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A investida ao Pobeda! De volta ao Brasil. |
Expedição Leopardo das Neves |
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Publicado em 17/08/2009 - 15h57 - da redação |
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Foto 1 - Apareço no alto dos 7.010m de altitude do Khan Tengri, no dia 2 de agosto de 2009, primeira vez que a Bandeira do Brasil tremula no alto desta que é uma das montanhas mais lindas do mundo! Ao fundo, do meu lado esquerdo, aparece todo o Pobeda.
Foto 2 - O majestoso Khan Tengri (7.010m) ou “Príncipe dos Espíritos”, visto durante o entardecer do nosso acampamento-base (4.000m), o mesmo que usamos para escalar o Khan Tengri e o Pobeda. A escalada do Khan Tengri é bem técnica a partir dos 5.900m até o cume, por uma crista empinada de rocha (olhando para a foto, é a crista que está totalmente à esquerda, projetando-se contra o céu).
Foto 3 - O Irivan (na parte de baixo da foto, sobre uma crista de neve) logo após sair do “corredor” que nos levou à crista final do cume do Khan Tengri. O dia estava lindo, mas o vento bem gelado.
Foto 4 - O Irivan enfrentando um dos trechos mais difíceis da escalada do Pobeda, o “serac” que existe entre o acampamento 1 (4.400m) e o acampamento 2 (5.200m) – não usamos o acampamento 2, saltamos direto do acampamento 1 para o 3. É incrível como o tempo que estava lindo ficou insuportável apenas um dia depois!
Fotos: www.niclevicz.com.br
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17/08/2008 - Waldemar e Irivan escalam o Khan Tengri
Estimados Amigos!
Estávamos dormindo confortavelmente em nossa “caverna de neve”, na verdade um buraco no gelo onde mal cabiam nossos dois sacos de dormir, nas encostas elevadas do Pico Pobeda, a 5.900m de altitude. De repente tudo começou a tremer, como se uma tropa de cavalos passassem sobre a gente! Eu acendi a lanterna e imediatamente olhei na direção dos meus pés a ponto de me assustar com a grande quantidade de blocos de gelo e neve invadindo o nosso pequeno recinto, até fechar completamente a entrada. Tentei empurrar tudo para fora, mas a massa era compacta e pesada, logo vi que estávamos presos ali dentro, em um espaço de no máximo 2 metros quadrados. Gritei para o Irivan: “Quantos minutos será que conseguiremos continuar respirando aqui dentro?”.
Era bom não perder tempo. Sai do saco de dormir e fui colocando a minha roupa e botas, que já estavam encharcadas pela neve. Não achei a pá e então comecei a cavar com a tampa da panela. Não tinha para onde jogar a neve, a não ser para cima dos nossos sacos de dormir. Eu cavava, cavava, e o que encontrava pela frente eram pedaços de gelo de até uns 30 cm de diâmetro no meio da neve, dificultando ainda mais a nossa saída daquela toca apertada. Que aflição!
Depois de uns dez minutos, ufa, uma escuridão no fim do túnel, a noite profunda lá fora, o bafo do vento gelado! Sem pensar pulei para fora “de peixinho”, como descreveu depois o Irivan. E lá fora aquele inferno gelado, vento insuportável, redemoinhos de neve!
Continuei cavando com a tampa da panela, sentindo já as mãos congelarem, até finalmente encontrar a nossa pá. Quando já havia livrado neve suficiente de nossa entrada para que o ar fosse renovado, fui correndo procurar a caverna de gelo de nossos vizinhos, três alpinistas do Quirguistão. Nem sinal da entrada, cavei, cavei, gritando, gritando, perguntando se estavam bem, até que no final de uns 5 minutos escutei um “Ok, estamos bem”, então voltei para finalizar o trabalho do lado “brasileiro” e só depois de quase uma hora consegui novamente me apertar entre as paredes de neve e o Irivan para tentar novamente me esquentar em meu saco de dormir, isso já passando das 6 da manhã. E lá pelas 10 da manhã tudo outra vez, o chão tremendo, a neve invadindo o nosso pequeno buraco e eu desesperado atrás da pá. Que medo! Depois o dia acalmou, ficamos ao sol secando roupas e se esquentando. A noite seguinte foi parecida, mas as avalanches menos violentas, eu só cutuquei o Irivan e disse “é a tua vez”, e lá foi ele em busca da pá para nos livrar daquela horrível situação “claustrofóbrica”.
