Extremos
 
COLUNISTA ROBERTA ABDANUR
 
Islândia, onde gelo e fogo se encontram
 
texto de: Roberta Abdanur
15 de fevereiro de 2016 - 09:53
 
Roberta Abdanur durante curso de escalada em gelo na Islândia
 
  Roberta Abdanur  

A Islândia é um país de contrastes. Onde os escuros e rigorosos invernos são compensados ??pelo sol da meia-noite no verão. Um país de riquezas naturais espetaculares, onde cada cenário é uma contemplação.

Chamada de “terra do gelo” por possuir maior glaciar da Europa, e os mais majestosos icebergues e geleiras que ja presenciei, sendo 15% do seu território coberto de neve. Também chamada de “terra do fogo” possui 20 vulcões ativos, lava petrificada, areia preta vulcânica das praias, piscinas naturais e cachoeiras de água quente, os poderosos geysers, e é um lugar que aquece coração de um viajante.

Nos proporciona a experiência de entrar na câmara de um vulcão adormecido, escalar vulcões ativos e glaciares, de cravar os crampons nas maiores geleiras, nadar com as baleias, sobrevoar uma cratera cuspindo fogo, de presenciar a inesquecível Aurora Boreal, e mergulhar entre dois continentes ao mesmo tempo América do Norte e Europa - porque alpinistas também mergulham em água congelante!

A capital, Reykjavík, é muito bonita, tem um cenário de arte, aventura, música e é fervilhante tanto no inverno refrescado pelas auroras boreais, quanto no verão, aquecido pelo sol da meia-noite. (Para a minha surpresa muitas opções veganas e vegetarianas, afinal não imaginava encontrar isso na Islândia, e nem que um dos melhores restaurantes veganos fica bem do centro da cidade, o Glò, tanto que fui preparada com uma mochila cheia das minhas “comidinhas”) Ou seja é perfeito - além de ser vegan friendly, o pais das aventuras, é considerado o lugar mais feminista do mundo pois foi p primeiro país do mundo na luta contra a desigualdade de gêneros, são 150 anos de escolhas políticas e economicas, sempre orientados em favor da igualdade de gêneros. E isso ao pisar no país já é nítido!

A capital é o ponto de partida para começar a explorar, uma boa base para ir até aos geysers, as cachoeiras em Gullfoss, a Blue Lagoon (Lagoa Azul) que é um spa natural com piscina ao ar livre com águas aquecidas pela central geotérmica. Toda esta zona fica rodeada de terras repletas de lava negra. Uma paisagem e uma experiência de outro mundo. Mais próximo ao sul, começando por Höfn onde se encontra a maior geleira da Europa, a Vatnajökull, pelo Parque Nacional Skaftafell com inúmeros vulcões e cavernas vulcânicas, enquanto a lagoa glaciar Jökulsárlón oferece uma oportunidade surreal para navegar ao lado de icebergs flutuantes.

No sudoeste, no Parque Nacional de Thingveller fica o lago de Thingvallavath, o maior da Islândia e embaixo da sua superfície encontra-se uma fenda formada pelo encontro de placas tectônicas da América e da Eurasia. Conhecida como Silfra, esta fenda de 120m permite observar a clareza destas águas mesclando tons intensos de azul e verde provenientes de geleiras com temperaturas por volta dos 2ºC sendo um dos lugares mais frios para mergulhar do planeta. O Canyon de Silfra é formado por Silfra Municipal, a Catedral de Silfra e Lagoa de Silfra. Uma das muitas fissuras no vale. Profundo e estreito, é preenchido com água glaciar filtrada através de quilômetros de rocha vulcânica, e é de absoluta pureza.

     
     

Pela Ringroad, começa o lado mais selvagem da Islândia, espaços abertos cercado por linhas costeiras intocadas de areia vermelha e preta, em um cenário de montanhas e vulcões. A costa oeste é dominada pelas cidades de Borgarnes e Reykholt, enquanto a Península Snæfellsnes é repleta de geleiras, um dos destinos para caminhadas e escaladas mais acessíveis do país. As paisagens mais surpreendentes da Islândia estão no extremo noroeste do país, os Fjords Oeste, com pequenas vilas de pescadores na base das montanhas e Ísafjörður. Na costa norte, Akureyri é conhecida como a capital do norte e funciona como a segunda cidade da Islândia, a partir dala, é possível chegar à ilha de Grímsey, a única parte do território islandês, na verdade, dentro do Círculo Polar Ártico. Um spot escolhido pelos viajantes é o Lago Mývatn, um local de nidificação favorito para muitas espécies exóticas e outras aves aquáticas e está rodeado por uma proliferação eletrizante de atividade vulcânica. Húsavík é o lugar certo para organizar cruzeiros de observação de baleias, as selvas do Parque Nacional Jökulsárgljúfur oferecem trekking para todos os tipos de viajantes, ao longo dos desfiladeiros profundos do rio e para a Dettifoss, que é cachoeira mais poderosa da Europa.

Uma boa opção também é pegar um voo ou um cruzeiro até a Groenlândia (Greenland). Ou até mesmo estender a viagem para conhecer os Fjordes da Noruega, Finlândia ou Suécia. As mais reconhecidas e especializadas agencias que atendem dos mais exigentes viajantes aos mais aventureiros são a Arctic Adventures (na qual também fiz meu curso de guia www.adventures.is) e direto do Brasil a Chris Biagioni Viagens Especiais (christiana@viagensespeciais.com.br) proporcionando excelência e um roteiro de acordo com o perfil de cada viajante.

 
Roberta Abdanur durante curso de escalada em gelo na Islândia
 

Definitivamente viajar pela Islândia é contemplar. Uma oportunidade para mergulhar em aventuras e novas descobertas, para aprender e se inspirar.

Roberta Abdanur
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