Post 11 | 17.02.2019 - 18h35
Os corpos devem ficar na montanha
Segundo informações dadas pelo cunhado de Leandro Iannotta, ao G1, Marcelo Carvalho disse que: "Não tem como retirar os corpos da montanha". Todos os pertences de Leandro e Fabrício que estão sob custodia da polícia local serão entregues a um amigo dos familiares essa semana.
Não foi explicado o motivo, mas um resgate no Fitz Roy é sempre um grande risco, devido ao mau tempo e ventos fortes característico desta região da Patagônia.
Post 10 | 04.02.2019 - 09h45
Encontrado os corpos dos brasileiros
Neste sábado, 2 de fevereiro, foram encontrados os corpos de Fabrício Amaral e Leandro Iannotta. Um guia de montanha que estava com seu cliente, avisou por rádio que avistou os corpos dos brasileiros pendurados na parede do Fitz Roy.
Com a localização estabelecida a equipe de resgate de El Chaltén, comandada pela Dra. Carolina Codó, fará uma diligência nos próximos dias.
Post 9 | 26.01.2019 - 08h04
Sobre a notícia dos corpos encontrados dos brasileiros
As informações passadas por Fábio Fabre à Gazeta Online não vieram de fontes oficiais: Dra. Carolina Codó ou do Consulado Brasileiro. Vieram de escaladores que estão trabalhando com a equipe de resgate local.
Segundo informações de familiares, realmente foi avistado algo no topo do La Silla, mas ainda não foi feito o reconhecimento, pois tanto a equipe de resgatistas por terra, como o helicóptero de resgate não conseguiram chegar ao local devido ao mal tempo.
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Fabrício Amaral e Leandro Iannotta em El Chaltén. |
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Post 7 | 24.01.2019 - 14h35
Nota Oficial da CBME
A Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME) entrou em contato com a Dra. Carolina Codó, médica do Posto de Saúde e Coordenadora do Grupo Voluntário de Resgate de El Chaltén, Argentina, dia 23/01/2019, que nos relatou as informações a seguir.
Os escaladores brasileiros Leandro Iannotta (MG), conhecido como Mr. Bean, e Fabrício Amaral de Souza (ES) foram avistados por último na quinta enfiada da via de escalada Franco-Argentina, no Monte Fitz Roy, em El Chaltén, na sexta-feira, dia 18/01/2019 por volta das 14h.
Os escaladores que os avistaram estavam descendo da mesma montanha enquanto uma tempestade se aproximava. A tempestade atingiu a montanha no mesmo dia um pouco mais tarde.
No fim de semana, ainda sob um clima muito ruim, dois brasileiros subiram até o Paso Superior, acampamento avançado para quem deseja escalar o Fitz Roy por esta via, e que fica a cerca de 6-8 horas do vilarejo. Relataram terem encontrado documentos do Leandro, saco de dormir e equipamentos que optaram por não utilizar enquanto escalavam a montanha. Os brasileiros resgatistas não conseguiram avançar mais por conta da tempestade e desceram dali mesmo para El Chaltén.
No dia 21/01/2019, segunda-feira, a Dra. Carolina Codó enviou um grupo voluntário de resgatistas para fazer as buscas por Mr. Bean e Amaral. O grupo era composto de escaladores experientes da Argentina e da Itália. Saíram de El Chaltén à noite, por volta das 23h30min para poderem aproveitar uma pequena janela de clima bom previsto para o início da tarde do dia seguinte. Um outro grupo de espanhóis também subiu neste dia com um drone para tentar fazer imagens da base do Monte. Lamentavelmente, um dos espanhóis teve um acidente no percurso, caindo cerca de 30m nas imediações da Laguna de Los Três, a partir de onde começa o trecho técnico da caminhada de aproximação, demandando uma outra operação de resgate para tirá-lo da montanha. As informações são de que esse espanhol acidentado se encontra no hospital em El Calafate.
Os argentinos e os italianos chegaram ao Passo Superior e conseguiram avançar até a base do Fitz Roy. A intenção dessa equipe era subir por um trecho de 300 m, conhecido como Brecha dos Italianos, que leva a um grande platô conhecido como Silla, de onde parte a via Franco-Argentina e outras. Porém encontraram as condições muito duras, com mais de 50 cm de neve que havia caído durante a tormenta, e o clima começou a piorar. Eles, então, tiveram que retornar, chegando a El Chaltén no dia 22/1/2019, terça-feira, por volta das 20h.
Esse grupo relatou ter visto um ponto negro na Silla. Porém, não conseguiram distinguir o que poderia ser e tiraram fotos, ainda a serem processadas.