Depois dessa segunda noite de arrepiar a alma, olhando ainda nuvens escuras rondando a montanha, e sem quase poder sair da caverna de gelo em razão do vento insuportável, decidi que abandonaríamos a tentativa de escalar o Pobeda, apoiado imediatamente pelo Irivan. Algo me dizia que era melhor não continuarmos. Estávamos no acampamento 3 (5.900m), teríamos ainda o 4 (6.400m), o 5 (6.900m) e o acampamento 6 (7.100m) pela frente, até atingirmos os 7.439m do cume do Pobeda (embora o desnível entre os acampamentos não seja grande, a distância entre eles é enorme).
Nossos vizinhos do Quirguistão, um deles guia de montanha, começaram a subir nos dizendo: “vamos, o tempo está bom”. “Que ânimo”, pensei, enquanto minhas atenções já estavam totalmente voltadas para a nossa descida, que seria igualmente arriscada. Tínhamos um abismo para baixo, 50º de inclinação, nenhuma marca do caminho, o vento nos cegando e muita neve querendo escorregar montanha abaixo. Que medo! Fui rezando um “Pai Nosso” atrás do outro, enquanto me afundava facilmente até a cintura, às vezes parecia que eu estava nadando sobre a neve. E se o chão começasse a se deslizar nos levando em uma grande avalanche? Que medo!
Quando chegamos a um colo a 5.300m, ufa, o pior já havia passado. Continuamos então, descendo sem pressa, até o conforto do nosso acampamento-base, que estava bem longe dali, a 12Km de distância e a 4.000m de altitude, após atravessarmos um número sem fim de gretas que queriam nos engolir (tanto eu quanto o Irivan caímos em várias delas, felizmente sem nos machucarmos pois estávamos encordados e bem atentos).
De noite desabou mais uma tempestade, o dia amanheceu cinza, o cume do Pobeda envolto por um furacão. Pelo rádio ficamos sabendo que o casal do Quirguistão e seu guia estavam descendo do acampamento 4, e que, infelizmente, uma dupla de russos estavam em sérios apuros no acampamento 5 (o vento simplesmente arrancou a mochila de um deles, que ficou então esperando o companheiro ir até o acampamento 3 em busca de mais mantimentos).
Mais uma noite escutando o vento trazendo rajadas de neve pesada, e mais uma manhã triste. Enquanto esperávamos o helicóptero chegar, chegou a notícia que o russo que havia ficado no acampamento 5 havia morrido de exaustão. A turma do Quirguistão chegou exausta. O helicóptero, que sempre chegava por volta das 9 horas, apareceu somente as 11:30hs, primeiro nos levou até o meio do glaciar, onde desembarcamos sem sabe bem porque, depois voltou até o acampamento-base, carregou as mochilas, voltou para nos resgatar no glaciar, e decolou novamente para enfrentar nuvens pesadas e rajadas de vento, numa estratégia ousada para evitar um acidente. Parecia que estávamos fugindo de um cenário de guerra, tal nosso alívio quando o helicóptero finalmente pousou em Karkara, a 2.000m de altitude, de onde começamos a nossa longa volta para o Brasil, tendo a certeza que é sempre importante escutar a voz da Natureza!
Agradecemos a Deus por toda essa experiência no Tien Shan, as “Montanhas Celestiais”! Tenho muito que contar, o que espero fazer nas atualizações futuras.
Eu e o Irivan já estamos em nosso Amado Brasil, descansando em nossa Querida Cidade de Curitiba.
Agradecemos a torcida de todos os Amantes das Montanhas, realizamos mais um sonho, ficamos felizes com a companhia de todos.
Sonhar junto é muito melhor do que sonhar sozinho!
Amar junto é muito melhor do que amar sozinho!
Como é bom estar vivo para continuar sonhando e amando!
Sincero abraço,
Waldemar Niclevicz
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Waldemar e Irivan escalam o Khan Tengri
Foto: Divulgação |
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04/08/2008 - Waldemar e Irivan escalam o Khan Tengri
Estimados Amigos!
