Gerlinde Kaltenbrunner: a alpinista mais extrema da atualidade
da redação, Texto: Beto Joly
8 de março de 2012 - 9:15
 
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GERLINDE KALTENBRUNNER - No Dhaulagiri em abril de 2008. Foto: www.spiegel.de - David Göttler
 
 

A primeira mulher a chegar ao cume de todas as 14 montanhas de mais de 8.000 metros, sem oxigênio suplementar e sem auxílio de porteadores de altitude, Gerlinde Kaltenbrunner tornou-se uma das alpinistas mais capazes física e tecnicamente para vencer os desafios nas mais altas montanhas do mundo. Uma das escaladoras de alta montanha mais forte, paciente e mais persistente da atualidade por suas atitudes e decisões e por sua capacidade física.

Em agosto de 2011, uma pequena equipe de alpinistas chegou ao cume do K2, a segunda montanha mais alta do mundo. Entre eles estava Gerlinde Kaltenbrunner, que com esse feito incrível em seu currículo de montanha (entre muitos outros), Gerlinde teve merecido lugar como uma das candidatas para "Aventureiros do Ano 2012", promovido pela National Geographic.

Em uma entrevista para uma seção sobre montanhismo da revista alemã "Der Spiegel", em 29 de Agosto de 2011, o renomado montanhista tirolês, Reinhold Messner, primeiro homem a subir ao topo de todas as 14 montanhas de mais de 8.000 metros, quando questionado sobre se "Gerlinde Kaltenbrunner, foi a terceira mulher a escalar os oito mil, mas a primeira a fazer isso sem oxigênio engarrafado. Ela seria portanto, a alpinista mais extrema da atualidade?", Messner respondeu: "Eu concordo com a afirmação: Sra. Kaltenbrunner é a montanhista de altitude mais capaz, a mais forte e a mais persistente..."

O Início
Gerlinde Kaltenbrunner se interessou pelo alpinismo quando ainda era muito jovem. Foi o Reverendo Dr. Erich Tischler, um líder de grupo de jovens em sua cidade natal Spital am Pyhrn, na Alta Áustria, que lhe apresentou o mundo fascinante das montanhas. Após o culto na igreja de domingo, ele levava Gerlinde nas diversas excursões para as montanhas que cercam sua cidade natal. Já com 13 anos de idade, além dos passeios de esqui no inverno, Gerlinde se aventurou em suas primeiras escaladas fáceis no local conhecido por "Sturzhahn", o qual desencadeou o seu entusiasmo para a escalada e consequentemente pavimentou o seu caminho para o alpinismo. Seus principais interesses nos passeios que realizava tornaram-se o esqui e as escaladas, e enquanto ela realizava sua formação de enfermagem em Rottenmann, treinava na Alta Áustria e em Viena.

Durante os anos seguintes, ela nunca deixou de lado uma oportunidade de escalar. Com o guia Siegfried Wasserbauer, a segunda pessoa mais influente no montanhismo em sua vida, começou a realizar escaladas em gelo e passeios de esqui, ela melhorou sua técnica para logo depois realizar uma escalada na face norte do Matterhorn.

O fascínio pelos "8.000"
Se não fosse o K2, Gerlinde nunca teria se tornado uma montanhista de grande altitude. Pois, foi quando ela viu em 1986, uma apresentação de slides sobre a segunda maior montanha do mundo que seu interesse aparaceu. Então para alpinista amadora de 16 anos de idade ficou claro que os Alpes austríacos eram muito pequenos. Sonhava agora com a escalada de um "oito mil" no Karakoram e no Himalaia, embora ela já estivesse ciente dos enormes perigos que se escondiam no ar rarefeito da montanha. Em em 1986, morreu no hospital austríaco da sua cidade natal, Pyhrn, o montanhista Alfred Imitzer, depois de uma temporada de tempestades horríveis no K2, onde um total de 13 pessoas acabaram mortas.

Seu maior sonho, o de escalar um pico de oito mil metros, se tornou realidade aos 23 anos de idade, quando em 2 de julho de 1994, ela conseguiu escalar o cume do Broad Peak, de 8.027 metros, localizado na fronteira entre Paquistão e China, e embora tenha atingido o cume falso, se tratava da 12ª montanha mais alta do mundo.

