04.11.2015 - 23:52
Uma Pedra no Caminho
Eram aproximadamente 6h30 da manhã e o sol ainda não havia chegado para nos aquecer, mas a luz do dia por trás das montanhas aos poucos ia aumentando a intensidade.
Agora, já podíamos ver claramente a inclinação e o tamanho das paredes que estávamos escalando. Estávamos no início de uma parede de rocha e gelo que teríamos de vencer após atravessarmos o Glaciar do Beding Go , uma enorme rampa de gelo formada por avalanches e desprendimentos de rocha e neve que mais parecia um grande lago congelado e inclinado.
Mas, o que chamava mesmo a atenção era a espetacular paisagem das montanhas do entorno. O Gaurishankar com 7.134 m e o Melungtse com 7.181m dominavam a região de Rolwaling.
O Gaurishankar se destacava com seus dois cumes, duas pirâmides pontiagudas e afiadas. Ao norte a mais alta, chamada Gauri (uma manifestação de Shiva) e o ao Sul, Shankar (a consorte de Shiva).
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Trekking de aproximação ao vilarejo de Beding. |
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Me sentia forte e confiante e havia conseguido equilibrar o ritmo da minha respiração com o esforço necessário para cada passo, cada degrau, cada movimento. Estava num estado de “flow”. Focado no que tinha que fazer mas totalmente receptivo e atento ao ambiente e às mudanças de luz , de terreno e de temperatura.
De repente, vindo de cima, escuto vários gritos: "- ROCK , ROCK , ROCK!!!"
Em segundos, algumas rochas que haviam se desprendido com a passagem dos que escalavam acima ganharam velocidade. Colei-me na parede a minha frente. Várias pedras passaram zunindo rentes a nós e uma delas do tamanho de uma grande laranja atingiu em cheio meu joelho esquerdo. Foi uma pancada seca e certeira.
Na hora, a dor foi intensa e aguda. Mesmo com a dor parecendo crescer fiquei sem ação durante alguns segundos. Furtemba Sherpa que escalava logo abaixo, correu parede acima para me ajudar e ver o que podia fazer.
Eu estava paralisado, com receio de me mover e descobrir que após 4 horas de subida em pleno dia de ataque ao cume, talvez tivesse que desistir. Talvez nem conseguisse mais me apoiar direito com a perna esquerda.
Praguejei e achei que o irlandês Cian O’Brolchain que estava logo acima de mim e que ainda estava se adaptando ao crampon havia derrubado a rocha. Fiquei pensando no problema em que havia me metido, nos culpados e na situação toda.
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Cruzando as famosas pontes do Nepal. |
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Respirei fundo algumas vezes para tentar esquecer a dor e acabei me acalmando totalmente. Um único pensamento me veio a mente. Respirar e continuar.
Não existia situação, não havia problema, não existiam culpados. A única solução era continuar, simples assim. Eu tentaria apoiar minha perna, sentiria com certeza alguma dor mas continuaria. Foi o que fiz.
Deu certo e não pensei em mais nada. Apenas agradeci estar escalando novamente. Respirei, respirei e continuei.
Antes, durante as cerca de quatro horas que havíamos progredido desde o Base Camp (4.905m) passamos por um primeiro trecho rochoso que vencemos guiados na escuridão pelas lanternas de cabeça (headlamps) equipados apenas com as botas de escalada de alta montanha sem necessidade de crampons ou piolet. Este primeiro trecho levou cerca de uma hora e meia para ser vencido e às 4h da madrugada já estávamos no chamado Crampon Point aonde nos equipamos com Crampons e Piolets para iniciar a travessia do Glaciar até chegar na primeira parede que agora nos encontrávamos.
As paredes deste primeiro trecho de rocha tinham inclinação que variavam de 60 a 90 graus. Eram quase uma escalaminhada com trechos de escalada técnica que raramente superavam o 4º grau. As vias iam sendo equipadas por cordas fixas por Tsering Pemba Sherpa e Nima Gyalgen Sherpa que se revezavam a frente. Eram cordas finas de nylon, escorregadias e que não inspiravam muita confiança mas agilizavam muito o procedimento de segurança para os onze alpinistas que seguiam montanha acima.