Nós estamos orgulhosos em levar a bandeira do Brasil a tremular pela primeira vez no alto do Khan Tengri (7.010m) o príncipe dos espíritos situado na cordilheira do Tien Shan, as montanhas celestes na fronteira do Quirguistão com Kazaquistão.
Chegamos no cume do Khan Tengri ontem, dia 02 de agosto, às 13h20 após 9 horas de escalada sobre sua crista oeste de 1.100m de desnível. A escalada foi feita praticamente toda em rocha com terceiro a quinto grau de dificuldade, segundo a escala adotada no Brasil.
O Khan Tengri é uma montanha mística uma das mais lindas do mundo e uma das mais difíceis e técnicas do Tien Shan. Uma incrível pirâmide de rocha coroada pelas neves eternas.
As piores dificuldades foram o constante vento gelado e o excesso de neve já que o tempo continua instável por aqui, mas nosso ataque ao cume foi ousado e preciso. Nevou muito no dia anterior e está nevando muito agora.
Acabamos de descer do acampamento 3 (5.900m) para o acampamento base (4.000m). Agora vamos descansar alguns dias e, se possível, vamos enfrentar mais uma montanha, o Pobeda ( 7.439m).
As Fotos ficaram lindas, mas infelizmente não tenho como enviá-las aqui das montanhas, só vou poder mostrá-las quando voltar ao Brasil.
Saudações aqui do alto das montanhas celestes!
Um grande abraço,
Waldemar e Irivan
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Foto 1 - Irivan e Waldemar, primeiros brasileiros a chegar no alto dos 7.134m de altitude do Pico Lenin, situado na Cordilheira do Pamir, fronteira do Quiguistão com o Tadjiquistão, Ásia Central, no dia 19 de julho, 14h15, hora local.
Foto 2 - Abrindo caminho rumo ao acampamento 3, aproximadamente a 5.800m de altitude.
Foto 3 - A parede norte do Pico Lenin, a subida ao cume se deu pela Crista Oeste, situada a direita da foto. Na base da foto se destaca o acampamento 2, a 5.300m.
Foto 4 - O Irivan superando a "faca", trecho mais técnico da crista que leva ao cume do Pico Lenin. Ao fundo, arredondado o Pico Rasdelnaya, bem no seu cume, a 6.100m, foi instalado o acampamento 3 (alcançado pela crista que baixa a sua direita, olhando a foto). Saímos do acampamento 3 às 5h30 da manhã, foi impossível sair antes em razão do forte e gelado vento.
Fotos: www.niclevicz.com.br
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23/07/2008 - Waldemar e Irivan escalando o Pico Lenin
Estimados Amigos!
Eu e Irivan estamos em um lugar inusitado, um hotel da década de 50, de três pisos, rodeados por um belo jardim. Damascos, maçãs e grandes cachos de uva se dependuram em grandes troncos retorcidos. A arquitetura de madeira do hotel, na verdade a sede de uma grande fazenda, parece que está a ponto de despencar e o jardim lembra um matagal, completamente abandonado há anos, porém florido mantém o seu encanto. Do outro lado do edifício principal, salas de aulas e coloridos brinquedos para crianças, um playground esquecido pelo tempo. Este hotel em que somos os únicos hóspedes é apenas um dos inúmeros testemunhos das conseqüências da dissolução da União Soviética, ocorrida em 1991. Países como o Quirguistão tornaram-se independentes, mas entraram em decadência com a falta de recursos e expectativas vindas de Moscou.
A estrada que enfrentamos ontem também é outro exemplo do que um dia foi e do que é hoje o Quirguistão. Eu e Irivan chegamos aqui em Osh tontos de tanto chacoalhar dentro de um micro ônibus, durante as 9 horas que levamos para percorrer os 280 quilômetros desde o acampamento base do Pico Lenin. A estrada que se leva até os 3.554m de altitude, foi construída pelos russos e após 1991 completamente abandonada. O Asfalto desapareceu, sendo uma sucessão de buracos e uma poeira insuportável. Lentamente está sendo recuperada pelos novos interessados em um certo domínio sobre o Quirguistão, os chineses.