Durante os anos seguintes, ela colocou todo o dinheiro ganho como enfermeira para participar em diferentes expedições de trekking e escalada no Himalaia. Em 6 de Maio de 1998, Gerlinde estava sobre o seu primeiro cume principal de um "oito mil": o Cho Oyu, 8.201 metros, localizado no Tibet, e a partir de então começou a realizar várias ascensões aos demais picos, às vezes dois em um mesmo ano. Ela acabou se tornando conhecida por sua paciência calculada.

Nos anos seguintes gastou até o último centavo que arrecadou como enfermeira e como representante de uma loja de artigos esportivos na realização dos sonhos de suas montanhas. Em Junho de 1999, ela viaja para a América do Sul, onde no Peru, escala uma das mais bonitas e famosas montanhas da Cordilheira Branca, o Alpamayo (5.947 m), através da Rota Ferrari. Em Maio de 2000, participa de uma expedição ao Shisha Pangma, montanha localizada no Tibet, na qual chega ao cume central, de 8.008 m, porém ainda não é o cume principal, que tem 8.013 metros. Logo a seguir vieram o Makalu (8.463 m) em 2001 e o Manaslu (8.163 m) em 2002, montanha onde ela também conheceu o alpinista alemão Ralf Dujmovits.

Em Maio de 2003, Gerlinde e Ralf fazem uma tentativa no Kangchenjunga. Foi uma subida especial, o seu primeiro 8.000 juntos, e chegaram até os 7.200 metros. Em 20 de Junho de 2003, Kaltenbrunner finalmente chegou ao cume do Nanga Parbat (8.125 m), seu quinto pico de oito mil metros, e se tornou a primeira austríaca a consegui-lo, e este se torna o ponto culminante de sua carreira. "Cinderella Caterpillar", como ficou conhecida, dada sua trajetória impressionante no trabalho junto de seus companheiros cazaques, conforme descreveram. Era então a hora, e ela finalmente decidiu se tornar uma alpinista profissional, e assim treinar e escalar durante o ano todo. Agora com a vida de uma profissional de montanha, realizava palestras, e tinha patrocinadores.

Em 2004, Gerlinde alcançou com seu amigo e companheiro de corda, Ralf Dujmovits e o japonês Hirotaka Takeuchi, o cume do difícil e perigoso Annapurna I (8.091 m) e depois o Gasherbrum I (8.068 m) no Karakorum. Neste momento, Gerlinde era apelidada como a sucessora da polonesa Wanda Rutkiewicz, desaparecida desde 1992, que não regressou de sua nona montanha de oito mil metros.

O resgate no Everest
No ano de 2005 foi extremamente bem-sucedida: a primeira mulher a escalar o Shisha Pangma pela face sul. Ao lado dela estavam novamente Ralf Dujmovits e Hirotaka Takeuchi. Eles fizeram o cume com ventos fortes e em estilo alpino, realizando 4 bivaques na parede. Depois do cume, o trio seguiu pelo lado Norte, completando assim uma travessia no Shisha Pangma.

A forte equipe de 2005 seguiu os seus planos a escalada em estilo alpino da face Norte do Everest pelo "Supercouloir" (combinação das rotas Aresta japonesa e do Couloir Hornbein). Na manhã de 30 de Maio, no início do Colo Norte, todos ainda estão em forma e alegres, a escalada na Aresta Norte naquela manhã tinha sido perfeita. Poucas horas depois, quando retornou a barraca, seu estado deteriorou-se rapidamente, a um nível assustador. O diagnóstico: o japonês sofria um edema cerebral de altitude - a mais perigosa de todas as doenças de altitude. Em torno 40 por cento dos casos são fatais.

"Nós estávamos a 7.650 metros. Hiro perdeu a capacidade de falar, e seu pulso caiu para 50 batidas por minuto. Seu corpo estava tão frio, que Gerlinde teve dificuldade tentando encontrar uma veia para administrar dexametasona", disse Ralf. "Os olhos de Hiro estavam abertos, mas era como se ele não estivesse mais lá. Depois de um tempo ele abriu os dentes cerrados e cuspiu sangue."

Sem perder um segundo, Gerlinde e Ralf colocaram Hirotaka em seu saco de dormir. Em seguida, eles chamaram um médico na Áustria por telefone via satélite para pedir mais conselhos. Gerlinde e Ralf ficaram acordados a noite toda, tratando Hirotaka com medicamentos adequados.