Era mais fácil escalar todo o tempo do que se puxar pelo Jumar. Alguns trechos de neve ou gelo usávamos também piolet. Mesmo em trechos bem verticais escalamos praticamente todo o trajeto, usando o Jumar apenas para fazer a auto-segurança.
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Alguns trechos desta parte inicial do trekking lembra os cenários do filme Avatar. |
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A Face Sul
Encaramos a Face Sul do Beding Go. Uma rampa de gelo com intermináveis 600 metros que fomos vencendo, pouco a pouco, dosando a energia pois ainda não estávamos nem na metade da subida. Nesta rampa utilizamos cerca de treze proteções, quase todas móveis, usando principalmente longas estacas, grampos de gelo e camalots.
O dia estava melhor do que a encomenda (as preces dos monges Budistas que realizaram nosso Puja funcionaram). Sol a pino, temperatura em torno de zero graus e muito pouco vento.
Vencida a rampa de gelo da Face Sul, ainda com várias pedras se soltando e tentando fazer um strike de quem vinha abaixo, saímos ilesos.
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O Lama que fez a nossa cerimônia Puja em Beding. |
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A Transversal até a Crista
Começamos então uma transversal praticamente toda de rocha com penitentes de gelo se desprendendo. Era uma passagem muito técnica. Neste trecho era melhor confiar na corda fixa, se pendurar e projetar o corpo para a fora da parede progredindo rapidamente da esquerda para a direita para chegarmos na crista da montanha. Depois mais um trecho de subida em diagonal até atingirmos o início da linha da crista.
Um pé na China outro no Nepal
Até a crista já tínhamos acumulado oito horas de subida sem qualquer parada para comer, beber ou descansar.
Na crista, em grande parte do trecho apenas o espaço para um pé de cada vez. Como se fosse a cumeeira de uma casa. Do lado direito de quem segue em direção ao cume, mais de mil metros de queda enxergávamos o lado Chinês (Tibet) e ao lado esquerdo o Nepal, mais precisamente o vilarejo de Beding de onde havíamos saído e toda a região de Rolwalling.
A primeira grande surpresa: o grande pilar que enxergávamos da transversal era apenas o primeiro pilar dentre seis que teríamos de vencer. Só no último pilar o caminho para o cume.
Diferente da maioria das montanhas do Himalaia, não se tratava de mais uma rampa ou parede de gelo a vencer e sim de várias torres que teríamos que subir e descer para finalmente chegar a última delas. Mais parecia uma montanha dos Alpes com muitas travessias de sobe e desce antes do ponto mais alto.
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Início da escalada em rocha e gelo. |
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Os Seis Pilares
Eram cerca de 10h30 e prosseguimos subindo e descendo as primeiras três torres. Cada minuto passava agora muito lentamente. Nos aproximávamos dos 6.000m de altitude e o oxigênio era escasso. Se caminhar já era custoso, escalar tecnicamente exigia uma energia que parecia não termos mais.
Com o passar do tempo fomos naturalmente nos revezando a frente e eu que havia começado em último já havia ultrapassado os dois Noruegueses que escalavam logo a minha frente; Eystein Grusd (paramédico) e Stein Arve Bernes (Master Chef) que agora escalavam atrás com Mingma Sherpa e Furtemba Sherpa.
Sintomas de Mal da Montanha
Mais a frente voltamos a ficar todos próximos. Stein Arve (norueguês) que já havia sentido algumas dores de cabeça no Campo Base começava a ter os primeiros sintomas de HAPE (High-Altitude Pulmonar Edema). Eystein (o outro norueguês e paramédico) o diagnosticou e recomendou que descesse imediatamente. Furtemba Sherpa ofereceu-se para acompanhá-lo e os dois iniciaram imediatamente a descida.
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Em um trecho com bastante gelo e os grampons fazendo seu trabalho. |
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Não tá fácil pra Ninguém
Logo a frente encontrei Sean Konings, o canadense de 35 anos, escalador de rocha que vive na Austrália e está acostumado com bigwalls em Yosemite (se prepara para escalar o The Nose em um dia). Estava ao lado de Dean Carriere, também canadense que eu conheci no Aconcágua em 2009 e desde então já escalamos juntos o Kilimanjaro, o Elbrus, o Montblanc e o Denali. Dean havia também completado os Seven Summits culminando o Everest em 2013.