Bem, eu e o Irivan já temos muito que dizer dessa fantástica expedição que estamos fazendo aqui na Ásia Central, e a grande novidade é que felizmente coroamos com êxito a escalada da nossa primeira montanha.
No dia 19 de julho, às 14h15 (05h15 da manhã no Brasil), Irivan e eu, com todo orgulho, levamos a bandeira brasileira a tremular pela primeira vez no alto dos 7.134m de altitude do Pico Lenin, arrancando gritos de alegria de alpinistas de várias partes do mundo que torciam pelo nosso sucesso, eles foram chegando à montanha aos poucos, e ao saberem do nosso esforço em abrir o caminho em uma temporada com tanta neve, logo nos valorizaram mais. Estamos felizes com a fama inesperada que conquistamos por aqui, somos lembrados como os “fortes e determinados brasileiros”. Que bom deixar tão boa impressão do nosso Brasil aqui nessa parte do mundo!
Acabamos nos tornando os segundos da temporada a chegar ao cume do Pico Lenin (um francês, no dia anterior foi o primeiro, usando esquis). O maior problema enfrentado, além da quantidade de excessiva de neve, foi o vento gelado da crista de 7 km e do acampamento 3 (3.100m ) e os 7.134m do cume, nesse trecho foram de 8h45 para subir e 4h para descer.
Logo mais deixaremos Osh para ir de avião até Bishkek, (capital do Quirguistão). Então serão 460 km de estrada para chegar até Karkara, de onde um helicóptero nos levará até o acampamento base dos maiores desafios do Leopardo das Neves, o Khan-Tengri e o Pobeda.
Vejam nas fotos um pouco mais da escalada do Pico do Lenin.
Um forte abraço,
Waldemar.
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Acampamento 3 Lenin - 6.100m
Foto: Divulgação |
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15/07/2008 - Enfrentando o Pico Lenin
Estimado Amigos!
Irivan e eu acabamos de voltar ao acampamento base, após 12 dias nas alturas superiores do Pico Lênin. Pedimos desculpas pela falta de notícias, mas nosso telefone não funcionou como esperávamos.
Esses 12 dias foram bastante duros, pois fomos os primeiros alpinistas a chegar no Pico Lênin nessa temporada e, infelizmente, com muito mau tempo. Dizem que há 15 anos não nevava tanto. Tivemos nestes últimos 12 dias umas 10 tempestades de neve, com duração de 4 a 5 horas cada uma. Isso significa avalanches perigosas e muita neve fofa pelo caminho. No dia 8 de julho nevou cerca de 8cm no acampamento 1 e ontem foi a mesma coisa.
È verdade que chegamos bem no início da temporada. No dia 1º de julho foi difícil vencer os 12 km do acampamento base (3.500m) até o acampamento 1 (4.200m). Hoje, praticamente duas semanas depois, quase toda a neve que encontramos nesse trecho já derreteu. Também fômos os primeiros a chegar até o local do acampamento 2 (5.300m), já em plena escalada do Lênin,e o maior obstáculo continuou sendo a neve fofa. A nossa barraca era a única naquele lugar, hoje existe mais de 40.
O mais difícil foi chegar até o local do acampamento 3 (6.100m),de onde descemos ontem. Afundamos na neve até a cintura, isso sem nenhum exagero, por sorte tivemos ajuda de um alpinista do Quirguistão. Ele se perguntava: “ aonde estão os outros?”.Querendo dizer por que ninguém estava nos ajudando a abrir o caminho. Nosso amigo Andrei desceu em seguida, enquanto nós, brigando com um vento que parecia querer nos jogar montanha abaixo, montamos nossa pequena barraca, de onde pensávamos partir para o cume exatamente à meia noite. As condições não estavam totalmente favoráveis, ninguém tinha chegado ao cume, o caminho não estava marcado e havia muita neve pela frente.
Eu já estava pronto com toda minha roupa vestida e percebi que começou a nevar forte. Olhei para o relógio, eram exatamente 23:45h. Coloquei o meu corpo para fora da barraca e rapidamente levei uma rajada de vento que me deixou totalmente branco de neve, a visibilidade era de poucos metros. Nevou forte até as 4 da madrugada, mas o vento diminuiu só lá pelas 6 horas.Durante todo esse tempo eu fiquei de plantão, rezando que a tempestade diminuísse, mas ao amanhecer já era tarde para o nosso ataque ao cume, que deveria durar umas 18horas (ida e volta desde o acampamento 3).
