de cima, pois o mirante ficou mergulhado na neblina.

Ao todo a trilha tem 7 km. Caminhamos 4,5 km e fomos recepcionados de volta ao refúgio pelo delicioso cheiro de comida sendo preparada. Depois do banho e da troca de roupas, bateu aquele cansaço gostoso e fomos curti-lo no restaurante, felizes, com pratos caseiros deliciosamente preparados, bom papo e a atenção de José Carlos e Nilza. Além da Trilha das 7 Cachoeiras, o refúgio oferece outros programas muito interessantes. Saiba sobre eles visitando o site www.trilhadas7cachoeiras.com.br.

Quando voltarei ao refúgio? Daqui a poucas semanas, para passar o Reveillon. Para mim natureza é tudo e não perco a chance de ficar perto dela, principalmente quando é tão preservada e respeitada como nesse pequeno refúgio em Catuçaba.

 
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