Para minha surpresa Sean se declarou completamente exausto, sem mais energia. Já havíamos escalado por cerca de dez horas, teríamos ainda umas duas horas ou mais até o cume e todo o trajeto de descida.
No total de 20 a 22 horas de escalada ininterrupta e estávamos ainda pela metade. E mais noite pelo caminho na volta...
Ao ouvir a conversa, Dean declarou que também não iria mais continuar, também estava esgotado. Nesta altura Eystein a 200 metros verticais do cume resolveu também descer, pegando carona na descida de Stein Arve que no dia seguinte seria resgatado por Helicóptero do Campo Base à Kathmandu e Eystein Grusd como paramédico, o acompanharia.
Obs. (Uma semana mais tarde o canadense Sean escalaria sozinho outras duas montanhas na região e acabaria sendo também resgatado por helicóptero após ferir o tornozelo quando ajudava um escalador sherpa que estava muito debilitado e tentava descer da montanha após escalada solo).
Continuar é preciso, pensar não é preciso
Eystein Grusd, Stein Arve e Sean Konings desciam agora auxiliados por Furtemba Sherpa.
Dean após comer e beber alguma coisa conseguiu se recompor e decidiu ir em frente pelo menos mais um ou dois pilares.
Em direção ao cume erámos agora Dean Carriere, Cian O’Brolchain, eu e os quatro escaladores do Nepal; Mingma Tsiri Sherpa, Nima Gyalgen Sherpa, Tsering Pemba Sherpa, e Pasang Tenzing Sherpa.
Confesso que me sentia mais cansado que todos. Pela primeira vez em alta montanha me veio forte o pensamento que se chegasse ao cume não teria energia para descer de forma consciente e segura.
Achava que minha insistência em tentar não pensar e simplesmente seguir em frente mascarava uma perigosa febre do cume (Summit Fever). É claro que não queria desistir faltando “apenas duas horas” para chegar ao cume, mas cada segundo demorava agora uma hora... e o caminho se revezava entre a estreita crista entremeada por pequenas transversais e subidas e descidas escalando pelos pilares restantes.
Não existia pressão de patrocinadores ou apoiadores. Não havia um contrato de obrigação com o cume e sim com a segurança. A imagem que me vinha a mente era como se as marcas que me apoiaram fossem pessoas, amigos queridos que estavam torcendo pelo sucesso da expedição. E de certa forma as pessoas que eu havia tido contato na Victorinox, Jasmine e BariguiCrossfit realmente personificavam a marca e eu imaginava eles ali torcendo pelos últimos passos. E como ficariam felizes de compartilhar desta escalada pioneira. Pensei na minha família , nos amigos e fui em frente.
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O último pilar, o mais íngrime de todos, rumo ao cume. |
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The last but not least
Tinha de ser o mais inclinado... O último pilar era realmente vertical.
Uma torre de gelo e pedras soltas com cerca de 60 metros de altura. Tinha aquela cara de cume clássico, uma agulha que terminava num reduzido platô de pedra e uma pequena cobertura de gelo.
Eu estava completamente exausto e não sentia mais os braços. Não sei até agora como conseguia continuar num movimento contínuo e um pouco sonâmbulo.
Utilizamos nesta última enfiada a própria corda de escalada da dupla que seguia a frente fixando as cordas fixas. Nesta altura, já havíamos utilizado os 1.300 metros de corda fixa que levamos.
Um a um, escalando separados por poucos metros uns dos outros, fomos chegando ao pequeno cume. Nos abraçamos e admiramos as montanhas do entorno.
Naquele momento não estávamos a 6.125m de altitude. Estávamos no topo do mundo e a felicidade era contagiante. Subitamente até a energia havia voltado.
Eram 14h30 do dia 21 de outubro de 2015 e lá permanecemos por não mais de meia hora, pois a parte mais perigosa e delicada ainda estava pela frente, a descida.
