Há alguns meses atrás, fui convidado pela Deuter Brasil para cobrir a Expedição de 2014, como fotógrafo oficial. A programação não poderia ser melhor. A Travessia Petrópolis-Teresópolis, um trekking inédito para mim, algo que eu já vinha planejando fazia um bom tempo, mas que por algum motivo ou outro, eu nunca conseguia por em prática. Desta vez o compromisso já estava assumido com bastante antecedência e no mês passado, entre os dias 12 e 14 de setembro, pus os pés na trilha e dividi momentos singulares com uma turma pra lá de alto astral.
Equipe
O grupo de oito convidados, sorteados através de uma promoção da Deuter, já bem cedo, no dia 12, se reuniu na Capital carioca para partir em uma van até o início da Travessia, em Petrópolis. Aline Moebus, Bruno Henrique, Cassius Palauro, Cristiane Kinguti, Márcio Rufino, Nayara Storck, Robson Carlos e Willian Faé eram os felizardos.
Por pura coincidência, o Bruno eu já conhecia, pois é um amigo fotógrafo de longa data. Como diria uma amiga: este mundo já é pequeno... e a gente ainda roda muito.
Completando a equipe, a galera do staff Deuter: Kiko Araújo, Pedro Lacaz Amaral e Marcos Topot. O guia foi Ivo Júnior, os “sherpas” Juca e Diego. Mario Nery e Elias Maio, do blog Trekking Brasil, também participaram e o escalador Hilo Santana, atleta patrocinado pela empresa.
O trekking
Definitivamente, meu forte não é fazer relatos de caminhadas ou viagens, principalmente no estilo “diário de bordo”. Pessoalmente, acho um tédio ler tim-tim por tim-tim cada detalhe do roteiro de uma viagem ou uma expedição. Sei que ajuda bastante para quem planeja realizar o percurso, mas aqui irei me restringir a comentar algumas curiosidades, passagens pontuais e postar algumas fotos, é claro! Afinal de contas, é pela fotografia que assino esta coluna.
Vamos lá: logo no início, a caminhada já nos dava provas de quão dura seria. Sob forte sol, vencer a extensa subida do Ajax não foi tarefa nada fácil. E depois ainda viria a tão falada Isabeloca. Era ladeira que não acabava mais, num ziguezaguear contínuo. Aliás, no primeiro dia só fizemos isso. Subir, subir, subir. Mas no fim da tarde, já no alto da montanha, com a sensação de tarefa cumprida e sentindo o ar fresco no rosto, todo o sofrimento era facilmente esquecido. De certo, era o prêmio pelo esforço. Literalmente, foi aquele gás a mais para chegarmos ao nosso primeiro pernoite, o camping dos Castelos do Açu.
Segundo dia
O dia seguinte já começou antes mesmo das primeiras luzes apagarem as estrelas. Do Açu se tem uma visão maravilhosa de alguns picos, como o dedo de Deus, Capucho do Frade e Salinas. O alvorecer por lá, é sem sombra de dúvidas, um dos destaques da travessia.
Café da manhã na barriga, camping desmontado, pé na trilha. O decorrer do segundo dia inteiro foi uma sucessão de paisagens incríveis. Caminhamos a maior parte do tempo próximos aos cumes das montanhas, donde sempre havia uma vista panorâmica das serras ao redor. O dia era de um céu azul tão intenso que mais parecia pintura. São Pedro nos presenteava com um clima perfeito. No trajeto, algumas subidas íngremes, porém mais curtas; outras menos empinadas e muitas descidas, sempre acompanhadas de mais subidas. Foi um dia bastante cansativo, talvez o mais puxado da caminhada.
Mas o clima bastante agradável, onde sempre havia um aprazível vento, ajudava bastante. Ao fim da tarde, pouco antes do camping, contemplar o pôr do sol do alto da Pedra do Sino era a cereja do bolo. Mais um desbunde, num dia repleto de cenários espetaculares.
Nesta noite não houve fotografia noturna. O frio estava bem mais forte e, além disso, a prosa da turma, que a esta altura já estava bem entrosada, era muito mais convidativa que uns cliques. Uma troca justa!
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Alvorecer dos Castelos do Açu. Vista para os Três Picos, entre outras montanhas. Foto: Tom Alves |
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Terceiro dia
O último dia da expedição também despertou logo muito cedo. De um mirante contemplamos o nascer do sol igualmente memorável. A continuação da trilha, desta vez, não lembrava em nada os dias anteriores. Nosso caminho era unicamente descer, quatro horas seguidas, o que se tornou um martírio para joelhos e pés cansados. Mas sabíamos que o fim da trilha estava próximo. Assim, cada um a seu ritmo, a equipe ia chegando ao ponto onde o pessoal de apoio da Deuter os esperava. Missão cumprida!
Para concluir, deixo os agradecimentos à Deuter Brasil, por acreditar e valorizar meu trabalho e também aos novos amigos feitos nesta caminhada. Esta turma foi mesmo especial: good vibe e risadas do início ao fim. Espero poder dividir novamente algumas trilhas com vocês, moçada!
Até a próxima!
Tom Alves
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