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Uma corrida silenciosa neste momento está em curso. Quem será o primeiro brasileiro a chegar ao cume do Annapurna? A 10ª montanha mais alta do mundo com 8.091 metros de altitude ao nível do mar.
Os alpinistas brasileiros Waldemar Niclevicz, 46, e Cleo Weidlich, 48, estão neste momento escalando a montanha. O primeiro a chegar a Kathmandu foi Waldemar e após se juntar a sua equipe partiram rumo ao trekking de aproximação ao Acampamento Base do Annapurna. Cleo Weidlich chegou alguns dias depois a Kathmandu, mas devido a problemas recentes que teve no joelho, optou em poupá-los deste esforço e foi de helicóptero para o acampamento base, onde foram os primeiros a chegar e junto com sua equipe começou a escalar a montanha e a equipar os acampamentos superiores, como também a instalar as cordas de segurança.
Waldemar Niclevicz é conhecido como um alpinista que gosta de desafios, quando testado, parece que se sai melhor. No início dos anos 1990 protagonizou a mais acirrada disputa para ser o primeiro brasileiro a chegar ao topo da montanha mais alta do mundo, os 8.848m do monte Everest, após uma disputa com Thomaz Brandolin, onde ambos não conseguiram chegar ao cume em 1991. Em 1995 Niclevicz juntamente com Mozart Catão foram os primeiros brasileiros a chegar ao cume do Everest. Depois disso a disputa era quem seria o primeiro brasileiro a completar o projeto 7 Cumes - escalar as montanhas mais altas de cada continente. Novamente a disputa foi entre Niclevicz e Mozart e a mídia deu ampla cobertura e Niclevicz estava com uma pequena vantagem, mas Mozart faleceu em uma escalada na face sul do Aconcágua em 1998, encerrando de vez a disputa e com mais tranquilidade Waldemar Niclevicz acabou se tornando o primeiro brasileiro a completar os 7 Cumes.
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| WALDEMAR NICLEVICZ - As montanhas acima de 14 Oito Mil que ele já conquistou. |
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| CLEO WEIDLICH - As montanhas acima de 14 Oito Mil que ela já conquistou. |
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Até o final dos anos 90 e início dos anos 2000, Niclevicz ainda mantinha a ambição de ser o primeiro brasileiro a completar o projeto 14 Oito Mil, que consiste de escalar as 14 montanhas acima de 8.000 metros, todas no Himalaia e Karakorum. Mas talvez por falta de patrocínio e de uma disputa mais próxima, continuou escalando as montanhas de 8.000m mas sem a pretensão de completar as 14. Neste meio tempo, abre-se um parênteses na história para uma outra disputa que chamou a atenção novamente de Niclevicz. Rodrigo Raineri e Vitor Negrete haviam conseguido um patrocínio que colocava em curso o projeto de escalar o Everest Sem O2 (sem o uso de oxigênio suplementar), algo que nenhum brasileiro havia conseguido. Niclevicz então volta sua atenção ao Everest e em 2005 as duas expedições partem rumo a montanha, mas apesar de Vitor Negrete e Waldemar Niclevicz juntamente com seu companheiro de escalada Irivan Burda terem chegado ao cume no mesmo dia e terem se encontrado lá, todos utilizaram oxigênio suplementar. Em 2006 Vitor Negrete volta ao Everest e chega ao cume sem uso de oxigênio suplementar, mas na descida sentiu-se mal, e no acampamento 4 recebeu atendimento dos sherpas, mas mesmo assim acabou falecendo na montanha, onde permanece até hoje.
Em 2008 Niclevicz chegou ao cume do Makalu, sua sétima e até então última conquista dos 14 Oito Mil, parecia novamente que ele estava disposto a abandonar o projeto e já havia anunciado a sua aposentadoria. Mas sem grande alarde e sem conhecimento do público brasileiro, a amazonense Cleo Weidlich que atualmente mora na California, vinha fazendo suas conquistas no Himalaia e nos Andes.
Do projeto as 14 Oito Mil, hoje Waldemar Niclevicz tem 7 conquistas e Cleo Weidlich 5. Ambos neste momento estão em busca de escalar o Annapurna, Niclevicz que parecia estar com alguns dias atrasados em relação a Cleo na escalada da montanha, nos últimos dias tirou essa diferença e neste momento está finalizando o seu primeiro ciclo de aclimatação dormindo no acampamento 2 a 5.700m. Cleo montou seu acampamento alguns metros abaixo, a 5.500m e também está no fim de seu primeiro ciclo de aclimatação.
Existe uma possibilidade de ataque ao cume próximo ao dia 20 de abril, mas não sabemos se todos estarão aclimatados até lá e se realmente haverá uma janela de ataque ao cume. Também existe a possibilidade de um dos dois tentar escalar antes desta data.
A “disputa silenciosa” que está em curso e que talvez entre os protagonistas nem exista, para nós que estamos acompanhando e na torcida, desejamos que estes dois montanhistas brasileiros e ambos colunistas do Extremos cheguem ao cume do Annapurna e quem sabe, juntos.
Clique nos nomes dos alpinistas e acompanhe a nossa cobertura completa do dia a dia da escalada do Annapurna:
• Waldemar Niclevicz
• Cleo Weidlich |