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Victorinox no cume da Beding Go. |
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Pra Baixo Todo Santo Ajuda
Antes de chegar ao cume temia que na descida não teria mais forças nas mãos e nos braços para segurar a corda e o oitão que usava para o rapel. Para minha surpresa não tive muita dificuldade em rapelar pilar abaixo. O problema agora é que não se tratava de um rapel atrás do outro. Antes teríamos que escalar e desescalar os cinco pilares que faltavam até a transversal, depois toda a transversal que dá no mesmo subindo ou descendo e aí os intermináveis 600 metros novamente da parede Sul.
E dá-lhe mais algumas horas de caminhada até o Campo Base para completar uma maratona de 22 horas ininterruptas e com uma ou duas paradas para beber um gole de chá quente e consumir algumas barras de cereais e smoothies de fruta da Jasmine.
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Jasmine Alimentos no cume da Beding Go. |
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Se escorregar morre, se sobreviver vai preso
Com o cair da tarde a temperatura começou a despencar e agora tínhamos a presença de vento que ia aumentando aos poucos. Na crista novamente descobri o verdadeiro significado de dead leg.
Eu estava 99% exausto mas consciente. Porém minhas pernas teimavam em não me obedecer e parecia um bêbado que queria ir para um lado e ia para outro. Escorreguei na crista umas três vezes, sempre caindo no meio dela sem ir pra nenhum dos lados que despencavam em direção ao Nepal ou Tibet (China). Até que na quarta escorregada, ainda entre o quarto e o terceiro pilar, cai para o lado chinês acelerando rapidamente. Fiquei ali pendurado na parede, poucos metros abaixo mas fisgado apenas pela fina e escorregadia corda fixa. Antes de me levantar, olhei pra baixo e tive a certeza que não sobreviveria se a corda ou o grampo tivessem arrebentado. Era uma queda praticamente vertical de mais de 1.000 metros. Foi o suficiente pra me acordar novamente e me garantir um pouquinho mais de energia para a interminável descida.
Mingma Sherpa ajudou a me recompor. Disse que se eu tivesse despencado para a China, ainda que tivesse sobrevivido certamente iria preso, pois não tinha o visto chinês. Melhor não arriscar...
Foi o exercício mental mais extremo que já fiz até hoje. Me concentrar para terminar a descida sem mais acidentes. Um passo após o outro. A cabeça já sofrendo algumas alucinações de fadiga extrema e o corpo parando de funcionar.
Como pra baixo, todo santo ajuda, a medida que descíamos a concentração de oxigênio disponível também aumentava um pouco o que acabava por ajudar na recuperação.
Praticamente todos os alpinistas que culminaram o Beding Go neste dia, incluindo o Dean e o Cian que já haviam escalado e culminado o Everest foram unânimes em afirmar que o Summit Day do Beding Go foi muito mais exigente que o ataque ao cume do Everest. Foram além, do que qualquer montanha que já tinham escalado.
Finalmente após uma longa jornada, tendo deixado o Acampamento Base às 2h30 da manhã, às 00h30 estávamos de volta, completando uma maratona de 22 horas de atividade.
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CrossFit Barigui no cume da Beding Go. |
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Gratitude é o sentimento!
Na manhã seguinte, ainda cansados descemos direto do Acampamento Base (4.905m) para o vilarejo de Beding (3.690m) e lá descansamos por um dia.
Mais quatro dias de volta de trekking pela espetacular trilha de trekking da Reserva Natural do Gaurishankar com florestas, cachoeiras e paisagens que as vezes lembravam o filme Avatar.
Por fim de Jakart até Kathmandu mais 8 horas de ônibus, que serpenteava por um despenhadeiro de centenas de metros abaixo.
Agora, felicidade da conquista misturada com muita Gratidão!
Gratitude a Victorinox que acreditou desde o princípio no projeto e disponibilizou nada menos que o seu relógio INOX, símbolo dos 130 anos da marca que bravamente resistiu a pedradas, poeira, chuva, gelo, neve, pressão e pancadas! Participação especial também do lendário canivete suíço, o meu equipado com Barômetro, Termômetro, Altímetro, Relógio, Cronômetro e todas aquelas utilidades que o McGyver ficaria com inveja.
Gratidão a Jasmine Alimentos pelos, cookies integrais, smoothies de fruta com Chia, Suprefrutas, Baras de Cereais, Ativos de Maca e Goji Berry e toda a alimentação e suplementação que foram vitais no meu período de preparação e de montanha.