Com a descida desse grupo e uma previsão de clima ruim para os próximos dias, além do acidente que ocorreu com o espanhol durante a operação de busca, a Dra. Carolina deu por encerrada a operação de busca aos brasileiros por parte do Grupo Voluntário de Resgate de El Chaltén. Ela ressaltou o fato de já haver passado seis dias desde que eles foram avistados por último e as más condições do clima, tendo nevado frequentemente nas montanhas durante esse tempo. Destacou o grande risco que os resgatistas correm e as más condições da aproximação decorrente da neve que caiu nos últimos dias.
A Dra. Carolina também informou que há um helicóptero da Gendarmeria Argentina em El Calafate esperando uma janela de bom clima para poder circular pela região e verificar se veem alguma coisa. Há a previsão de uma pequena janela no dia 25/01, sexta-feira, mas que uma boa janela ocorrerá possivelmente somente no fim do mês.
Mr. Bean e Amaral, ambos experientes escaladores em paredes longas e vias complexas tanto em terras brasileiras, como fora delas. Tinham não apenas experiência para tentar escalar essa montanha, como também entendiam os riscos envolvidos.
A CBME lamenta profundamente o acidente, entende que a dor é grande e deseja força aos familiares para enfrentar esse momento.
Post 6 | 24.01.2019 - 10h30
Depoimento de Edemilson Padilha
Nos últimos dias voltamos nossos olhos e nossas preces para os parceiros que estavam escalando o Fitz Roy, na Patagônia. Infelizmente, as últimas notícias não são boas, mas de qualquer maneira, a situação requer continuemos nossas orações para eles e para as famílias.
Durante esses dias tensos, muitas pessoas me perguntaram como é o lugar em que os brasileiros estavam escalando. Então, tentarei explicar, pois já desci uma vez por essa parede e fiz outras duas tentativas de escalar essa via em temporadas anteriores. Em 2006, eu, Valdesir Machado e Gabriel Otero rapelamos por essa via marcada na primeira foto, chamada de Franco Argentina, pois havíamos escalado a via Afanassief, na face oeste. A Franco fica na aresta sudeste, que não recebe a tempestade diretamente, pois o vento sempre vem do oeste. Por outro lado, é uma aresta desprotegida. Não tem nenhum local abrigado e nenhum ponto para se armar uma barraca, por exemplo. Nós tivemos de passar uma noite um pouco acima dos diedros e o melhor lugar que encontramos para passar a noite foi um platô de aproximadamente 40cm por 1m. Cabia a gente sentado. Por sorte não estava tão frio e o vento não era absurdo, mas já foi tenso, porque havíamos nos perdido nos rapéis e estávamos com a corda enroscada... Agora, com vento forte e frio mais intenso, a situação é extrema, muitas coisas podem acontecer, como hipotermia, cansaço, corda enroscada, perder a linha de rapel.
Por isso, não tem como saber o que ocorreu para eles não terem descido. Quando o clima está bom, nas curtas janelas de bom tempo, é tudo maravilhoso. Mas quando vem o mau tempo, a coisa fica extrema. Mesmo para escaladores experientes como eles, a situação é extrema.
Ficamos muito abalados, pois isso poderia ocorrer com qualquer um de nós. Em nossos corações ficam as boas lembranças desses companheiros de montanha e um alerta para nos cuidarmos sempre e retornarmos sãos e salvos para nossos entes queridos.
Post 5 | 23.01.2019 - 21h55
Aguardar
Muitas pessoas tem me procurado para saber notícias dos brasileiros, pois nas mídias sociais, amigos e conhecidos estão deixando mensagens de despedida na fanpage e no instagram do Leandro, como se eles já tivessem morrido.
Há 12 anos esse é o meu trabalho, editor do Extremos. Entre erros e acertos aprendi a ter cuidado com as informações, principalmente nestas situações. Há familiares envolvidos nisso tudo. Não é apenas um número, uma pessoa, uma estatística. Tem vidas amarguradas aguardando notícias deles.
Até onde eu sei, não há nenhuma informação sobre se encontraram os corpos ou não. Hoje não houve buscas por causa do clima.
As pessoas estão deixando mensagens de despedida levando em conta as possibilidades, que a cada dia que passa diminuem a chance de encontrá-los com vida. Mas, mesmo sabendo disso, acho que é muito cedo para isso.
A questão não é dar ou tirar esperanças. E sim saber esperar com paz, a boa ou a má notícia. Tudo tem o seu tempo.
Post 4 | 23.01.2019 - 04h20
Buscas suspensas
No final do dia desta terça-feira foram suspensas temporariamente as buscas pelos escaladores brasileiros, que estão desaparecidos na região do Fitz Roy, devido ao mal tempo na região.
