+  BLOG DO WALDEMAR NICLEVICZ
Compartilhe
Prontos para o ataque final
 
 
 

Estimados Amigos,

Voltamos ontem para o acampamento base, após montar o acampamento 2 a 6.500m de altitude, fixar 200 metros de cordas novas e recuperar outros 200 metros de cordas velhas de anos anteriores no Corredor Japonês, onde atingimos a marca dos 7.000m de altitude.



A equipe sul-americana está de parabéns por ter realizado todo esse trabalho sozinha, chamando a atenção de outras expedições que começam a se dirigir ao Hidden Peak em razão do nosso progresso.

Tivemos dificuldades até chegar ao local do acampamento 2 em razão de gretas gigantescas e grandes blocos de gelo, na parte final desse trecho acabamos fixando uma corda para vencer um lance vertical de 30 metros.

Passamos três noites no acampamento 2 de onde fizemos duas investidas para superar o Corredor Japonês; a parte mais técnica de toda a escalada. Fixar cordas nesses 600 metros de altura é extremamente importante, mais para a descida do que para a subida, que pode acontecer em situação extrema de mau tempo.

Enquanto trabalhávamos no Corredor Japonês no dia 11 de julho, observamos com entusiasmo colegas chegando ao cume do Gasherbrum II de 8.035m. Um total de 11 alpinistas (5 franceses, 4 poloneses e 2 espanhóis), me fizeram recordar a emoção que senti ao superar essa bela montanha em 1999.

Lógico que morremos de vontade de atacar o cume do Hidden Peak, mas devido à força do vento e também por respeito ao nosso organismo, que ainda não estava perfeitamente adaptado ao ar rarefeito, voltamos ao acampamento base sabendo que após um merecido descanso, precisaremos apenas de uma trégua da natureza para realizarmos esse grande sonho.

Vejam nas fotos que eu fiz um pouco da beleza das montanhas e do resultado do esforço da nossa competente equipe.

Contamos com a oração de todos para o nosso ataque final.

Um forte abraço,

Waldemar Niclevicz

 

 
 
PARTICIPE, DEIXE SEU COMENTÁRIO.
 
 
 
Alpinista
 
Com 18 anos eu me mudei para a região de Itatiaia, onde morei por três anos. Foi lá que vim a aprender a usar o equipamento técnico, como cordas e mosquetões.

Nesta mesma época, 1985, eu realizei minha primeira grande aventura: uma viagem através da Bolívia e Peru, com o desejo de fazer o Caminho Inca a Machu Picchu. Foi uma viagem decisiva para a minha vida, respirei pela primeira vez o ar rarefeito das altas montanhas, pisei pela primeira vez na neve, apaixonei-me pela cultura e pelo povo andino. Não parei mais de viajar.

Obstinação, paixão e disciplina são as palavras que melhor definem Waldemar Niclevicz, o primeiro brasileiro a escalar o Everest, o K2 e os Sete Cumes do Mundo (a maior montanha de cada um dos continentes).

Também já escalou a Trango Tower (a maior torre de granito do mundo), O El Capitan e o Half Dome, além de 6 das 14 montanhas do planeta com mais de 8 mil metros: o Everest (8.848m), o K2 (8.611m), o Cho Oyo (8.201m), o Shisha Pangma (8.046m), o Gasherbrum (8.035m) e o Lhotse (8.501m).

 
 
 

2000
K2 (Paquistão) com 8.611 metros

1997
Carstensz (Nova Guiné) com 4.884 metros

1997
Mc Kynley (Alasca) com 6.194 metros

1996
Vinson (Antártica) com 4.897 metros

1996
Kilimanjaro (Tânzania) com 5.895 metros

1996
Elbrus (Rússia/Geórgia) com 5.642 metros

1995
Everest (Tibet / China) com 8.848 metros

1988
Aconcágua (Argentina) com 6.962 metros