Monte Roraima - Fugindo dos blocos e dos desfiles no Carnaval
da redação, Texto e Fotos de: Karina Oliani e Marcelo Rabelo
25 de fevereiro de 2012 - 8:43
 
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MONTE RORAIMA - O trekking que normalmente é feito em 6 dias, teríamos que fazer em menos de 4 dias.
 
 

Noite de sexta-feira, véspera de Carnaval, a cidade parecia viver um caos. Trânsito travado e pessoas por todos os lados! Parecia impossível chegar a qualquer lugar, mas com uma dose de paciência, após algumas horas, a gente estava a bordo de um vôo fugindo de toda muvuca do feriado em busca de mais uma aventura. Considerado um dos lugares mais antigos do planeta, nosso destino se encontrava no MONTE RORAIMA, que apesar do nome e do que muitas pessoas pensam, não é acessado exatamente de Roraima e geralmente é escalado a partir da Venezuela.

Tivemos uma escala em Manaus e depois de 1h chegamos a Boa Vista dispostos para enfrentar mais 250 Km de estrada: cruzamos a fronteira do Brasil com a Venezuela rumo a cidade de Santa Elena de Uairén, ponto de partida das expedições a uma das formações mais antigas do planeta: O Paraitepuy .

Se dormirmos a noite? Que nada! No carnaval ninguém dorme mesmo né!? E cada um com seus motivos... O nosso é que teríamos que fazer um roteiro que geralmente leva 6 dias em menos de 4. Então viajamos durante toda a madrugada e a expedição não podia esperar para começar. Após organizarmos nossas mochilas e encontrarmos o guia seguimos em um 4x4 por mais de 70 Km rumo ao vilarejo de Paraitepui, e por volta das 12h estávamos na porta de entrada do parque Canaima nomeado patrimônio da humanidade pela UNESCO e início da trilha.

Em média, caminhamos cerca de 9h por dia, adentramos a esse lugar único e vivenciamos experiências únicas: algumas chatas, outras engraçadas e muitas incríveis. E isso é uma das coisas que mais gostamos no montanhismo: a intensidade com que se vive os dias que estamos escalando.

Com flora e fauna endêmica, o cenário muda a cada instante conforme avançamos rumo ao topo do Roraima. De intenso calor a temperaturas que se aproximam de zero, fomos atravessando rios, cachoeiras, savanas, a floresta e pequenas comunidades indígenas ao longo do caminho. Com seu clima inconstante, ao mesmo tempo em que se chove, o sol brilha, proporcionando a qualquer momento a formação de um arco-íris bem a sua frente. A trilha de vegetação rasteira de repente dá lugar a uma densa e úmida floresta, repleta de cores e sons que só a Floresta Amazônica pode proporcionar.

A cada passo para cima a vista vai se tornando absurdamente bela, e de repente, como uma grande recompensa, estávamos acima das nuvens no topo daquele mundo petrificado. Chegamos ao fascinante Roraima, com suas formações rochosas impressionantes e repletas de mistérios. No alto dos seus 2.734 metros é possível visitar as belas jacuzzis naturais, o Ponto Alto, La Ventana, O Vale dos Cristais, Cachoeiras, Ponto Tríplice da fronteira Brasil, Venezuela e Guiana, dentre tantos cenários incríveis presentes neste lugar que fez valer a pena cada passo.

Aos viajantes que se encantam com as belezas da natureza, eis aqui um desafiante e rico destino a ser desbravado e explorado, em língua indígena: o Gigante Verde Azulado- conhecido por Monte Roraima. E quem quiser dicas dessa viagem, pode escrever aqui pra gente, será um prazer ajudar!!

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Karina e Marcelo