Eu, como um eterno otimista, que com os anos e os tombos, somei um pouco de realismo em minhas avaliações, continuo procurando sempre o lado bom de cada situação.

Por muitas vezes em minhas viagens, principalmente para os roteiros mais tradicionais, percebo que não sou o único curioso e aventureiro interessado a conhecer o mundo… e as vezes fica difícil contemplar uma bela paisagem, uma bela pintura ou um belo sítio arqueológico estando em meio a uma orda de turistas… as vozes altas, o zum-zum-zum e todo o tumulto, que muitas vezes até mesmo um pequeno grupo de pessoas pode proporcionar, e pode tirar todo o encantamento do momento... procuro sempre um novo ponto de vista.

Nem sempre consigo, como foi o caso com o quadro da Mona Lisa no Museu do Louvre… por mais que tenha adorado o momento e apreciado as pinceladas de Leonardo da Vinci, o momento foi de um tumulto generalizado. Mas em outros casos depois de fazer a foto do ponto tradicional onde todos estão, procuro um ponto de vista diferente, as vezes apenas me distanciar de todos já basta para contemplar o momento, mas quando é possível, procuro um novo ponto de vista, de onde eu possa estar só e assim poder vivenciar aquele momento mais conectado com a natureza e com o tema em questão.

No complexo cerimonial de Tahai, na Ilha de Páscoa, local da foto de abertura deste artigo, depois que fiz a tradicional foto de frente para os Moais, procurei me distanciar do meu grupo e fui para trás dos Moais, onde sentei por um tempo no limite entre as rochas e o mar... e fiquei imaginando como era aquele lugar centenas de anos atrás.

PANORÂMICA: Ponto de vista tradicional de TAHAI (o outro lado da foto de abertura). Foto: Elias Luiz

O ponto de vista de onde eu estava era exatamente a vista que tinham os Rapa Nuis quando retornavam de suas pescarias. Este será sempre o melhor ponto de vista do local, pois as matizes de cores da água, do céu, e a força das ondas batendo nas rochas, culminando na plataforma com os quatros Moais enfileirados, chamados de "Ahu Vai Ure" era perfeita. Uma lembrança inesquicível da Ilha de Páscoa.

Quando algo lhe estiver incomodando, mude de ponto de vista!

Boas aventuras,
Elias Luiz