Desmontamos o nosso acampamento 3 desolados e começamos a perigosa descida. Nos primeiros 300 metros novamente nos afundamos até a cintura e ficamos com medo da neve recém caída escorrer montanha abaixo nos levando.
Durante a descida houve muita neblina e nevou mais. No acampamento 1 nos receberam com um bolo, não pelo cume, que não fizemos mas apenas pela nossa tentativa arrojada.
Infelizmente temos que seguir nosso programa teremos ainda outras 4 montanhas do Leopardo das Neves pela frente. Seguiremos para o Kazaquistão para enfrentar o Korzhenevskaya e o Comunismo.
Apesar de não termos chegado ao cume do Pico Lênin , nós estamos muito satisfeitos com o nosso desempenho e temos a certeza que o entusiasmo vai continuar nos acompanhando nas próximas montanhas do grande desafio do Leopardo das Neves. É preciso aprender a respeitar a natureza afinal na vida tudo acontece no seu momento certo.
O Irivan e eu continuamos contando com sua torcida!
Forte Abraço,
Waldemar
PS: Amigos do Brasil – O texto acima escrevemos ontem e hoje dia 14 de julho tivemos que fazer uma difícil mudança em nossa expedição. Nós resolvemos aceitar os insistentes conselhos que nos deram os guias de montanhas que estão por aqui todos também muitos assustados com o excesso de neve esse ano e alguns deles Leopardo das Neves. Renunciamos à tentativa de escalar o Korzhenevskaya e o Comunismo e resolvemos concentrar nossos esforços para finalizar a escalada do Pico Lênin e posteriormente a do Khan-Tengri e a do Pobeda.
Tanto o Korzhenevskaya como o Comunismo, estão apenas a 60 km ao sul do PicoLênin, no Tadjisquistão sofrendo as mesmas condições de excesso de neve que enfrentamos aqui, no Quirguistão. Se seguíssemos nosso cronograma original, chegaríamos àquele acampamento base no dia 17 de julho, sendo que também seríamos os primeiros alpinistas a chegara a nessas montanhas este ano e aconteceria o mesmo que aconteceu aqui no Pico Lênin, teríamos que abrir caminho sozinhos sobre muita neve fresca.
Bem, dentro de uma semana esperemos voltar a entrar em contato,já tento finalizado a nossa escalada ao Pico Lênin.
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Acampamento Base do Lenin
Foto: Divulgação |
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01/07/2008 - Acampamento base do Lenin
Estimados Amigos.
Vocês não vão acreditar! Ontem nós chegamos aqui no acampamento base do Lenin enfrentando uma super tempestade. Já na saída de Bishkek tava chovendo, depois de 1 hora de percurso, chegamos em Osh, a segunda maior cidade do Quirguistão, onde também estava chovendo. Depois de uma rápida passada no bazar para comprar damascos, sucos e frutas secas, pegamos a estrada, lógico, estava chovendo.
Oitocentos metros de altitude fomos ganhando altura pela estrada esburacada, foram 8 horas para descer 280 km.
Já no final do dia, estávamos cruzando a barreira dos 3 mil metros, e da chuva virou neve. Nevou muito, quase que nosso motorista não acha o lugar do acampamento base, não dava para ver nada além dos cincoenta metros, vento insuportável, parecia que o mundo ia acabar.
E hoje de manhã, o dia estava simplesmente espetacular! Céu azul tudo coberto por uns 20cm de neve.
Sem perder tempo, fomos em direção ao acampamento 1 (4200m), chegamos perto, fomos até os 4000m, enfrentando neve até o joelho, e depois voltamos felizes para acampamento base, impressionado pela imponência e beleza do Lenin, nosso primeiro grande desafio da Expedição Leopardo das Neves.
O Irivan e eu estamos muito bem e mandamos um forte abraço para todos.
Waldemar Niclevicz
PS: Somos os primeiros alpinistas a chegar no Lenin até então os únicos, chegamos bem no inicio da temporada, pois queremos escalar o Pamir e Tien Shan.