Gratidão a Crossfit Barigui pelo imediato apoio e incentivo total a expedição.
Gratidão ao EXTREMOS que ajuda a divulgar o esporte e o montanhismo de forma antenada, divertida e profissional.
Gratidão enorme a Ascent Himalayas e especialmente a Minga Tsiri Sherpa, Passang Tenzing Sherpa, Tsering Pemba Sherpa, Nima Gyalgen Sherpa, Furtemba Sherpa e Lakpa Sherpa por terem compartilhado a possibilidade desta conquista juntos, escalando no quintal de suas casas.
Gratidão a minha família e a todos os amigos que apoiaram os meses de treinamento e sacrifício.
Namastê!!!
Dino Camargo
23.10.2015 - 09:28
A Conquista
O brasileiro Dino Camargo, um irlandês, um canadense e mais 4 sherpas são os primeiros a chegarem ao cume da montanha Beding Go (6125m).
O Beding Go Peak (6125m) ou Mountain of God, como é conhecida localmente, nunca havia sido escalada e recentemente foi liberada para os alpinistas. Depois da Cerimônia Puja, que foi realizada em Beding, a equipe partiu do vilarejo que fica a 3.690m, montou um acampamento de aproximação a 4.010m. O Campo Base foi estabelecido 4.905m, onde por dois dias descansaram e revisaram os planos e a linha de ataque ao cume.
No dia 21 de outubro a equipe saiu de madrugada para o ataque ao cume, a tarefa era árdua, sair do Campo Base a 4.905m, ir até o cume a 6.125m e voltar para o Campo Base. Após uma dura escalada passando por um paredão de 600m de rocha e gelo em escalada técnica, e a travessia de diversos pináculos, lembrando mais uma escalada nos Alpes, a equipe chegou ao último pináculo que levava ao cume. Às 14h30 Dino Camargo e equipe chegaram ao pequeno cume da Beging Go (6125m). Depois de um rápido descanso, com fotos e vídeos no cume a equipe retornou para o Campo Base, tendo realizado neste dia 22 horas de atividade.
Parabéns ao Dino Camargo e toda equipe pela conquista da Beding Go, em breve divulgaremos as fotos e o vídeo do ataque ao cume.
Até onde se tem informação, a primeira montanha virgem a ser escalada no Himalaia por brasileiros foi a Pharilapcha de 6.017m, por Marcelo Rey Belo e Juliana Bechara Belo em 2003.
Namastê!
Elias Luiz
13.10.2015 - 13:30
A Montanha Virgem
Uma equipe de montanhistas vai tentar realizar o feito inédito e histórico de alcançar o topo da Mountain of God, a chamada montanha proibida, no Himalaia. A equipe, que embarcou no dia 08 de outubro, é formada por cinco experientes montanhistas de diferentes países, entre eles, o executivo curitibano Dino Camargo.
O Beding Go Peak ou Mountain of God, como é conhecida localmente, fica a 6.125m de altitude, em um dos vales escondidos do Himalaia, na fronteira entre o Tibet e o Nepal. A região ainda é pouco explorada e de difícil acesso, já que a escalada da montanha permaneceu proibida por muitos anos pelas autoridades políticas e religiosas da região, sendo liberada apenas recentemente.
“Ninguém nunca chegou ao cume da Mountain of God, então é preciso estar preparado para as condições mais exigentes e técnicas, pois ainda não existe uma rota conhecida. Sabe-se por observação das paredes e inclinação que é, sem dúvida, uma escalada técnica de grande dificuldade”
Dino Camargo
De acordo com o curitibano, a temperatura ao longo da montanha pode variar entre 5°C até -30°C. “O vento é o maior fator de resfriamento e pode variar muito, desde condições totalmente calmas, e até atingir a força de um furacão no cume”, comenta. “O principal desafio da escalada é controlar a temperatura corporal, porque as condições do tempo podem mudar em questão de minutos”, acrescenta o montanhista.
Apoios
Victorinox Brasil, Jasmine Alimentos, Crossfit Barigui e Extremos.
Namastê!
Dino Camargo
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