Nem aqui, nem lá na China!
da redação, Jus Prado
13 de abril de 2011 - 9:30
 
   
 
 

Continuando a jornada cultural e de puro conhecimento, desembarcamos em ChengDu, a primeira colônia no sudoeste da China, desde sua fundação a cerca de 2 mil anos atrás é a capital da província de Sichuan, também conhecido como o "Estado Celestial" (Tian Fu Zhi Guo), muito rico em recursos naturais apresentando numerosos locais de interesse histórico. É também a terra onde habitam os Pandas gigantes e a principal cidade de acesso terrestre ao Tibet.

Não poderíamos imaginar que seria tão difícil se comunicar neste lugar! Ficamos um bom tempo no aeroporto, Shuangliu, que nem era tão grande, procurando informações sobre hotéis e câmbio, e quem disse que alguém entendia o que falávamos? Nem no balcão de informações do aeroporto internacional falavam inglês!

Conseguimos trocar alguns euros e dólares pelo yuan, moeda local, ainda no aeroporto e nisso, apareceu um sujeito chinês titubeando no inglês que nos sugeriu que pegássemos um ônibus por 10 yuan, cerca de 2 reais e alguns centavos, até o centro da cidade e por lá haveriam hotéis, mas ninguém compreenderia nada que não fosse o mandarim. Até tentamos perguntar por mais algumas informações, mas o sujeito se ofendeu, talvez pelo vocabulário restrito que tinha, nos mandou falar baixo com ele em seu país em um tom de bravura, nós então, o deixamos falando sozinho e ficamos pensando a respeito do tal ônibus, não havia alternativa. Pegamos o ônibus.

Andamos cerca de uma hora nesse busão e quando parecia que o centro ia ficar para trás, decidimos descer e procurar um hotel mais em conta. Estávamos com as mochilas de ataque e 2 marinheiras que para carregar são muito desajeitadas. Entramos em um hotelzinho aparentemente mais tranqüilo e outra grande surpresa: não aceitavam turistas estrangeiros, somente chineses!

O que era para ser uma tarefa relativamente simples como chegar a um lugar e arrumar um hotel tornara-se uma missão quase impossível.

Depois de cerca de três horas do horário em que chegamos a ChengDu conseguimos encontrar um hotel e nos instalar no quarto.

O cansaço do fuso horário era tão grande que dormimos quase 12 horas direto. Só de pensar em sair do quarto e ter de enfrentar a enorme dificuldade de comunicação naquele país cinza, desanimava. E ainda tínhamos 2 dias por lá. Não víamos a hora de chegar em Kathmandu.

No dia seguinte, acordamos e fomos tentar conhecer alguma coisa naquela cidade. Sabíamos dos Pandas Gigantes e também de um Buda enorme de pedra, Leshan Giant Buddha. Nos informamos em algumas agencias de turismo e o pouco de inglês que um chinesinho simpático conseguiu nos dizer foi que ChengDu não é frequentemente visitada por turistas estrangeiros, mas é um pólo turístico para os chineses. Estava explicado.

Neste dia conseguimos nos comunicar melhor, chegamos até a rodoviária de onde saia um ônibus até Leshan, onde ficava o Big Buddha, mas descobrimos que era aniversário da China, feriado nacional, por isso a cidade estava transbordando de gente e quem disse que a gente conseguiu ver o Buda?

O nosso roteiro gastronômico foi no Mc Donnald´s e na Pizza Hut, que eram os únicos lugares onde conseguiam nos entender e que sabíamos o que estávamos pedindo, até tentamos comer no restaurante do hotel para experimentar uma comida local, mas foi um parto conseguir pedir arroz, vegetais e peixe, que por sinal não estava nada bom.

Desiludidos e na dúvida se dormíamos uma noite a mais lá ou se já íamos direto para o aeroporto encontramos como que uma luz no fim do túnel e a solução para os nossos problemas: Sam´s Guesthouse era tudo o que precisávamos! Uma intérprete que no seu escritório nos explicou como funcionava a cidade, os pontos turísticos e tinha parceria com um hotel e agendava todos os transfer que precisasse.

Imediatamente nos mudamos para o hotel dela, agendamos o transfer para o aeroporto e ainda fomos assistir a uma apresentação cultural tradicional em uma casa de chá. Estávamos a salvo!

Aprendi que na China você só deve ir se já estiver tudo combinado com um guia, um intérprete senão é muita perda de tempo e de paciência! Na próxima parada vamos desembarcar em Kathmandu e conhecer um pedaçinho do oriente e da sua cultura fascinante.