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Bishkek (900 mil habitantes), capital do Quirguistão
Foto: Divulgação |
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29/06/2008 - Chegada em ao Quirguistão
Estimados Amigos,
Após rápida passagem pelo Kazaquistão, estamos agora em Bishkek (900 mil habitantes), capital do Quirguistão, país que será nossa base para as investidas às montanhas do Pamir e do Tien Shan.
O Quirguistão tem exatamente a mesma área do Estado do Paraná (pouco mais de 199 mil quilômetros quadrados) e aproximadamente 6 milhões de habitantes (75% da população segue o Islamismo).
O prefixo “QUIRGUI” vem do turco antigo que significa quarenta tribos e o sufixo “STÃO” significa terra, portanto, QUIRGUISTÃO era a chamada “terra das quarenta tribos”.
A agricultura é forte, a produção de algodão representa 35% do PIB. O Quirguistão possui a 10ª maior mina de ouro do mundo, com produção de 20 toneladas por mês (a mineração representa 45% do PIB).
O país é quase totalmente montanhoso e sujeito a graves terremotos, fica na junção das duas grandes cordilheiras, o Tien Shan e o Pamir, que compreendem uma série de cadeias de montanhas, que vão do leste para o oeste. Mais da metade do território da república situa-se acima dos 2.500 metros de altitude. Geleiras e neves perpétuas abrangem mais de 3% do total do território.
Durante a década de 1980, o Quirguistão tornou-se um dos poucos países do mundo a aumentar suas reservas florestais. Contudo, a poluição da água é considerada um problema sério, já que doenças veiculadas pela água causam cerca de 1.500 mortes por ano. A irrigação excessiva das extensas plantações de algodão provocou um aumento na salinidade do solo, mas espera-se a redução deste problema à medida em que o país abandone a monocultura do algodão e diversifique sua agricultura.
Estamos um pouco cansados da longa viagem que fizemos (duas noites dentro de avião), e "com fusos", aqui é 9 horas mais tarde em relação ao horário brasileiro!
Logo enviamos novidades diretamente do Lenin, a primeira montanha que vamos enfrentar.
Um grande abraço,
Waldemar Niclevicz
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Montanhas do Pamir
Foto: Divulgação |
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22/06/2008 - Partindo para a nova Expedição
Estimados Amigos,
Nesta quarta, dia 24, eu e o meu amigo Irivan partimos em busca da realização de mais um grande sonho, conquistar o “Leopardo das Neves”, a escalada das maiores montanhas da Ásia Central, localizadas entre o Kazaquistão, o Quirguistão e o Tadjiquistão.
Mais do que receber o título de “Leopardo das Neves”, concedido pela Federação Russa de Alpinismo, àqueles que superam as 5 montanhas com mais de 7 mil metros de altitude da região, queremos conhecer um pouco do Pamir e do Tien Shan, espetaculares cordilheiras que desafiam o homem desde os tempos de Gengis Khan e Marco Polo, e que ainda hoje guardam misteriosamente os seus segredos, um deles o mais raro e fascinante felino desta Terra, o Leopardo das Neves.
Os persas chamavam o Pamir de “teto do mundo”, o Tien Shan de “montanhas celestiais”. O que mais poderemos esperar desta expedição do que estar um pouco mais perto de Deus! Temos a certeza de que os dias que passaremos por lá serão extremamente gratificantes! Valerá todo o nosso esforço!
Estamos indo sem patrocínio, graças a muito trabalho! As palestras e as expedições que faço para clientes é quem estão garantindo mais este esforço de levar a Bandeira do Brasil onde ela nunca esteve antes!
Agradecemos imensamente a KLM, que gentilmente nos cedeu as passagens até o Kazaquistão. O grupo AIR FRANCE KLM é a única empresa que está nos apoiando.
Toda a viagem vai durar 69 dias, para nós esse tempo vai passar voando. Vamos trocar de acampamento-base três vezes e de país cinco. Carro, avião e helicóptero serão os nossos meios de transporte nesta dinâmica expedição. Ouso dizer que o segredo do sucesso que esperamos conquistar foi baseado em muito planejamento e numa estratégia ousada, baseada no que chamamos “estilo alpino” (escalar rápido, leve, sem montar acampamentos superiores). Só não iremos tão rápidos no Lenin, o primeiro a ser enfrentado, aqui o maior objetivo será se adaptar muito bem ao ar rarefeito, para poder seguir então muito bem aclimatado para as outras montanhas.
