Descobrindo uma das regiões mais remotas dos Himalayas, a cada passo uma “avalanche” de aprendizado.
Os habitantes dos vilarejos mais áridos e remotos espalhados na região do planalto central de Shigatse no Tibet, levam uma vida simples e extremamente resistente.
Aqui sobrevivem graças a alguns frutos da agricultura de subsistência, por terrenos áridos e rochosos de montanhas, e a colheita ainda não é suficiente para a família durante todo o ano e os moradores são obrigados a procurar trabalho na construção de estradas, ou em pedreiras onde eles se reúnem e quebram as pedras, há dias de distância, para aumentar os seus rendimentos e permitir sobrevivência da família.
Nesta situação, para estas famílias, cada “braço” é importante.
Nas aldeias, muitas acima dos 3.900 metros, que permaneceram as mesmas durante centenas de anos, a tecnologia moderna tem tido muito pouco impacto, ou muitas vezes totalmente desconhecida, na vida cotidiana: a água deve ser transportada a partir da fonte mais próxima, a muitos quilômetros das aldeias; o combustível para cozinhar e para aquecimento devem ser recolhidos diariamente e armazenado para o inverno; o meio de transporte são as pernas. Assim como os vilarejos das altas montanhas pelo Nepal, Tibet, Índia e Paquistão, que conhecemos, porém o contato com outros viajantes de outras culturas é quase inexistente.
No caso, não há eletricidade, nos vilarejos não existem estradas ou lojas, hospitais, médicos, serviços sociais e lodges.
Os idosos e as pessoas com deficiência são “excluídas” do dia-a-dia, já que as atividades, geralmente feitas de um trabalho físico muito duro, sendo assim pessoas silenciosas e escondidas, podendo contar apenas com o apoio da família quando possível e atualmente com os Tashilumpo Monastery, em Shigatse, que com nossa ajuda da Help In Action, procura oferecer uma nova esperança para essas pessoas da região.
Apesar do difícil acesso, e da inexistência de estrutura para o turismo, é possível se aventurar e poder conhecer literalmente e aprender com toda essa cultura pelas montanhas mais isoladas do Tibet. Para isso é indispensável levar conosco na “mochila” a generosidade e entusiasmo. Com certeza é um grande intercâmbio cultural e espiritual, onde o ar puro dessas deslumbrantes montanhas e a genuinidade e devoção do seu povo preenchem a alma de emoção.
Roberta Abdanur,
Help In Action |