A equipe chegou ao acampamento base avançado, a 6.300 metros de altitude, na rota normal e teve ajuda da equipe de Russell Brice. Rapidamente Russell acolheu os escaladores com uma barraca, alimentos e bebidas. Hirotaka imediatamente adormeceu. Dias depois todos os três chegaram ao seu próprio acampamento base, pela solitária face Norte. Neste mesmo dia a equipe tinha planejado ir ao cume, e certamente eles teriam gostado de chegar ao topo juntos. No entanto, o que é uma reunião no cume, em comparação com a vida de um amigo?

Ainda em 2005, Gerlinde atingiu o cume do Gasherbrum II, juntamente com dois alpinistas italianos, pela Aresta Sudoeste, igualando Edurne Pasaban com 8 picos de 8.000 metros. Ela subiu em condições muito difíceis, os últimos 200 metros levou 5 horas e meia para superar por causa da neve profunda - às vezes afundando até o peito.

No dia 14 de Maio de 2006, Gerlinde Kaltenbrunner, Ralf Dujmovits, Hirotaka Takeuchi, Veikka Gustafsson, e Andrew Lock chegaram ao cume do Kangchenjunga pela Aresta Sudoeste, que com 8.595 metros, é a terceira montanha mais alta e uma das mais perigosas e difíceis também.

Quando questionada sobre os 14 picos de 8.000 metros, se houve um cume especial, ela disse, "Kangchenjunga. É o terceiro pico mais alto do mundo e também muito difícil. Ralf e eu tentamos em 2003 sem sucesso. Em 2006, tentamos novamente e tivemos bom tempo no último momento. Dentro de 80 metros, o tempo clareou e estava ensolarado e pudemos passar aos últimos metros finais de escalada. Foi juntamente com Ralf. Este foi um momento muito especial."

Depois do sucesso no Kangchenjunga, Gerlinde, Ralf, e Hirotaka passaram alguns dias descansando no Ama Dablam Garden Lodge (3.800 m), antes de seguirem para o acampamento base do Everest/Lhotse no final do mês de Maio. Eles partiram para a tentativa de cume do Lhotse (8.516 m) no dia 22 de Maio, porém devido a neve o caminho estava mais difícil do que o esperado, e às 5:00h, a equipe parou aos 8.400 metros de altitude, de onde abandonaram a escalada.

Tragédia no Dhaulagiri
Em 24 de Março de 2007, teve um novo momento de felicidade, casou-se com seu parceiro de montanhismo, Ralf Dujmovits e imediatamente após o casamento partiram em uma viagem ao Dhaulagiri (8.167 metros). Porém, alguns momentos tristes também marcaram a carreira desta incrível alpinista. Como é o caso de 2007, ano em que a expedição foi uma das mais dramáticas. Uma avalanche varreu o acampamento 2 no Dhaulagiri, montado a 6.650 metros em um lugar supostamente seguro, enterrando os espanhóis Santiago Sagaste e Ricardo Valencia e por pouco não soterrou Javi Serrano e Gerlinde Kaltenbruner em suas barracas. A avalanche varreu sua barraca cerca de 40 metros ladeira abaixo, mas Gerlinde ainda teve muita sorte, e foi capaz de rastejar para fora, mas seus amigos foram soterrados.

O Dhaulagiri provou ser um grande desafio para Gerlinde, a avalanche apenas foi o último de uma série de contratempos, incluindo equipamentos de escalada roubados e parceiro doente.

Nesse mesmo ano, uma idéia ousada: Broad Peak e o K2. Primeiro, ela vai com Ralf para o K2 pela primeira vez, onde falham por causa de uma tempestade. Mas Gerlinde fez cume no Broad Peak, em 12 de Julho de 2007, junto com a espanhola Edurne Pasaban.

Kaltenbrunner chegava ao seu 11º cume de 8.000 metros, no Dhaulagiri em 1º de Maio de 2008, junto com o alpinista alemão David Göttler.

O dia 20 de Maio de 2009 certamente entrou para a história de Gerlinde e Ralf e do montanhismo consequentemente, quando chegaram no cume do Lhotse (8.516 m). Eles fizeram o cume por volta das 11h00 da manhã. Para Gerlinde era seu 12º oito mil, e com este cume Ralf Dujmovits se tornava o 16º homem e o primeiro alpinista alemão a subir todos os 14 oito mil sem oxigênio suplementar. Eles fizeram o cume junto com Hirotaka Takeuchi, que também chegava ao seu 12º oito mil e David Göttler David, que fazia o seu 4º cume de mais de oito mil metros. Ainda em 2009, Gerlinde fez uma nova tentativa no K2, onde retornou a poucos metros do cume, 8.300 metros.