Na primeira quinzena de junho estive com clientes escalando algumas montanhas na Bolívia, o que me serviu como treinamento e também como um início de aclimatação para o Leopardo das Neves. Estes novos amigos estão se preparando para realizar um sonho imenso, escalar o Everest em 2010. Com toda a sinceridade, o sonho deles, de chegar ao alto da maior montanha do mundo, é tão grande como o meu desejo de levá-los até lá. O desempenho de todos foi excepcional, levando em consideração tudo o que ainda precisam aprender sobre o mundo das montanhas.
Se você tem este mesmo sonho dentro de si, espero que não lhe falte coragem para acreditar em sua realização. Podemos ir juntos para a Bolívia, ou para o Aconcágua (em fevereiro de 2010) – para o Everest vamos em abril e maio de 2010 – se a escalada parece impossível, você pode fazer parte do grupo de trekkers que vai nos acompanhar até o acampamento-base, clique no link Everest 2010 e saiba detalhes.
O roteiro da Expedição Leopardo das Neves você pode conferir abaixo. As novidades vão estar aqui no meu site.
Eu e o Irivan contamos com a sua torcida!
Em breve entro em contato diretamente do Quirguistão!
Um grande abraço,
Waldemar Niclevicz
EXPEDIÇÃO LEOPARDO DAS NEVES - 24 de junho a 31 de agosto (69 dias)
Waldemar Niclevicz e Irivan Gustavo Burda
- 24 junho: Curitiba/Guarulhos (13:25/14:30), Guarulhos/Amsterdam (18:40/...) KLM 792.
- 25 junho: Chegada em Amsterdam às 11:10, partida para Alma-Ata (Kazaquistão) às 18:40, KLM 409.
- 26 junho: Chegada em Alma-Ata às 05:15.
- Translado de carro de Alma-Ata até Bishkek (capital do Quirguistão), (250Km / 5 horas de carro). Hotel.
- 27 junho: Dia em Bishkek. Hotel.
- 28 junho: Avião de Bishkek até Osh (uma hora de vôo).
- Carro de Osh até o acampamento-base de Achik-Tash (3.600m), (280 km, de 8 a 10 horas de viagem).
- 29 junho a 13 julho (15 dias): Escalada do Lenin (7.134m).
- 14 julho: Carro do acampamento-base de Achik-Tash até Osh. Hotel.
- 15 julho: Avião de Osh até Bishkek. Hotel.
- 16 julho: Avião de Bishkek (capital do Quirguistão)
- até Dushanbe (capital do Tadjiquistão) (8:20/9:50). Hotel.
- 17 julho: Helicóptero de Dushanbe
- até o acampamento-base de Moskvina (4.100m).
- 18 a 23 julho (6 dias): Escalada do Korzhenevskaya (7.105m).
- 24 a 30 julho (7 dias): Escalada do Comunismo (7.495m).
- 31 julho: Helicóptero do acampamento-base de Moskvina até Dushanbe. Hotel.
- 1 agosto: Avião de Dushanbe (capital doTadjiquistão)
- até Bishkek (capital do Quirguistão) (11:00/14:20).
- 2, 3, 4 agosto: Dias de descanso em Bishkek. Hotel.
- 5 agosto: Carro de Bishkek até Karkara (460Km).
- 6 agosto: Helicóptero de Karkara
- até o acampamento-base de South Inylchek (4.000m).
- 7 a 16 agosto (10 dias): Escalada do Khan-Tengri (7.010m).
- 17 a 27 agosto (11 dias): Escalada do Pobeda (7.439m).
- 28 agosto: Helicóptero do acampamento-base para Karkara, carro até Bishkek (460Km). Hotel.
- 29 agosto: Carro de Bishkek (Quirguistão) até Alma-Ata (Kazaquistão). Hotel.
- 30 agosto: Partida de Alma-Ata às 07:20, vôo KLM 410, chegada em Amsterdam às 10:40.
- 31 agosto: Partida de Amsterdam às 9:50, KLM 410, chegada em Guarulhos às 16:45. Partida p/ Curitiba às 18:30.
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