Os resgatistas sairam para as buscas de Leandro Iannotta e Fabrício Amaral na noite da segunda-feira, mas às 3h30 da madrugada da terça-feira um dos integrantes do grupo sofreu um grave acidente quando caiu nas rochas quando passava pela Laguna de Los Tres. Um espanhol escorregou e caiu de uma altura de 30 metros nas águas frias da laguna. Foi resgatado pelos seus companheiros, mas sofreu várias lesões. O espanhol havia se integrado ao grupo voluntariamente, pois tinha um drone que seria utilizado nas buscas. Devido ao acidente e o grupo ter levado o espanhol de volta para El Chaltén, o drone não foi utilizado. Em El Chaltén foi constatado que ele sofreu fraturas na costelas, havia líquido no pulmão, uma grave fratura no tornozelo e hematomas na perna. Ele foi levado para El Calafate para passar por cirurgia.
Um segundo grupo de resgatistas continuou em marcha, passando pelo Glaciar Superior, já na base do Fitz Roy. Tiraram fotos para tentarem detectar algum sinal dos brasileiros, mas uma espessa camada de neve fresca dificultava identificar equipamentos ou até mesmo os próprios escaladores desaparecidos.
O clima estava ruim, ventoso e com precipitação de granizo, o que impediu uma busca mais detalhada. As previsões metereológicas são desfavoráveis para os próximos dias o que complica ainda mais as buscas, que foram suspensas temporariamente.
Em El Chaltén está a esposa de um dos escaladores brasileiros, a qual foi informada da interrupção das buscas.
Os brasileiros chegaram no final de dezembro para a tentativa de alguns cumes na região. Inclusive, Leandro Iannotta divulgou um vídeo quando fez um cume em solitário na agulha Gillaumet, como pode ser visto abaixo.
Post 3 | 22.01.2019 - 08h25
Equipe de resgate
Uma experiente equipe com 16 resgatistas partiu às 22h desta segunda-feira em busca dos brasileiros Leandro Iannotta e Fabrício Amaral, que estão desaparecidos desde sexta-feira durante a escalada do Fitz Roy. Os brasileiros haviam informado na sede do Parques Nacionales que regressariam no domingo. A última vez que foram vistos foi na sexta-feira ao meio-dia, antes do clima ter piorado (como era previsto).
Nesta terça-feira um grupo vai passar através da parede do Fitz Roy pela via Franco Argentina, para recriar a rota de escalada que os brasileiros planejavam fazer na sexta-feira.
O Extremos está acompanhando o caso, e sempre que houver novas informações publicaremos nesta mesma página. Estamos na torcida para que encontrem Leandro e Fabrício bem.
Post 2 | 21.01.2019 - 18h38
Os nomes dos brasileiros
Recebemos informações que os brasileiros desaparecidos são: Leandro Iannotta (Mr.Bean) de Minas Gerais e Fabrício "Amaral", do Espírito Santo.
Post 1 | 21.01.2019 - 16h54
Dois brasileiros estão desaparecidos no Fitz Roy
Um escalador da República Checa, Thomas (37 anos), perdeu a vida enquanto descia o Cerro Fitz Roy, junto com o seu companheiro de cordada, que sobreviveu e informou o acontecido. Ele teria morrido de hipotermia. Enquanto dois brasileiros estão desaparecidos no lado leste da mesma montanha. Para a coordenadora de resgate Carolina Codó, as chances de sobrevivência são baixas devido ao mau tempo que ocorreu na área durante todo o fim de semana.
Dois escaladores brasileiros, que ainda não foram identificado os nomes, também iriam subir Fitz Roy no mesmo dia, sexta-feira. Escaladores italianos foram os últimos a ver os brasileiros que tentavam escalar a rota Franco Argentina, pouco antes do mau tempo chegar.
Um grupo foi esta manhã, para o acampamento base (Paso Superior), que é onde os escaladores passam a noite antes de tentar escalar o Cerro Fitz Roy na parede leste. "Eles chegaram ao local e não encontroram ninguém" dise Codó. Nas próximas horas uma equipe de resgate mais experiente vai começar a subir a montanha, informou. Pode-se até usar um drone para tentar monitorar a área. "Mas depois de três noites de mau tempo como nós tivemos, realmente as chances são muito baixas", admitiu Codó ao programa Radio Activa. (GPL - Ahora Calafate).
O Extremos irá acompanhar o caso e quando surgirem novas informaçãos, incluiremos nesta mesma página. Esperamos que os brasileiros estejam bem!
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