Monte Everest sem oxigênio e sem porteadores de altitude
O estilo de escalar os picos sem oxigênio ou porteadores é importante como ela mesma afirma, "Desde o início, foi muito importante para mim escalar esses picos com a minha própria energia, sem os porteadores de altitude, e claro, sem o oxigênio suplementar. Eu queria me sentir bem sobre como eu escalei. Foi a melhor maneira de subir para mim. Quando fui ao Everest, eu não sabia se o meu corpo seria capaz de ir até 8.850 metros sem oxigênio suplementar. Se eu me sentisse mal ou não fosse capaz, eu pensei, eu só vou voltar. Se meu corpo não tivesse sido capaz de lidar com isso, eu teria apenas subido picos de 5.000 ou 6.000 metros, ao invés de usar oxigênio."

Em 23 de Maio de 2010, Gerlinde Kaltenbrunner, e os italianos Silvio Mondinelli, Abele Blanc, Michele Enzio e Marco Camandona atingiram o cume do Everest pelo lado do Tibet. Eles chegaram ao cume juntos, todos os cinco alpinistas escalaram sem oxigênio suplementar, e nesta temporada eles foram os primeiros a conseguir isso pela face norte.

K2: O pico mais alto e sempre perigoso do Karakorum
Cada expedição para um "oito mil", custa muito dinheiro em equipamentos, mantimentos e licenças. A aclimatação leva várias semanas, trilhas e áreas destinadas às barracas e aos depósitos devem ser estabelecidas e preparadas. Desistir e ter que retornar um pouco antes do cume não é uma decisão fácil, não importa como as condições são inóspitas. Por isso, conta muito a razão e a experiência alpina da austríaca, que passou por seis expedições mal sucedidas no K2, a montanha de 8.611 metros, localizada na fronteira entre o Paquistão e a China.

As expedições anteriores de Gerlinde ao K2, foram pelo lado sul da montanha, pela rota Cesen, uma variante aberta em 1986 que inicia numa crista mais a esquerda, desviando dos perigos da chamada "Pirâmide Negra", o primeiro grande obstáculo da rota de Abruzzos, e se unindo com a rota "normal" do Esporão de Abruzzos no local conhecido como Ombro, a 7.800 metros. Em 2007, ela tentou duas vezes por esta rota, mas teve que voltar por causa da neve e tempestade a 8.100 metros.

No verão de 2010 no K2, a austríaca passou por uma péssima experiência no difícil trecho conhecido como "gargalo da garrafa", que se situa a 400 metros abaixo do cume. Era dia 6 de Agosto, o montanhista esquiador sueco, Fredrik Ericsson que tinha se juntado a Gerlinde no ataque ao cume, escorregou e caiu montanha abaixo. Ericsson despencou por 1.000 metros e faleceu em consequência desta queda.

Gerlinde imediatamente abortou a sua tentativa de cume para procurar o amigo. Era a sua quinta tentativa sem sucesso no segundo pico mais mortal do mundo. Depois desta dura experiência, necessitou de vários meses de reflexão antes de sentir que desejava regressar à montanha.

Em 2011, Kaltenbrunner resolveu voltar ao K2, mas decidiu desta vez encarar o lado norte da montanha, pela China, que é usado com muito menos frequência, para evitar o "gargalo", local já conhecido pelas tragédias. Ela optou por tentar a escalada de 2011 pelo Pilar Norte, porque apesar de ser considerado mais difícil tecnicamente do que o Esporão de Abruzzos, a rota "normal" no lado sul da montanha, o lado Norte é mais seguro na questão das avalanches.

Às 18h18 de 23 de Agosto, horário local, Gerlinde alcançou o cume do K2. "Eu nunca tive uma visão semelhante. Não havia nuvens, você podia ver o Nanga Parbat. Eu tinha a sensação de que eu era única com o universo. É ainda presente no meu coração", disse a austríaca. Maxut e Vassiliy também estavam quase lá e Darek estava logo atrás. Agora em sua sétima tentativa, ela finalmente conseguiu. "...não pude acreditar na sorte que eles tiveram de chegar ao cume juntos neste clima fantástico, apesar das condições difíceis durante a subida.", disse Ralf Dujmovits.

A corrida pelos 14 x 8.000
A idéia da competição nas montanhas nunca foi particularmente do interesse de Gerlinde. Quando adolescente, ela se afastou do clube de esqui, porque não queria disputar contra os seus amigos.

Em 2004 os meios de comunicação, principalmente os especializados em esportes de montanha, iniciavam a "corrida" da "primeira mulher a chegar ao cume dos 14 oito mil", entre a italiana Nives Meroi, a espanhola Edurne Pasaban e Gerlinde Kaltenbrunner.

Mas Gerlinde, não queria saber nada sobre isto e disse: "É verdade que eu quero subir todos os quatorze picos de oito mil metros, mas para mim eu não tenho que fazer.... primeiro vem o meu prazer pessoal pelo desafio", diz em seu livro "Ganz bei mir", (p. 239). As pessoas que assistiram a suas palestras, reconheceram que o montanhismo faz parte de sua vida, é um propósito na vida, e de maneira nenhuma uma caça por recordes.

Com a escalada do K2, Gerlinde se tornou juntamente com a espanhola Edurne Pasaban, uma das duas únicas mulheres que subiram todos os 14 "oito mil". A coreana Oh Eun-Sun reinvindicou ser a primeira mulher a realizar tal façanha. No entanto, seu pedido foi classificado como "contestado", devido à controvérsia em torno da falta de provas de sua escalada ao Kangchenjunga.

Mas o triunfo de Gerlinde é definido de uma forma diferente, porque ela subiu algumas montanhas em estilo alpino, e apenas 13 pessoas conseguiram até agora todos os "oito mil", sem oxigênio engarrafado.

A austríaca Gerlinde Kaltenbrunner, se torna oficialmente também a primeira mulher a completar a escalada de todos os 14 "oito mil" sem a utilização de oxigênio suplementar engarrafado e sem auxílio de porteadores de altitude, depois dos 14 anos que passou buscando concretizar este sonho.

"Escalada para mim não é uma competição.
É a minha vida."
__ Gerlinde Kaltenbrunner


Expedições importantes já realizadas:


2011 - Agosto - K2 - China / Paquistão (através do Pilar Norte, 8.611 m)
2010 - Julho / Agosto - K2 - Paquistão (via rota Cesen até 8.300 m)
             Abril / Maio - Everest, Tibet (via Aresta Nordeste, 8.848 m)
2009 - Julho / Agosto - K2 - Paquistão (via rota Cesen até 8.300 m)
             Maio - Lhotse, Nepal (8.516 m)
2008 - Maio - Dhaulagiri I - Nepal (8.167 m)
2007 - Julho / Agosto - K2 - Paquistão (via rota Cesen até 8.100 m)
             Julho / Agosto - Broad Peak - Paquistão (8.047 m)
             Abril / Maio - Dhaulagiri I - Nepal (Abandonado em 7.400 m)
2006 - Maio - Lhotse - Nepal (Abandonado em 8.400 m)
             Abril / Maio - Kangchenjunga - Nepal (via Aresta Sudoeste, 8.595 m)
2005 - Junho / Julho - Gasherbrum II - Paquistão (via Aresta Sudoeste, 8.035 m)
             Maio / Junho - Everest - Tibet (subida abandonada devido a um resgate)
             Maio - Shisha Pangma - Tibet (via Face Sul, 8.013 m)
2004 - Julho - Gasherbrum I - Paquistão (via Corredor Japonês, 8.068)
             Maio - Annapurna I - Nepal (via Rota Francesa, 8.091 m)
             Abril - Xifeng Peak - Tibet (7.221 m)
2003 - Junho - Nanga Parbat - Paquistão (via Rota Diamir, 8.125 m)
             Abril / Maio - Kangchenjunga - Nepal (até 7.200 m, Aresta Norte)
2002 - Abril / Maio - Manaslu - Nepal (8.163 m)
2001 - Abril / Maio - Makalu - Nepal (8.463 m)
2000 - Abril / Maio - Shisha Pangma - Tibet (Cume Central, 8.008 m)
1999 - Junho - Alpamayo - Peru (Rota Ferrari, 5.947 m)
1998 - Abril / Maio - Cho Oyu - Nepal / Tibete (8.201 m)
1997 - Outubro - Ama Dablam - Nepal (via Aresta Sudoeste, 6.858 m)
1995 - Maio - Muztagh Ata - China (até 6.600 m)
1994 - Junho / Julho - Broad Peak - Paquistão (Cume Falso 8.027 m)



Por Beto Joly
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